Se diferentes áreas de pesquisa se unirem, teremos chance de conter futuras epidemias.
A ciência de invasão examina a conexão entre os sistemas natural e antopogênico – com influência humana – integrando perspectivas de ecologia, biologia evolutiva, análise de risco, história humana e manutenção ambiental, entre outras, para entender a propagação e o impacto de organismos introduzidos em novos ambientes, tendo, assim, a possibilidade de erradicar tais seres, oferecendo uma existência humana mais sustentável diante de um mundo natural que se altera mais a cada dia.
A revista Cell publicou um artigo sobre como essa ciência pode contribuir para o estudo de epidemias como a que vivemos atualmente. A destruição da natureza desbalanceia o ecossistema, e isso pode trazer o risco de novas epidemias locais que se espalham pelo mundo, assim como vemos no momento atual, com a pandemia do novo coronavírus. Os autores ressaltam que é de suma importância que se entenda os desencadeadores e mecanismos da propagação, também os fatores que promovem surtos dos novos patógenos infecciosos como o novo coronavírus.
O artigo faz uma analogia entre o sistema imunológico de defesa para explicar a importância da nova disciplina. A chegada de um novo organismo, sem análogos evolucionários, encontra a comunidade mais vulnerável ao seu impacto. Ainda não sabemos o quanto cada novo organismo pode modificar o ambiente, e qual é o tamanho do impacto que ele vai causar. Alguns surgem e não causam qualquer mal, outros levam algum tempo para virarem virulentos, e podem ter enorme impacto social, por isso se faz necessário pensar em políticas públicas socioambientais.
Como vemos na pandemia atual, o não-planejamento da chegada do novo coronavírus nos países tem impactado de forma extremamente negativa aqueles que não se anteciparam ao saber da propagação do vírus. Mas há esperança! Para isso, a organização internacional é necessária para tomarmos atitudes coordenadas no destino do sucesso. E um desses caminhos é construir uma ciência de invasão mais ampla, com áreas diversas construindo contribuições essenciais para a biossegurança global, buscando o melhor resultado possível para a saúde pública, monitorando e fazendo a manutenção constante das interações entre humanos, animais e o meio ambiente.
Os estudos de doenças infecciosas emergentes poderiam se beneficiar em alguns âmbitos da ciência de invasão, como por exemplo o acompanhamento e planejamento de possíveis prejuízos que a nova evolução ecológica traz. Mas até agora não temos publicações significativas com a integração da ciência de invasão com a epidemiologia humana, e isso pode se refletir na falta de investimento em prevenção e controle de novas doenças infecciosas. Ainda assim, atualmente, o aumento da comunicação e pesquisa conjunta de tais áreas é fruto da maior troca de informações sobre uma invasão biológica – surgimento e disseminação do Sars-CoV-2 – que se espalhou de modo extraordinariamente rápido.
Tudo isso nos leva a crer que a melhor opção para se chegar à vigilância biológica adequada para as próximas possíveis epidemias é a cooperação entre as diversas disciplinas que podem trabalhar conjuntamente para chegar às soluções mais efetivas. A partir de agora, teremos que tomar como prioridade social a contenção de novas invasões de organismos que descontrolem o equilíbrio terrestre.
Escrito por Luiza Mugnol Ugarte
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