Mulheres são menos suscetíveis ao novo coronavírus. Estudos buscam descobrir se a administração de hormônios femininos como estrogênio pode ajudar homens infectados.
É visto que mulheres são menos suscetíveis a infecções virais com base em uma imunidade inata, devido a hormônios esteróides e fatores relacionados aos cromossomos sexuais. E isso vem se mostrando verdade também na COVID-19. Dados mostram que homens são mais propensos do que mulheres a adquirir COVID‐19 e desenvolver uma doença mais grave. Mas será que essa diferença se deve aos hormônios femininos? É o que sugere um artigo que compara resultados em modelo animal.
Pela reprodução transmitimos nossos genes aos descendentes, mas antes herdamos genes dos ascendentes. Nossos genes, entre 20 e 25 mil, são fundamentais para a hereditariedade. O ECA2 (ACE2 em inglês), gene que foi descoberto em 2000, codifica uma enzima envolvida no funcionamento do Sistema Renina-Angiotensina, com papel central na regulação da pressão arterial sistêmica e da função renal. Sabemos agora que esta enzima, presente na superfície de diferentes tipos de células de nosso organismo, é também receptor para os coronavírus SARS, NL63 e SARS-CoV-2.
O novo coronavírus entra nas células por meio da proteína transmembrana (atravessa a membrana da célula de um lado a outro) spike que se liga à enzima ECA2. Desta forma, o aumento da expressão desse gene, com o consequente aumento destes receptores, poderia intensificar a chance de infecção e até mesmo influenciar na gravidade da COVID-19. Mas não é o que se observa na prática.
Estudos recentes descobriram que a expressão do gene ECA2 era maior nos tecidos de mulheres e adultos jovens, uma correlação inversa à gravidade da doença. É interessante ver que, na verdade, a ECA2 tem efeito protetor em vários órgãos. Nota-se também que sua expressão é aumentada pelo estrogênio – hormônio produzido em altas quantidades pelas fêmeas – o que é bem registrado em modelo animal. A expressão aumentada pelo estrógeno pode ser um fator protetor para a infecção por Sars‐CoV‐2.
Estes dados indicam mais uma possibilidade de estudos para verificar se há algum benefício em se tratar homens com a COVID-19 com estrogênio. Vale aqui lembrar que, em experimentos com animais, o estrógeno “silencia” as reações inflamatórias, o que culmina em taxa de sobrevivência mais alta. Por isso, a proposta de utilizar estrógenos para promover a prevenção ou mesmo tratar a infecção vem recebendo atenção.
Escrito por Luiza Mugnol Ugarte
Quer receber as notícias do IDOR pelo WhatsApp?
Clique aqui, salve o nosso número e nos mande uma mensagem com seu nome completo.
E para cancelar, basta pedir!
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |