Pesquisadores do Instituto D’Or participaram do maior congresso brasileiro de neurociências e integraram simpósio sobre plasticidade cerebral.
“A neuroplasticidade é um fenômeno cada vez mais estudado em todo o mundo, pois descobriu-se que o cérebro não é estático. Pelo contrário, ele muda de uma maneira muito dinâmica”, destacou o neurocientista Roberto Lent, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), durante o simpósio “Neuroplasticidade Experimental e Aplicada”. A sessão fez parte da programação do encontro anual da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento (SBNeC), que aconteceu entre os dias 22 e 25 de agosto em Santos (SP).
Considerada essencial para a vida, a neuroplasticidade é responsável por funções como aprendizado e memória, por exemplo, permitindo que uma pessoa aprenda um caminho diferente para casa ou um novo acorde de violão. Para os neurocientistas, investigar a capacidade do cérebro de se modificar é importante para entender mais sobre os processos educacionais e as doenças do sistema nervoso, como Alzheimer e Parkinson, além de desenvolver ferramentas que permitam contornar situações adversas.
No simpósio, Lent teve a companhia de outros especialistas em neuroplasticidade. Líder do grupo de pesquisa da Unidade de Conectividade Cerebral do IDOR e pesquisadora da UFRJ, a médica radiologista Fernanda Tovar Moll apresentou investigações recentes que elucidaram como o cérebro humano se altera sob diferentes situações, como malformações cerebrais ou após a perda de um membro. “O nosso cérebro é plástico desde o nascimento até a morte”, afirma. Em 2014, a pesquisadora identificou vias cerebrais anômalas em pacientes portadores de uma malformação congênita, a disgenesia do corpo caloso, revelando enorme e surpreendente capacidade plástica do cérebro.
Doutorando do IDOR e da UFRJ, o biomédico Theo Marins (IDOR/UFRJ) falou sobre como é possível induzir a plasticidade cerebral em tempo recorde. Em suas pesquisas, Marins utiliza o neurofeedback – técnica que permite que indivíduos controlem a própria atividade cerebral – como ferramenta para impactar os circuitos cerebrais, com impacto sobre o comportamento. “É preciso entender como podemos mudar para criar maneiras eficientes de corrigir o mau funcionamento característico
de doenças como o acidente vascular cerebral (AVC) e a doença de Parkinson, entre outras”, explica. Os resultados de sua pesquisa do doutorando ilustram o elevado grau de plasticidade do cérebro frisado por Lent e Tovar-Moll: em experimento com voluntários saudáveis submetidos a apenas 30 minutos de treinamento com neurofeedback, foi possível identificar, pela primeira vez, mudanças na estrutura das conexões cerebrais humanas.
O simpósio teve, ainda, a participação de Carlomagno Bahia, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e Cláudio Serfaty, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que apresentaram suas pesquisas com modelos animais para esclarecer as bases celulares da plasticidade na cegueira e após a amputação.
Ainda na SBNeC
Em outra sessão, Lent apresentou a Rede Nacional Ciência para Educação, iniciativa que vem liderando ao lado de pesquisadores e educadores de todo o país. O pesquisador abordou exemplos práticos de como a neurociência aplicada pode ser benéfica para o processo de aprendizagem. O objetivo da iniciativa é fomentar e desenvolver pesquisas cientificas inspiradas pelos temas da educação a fim de subsidiar políticas públicas baseadas em evidências científicas.
Também doutoranda do IDOR e da UFRJ, Patrícia Bado apresentou trabalho sobre a neurociência na mídia. Ela mostrou evidências de que a compreensão de jornalistas sobre os estudos de neuroimagem é, muitas vezes, imprecisa, o que pode impactar a maneira como essa ciência é transmitida para o grande público.
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