
O projeto aguarda aprovação e fará parte da estratégia de transição pós-quarentena.
Pesquisadores alemães planejam conferir “certificados de imunidade” para os cidadãos recuperados do coronavírus. Ainda em avaliação, o projeto idealizado pelo Helmholtz Centre for Infection Research tem como objetivo permitir uma transição segura após o pico da pandemia.
Os testes consistirão na verificação de anticorpos que indicam tanto se os participantes tiveram o vírus como se estão recuperados para voltar ao convívio social e à rotina de trabalho. Os pesquisadores planejam testar 100 mil pessoas em uma primeira fase, emitindo documentação para aqueles que se recuperaram do vírus. A testagem também permitirá a avaliação de quantas pessoas contraíram o coronavírus, incluindo aquelas que não sabiam que foram infectadas. Os cientistas usarão as informações para que o governo determine como planejar adequadamente as medidas de contenção, reabrindo escolas e liberando aos poucos a realização de reuniões em massa.
Segundo Gerard Krause, epidemiologista que lidera o projeto, os certificados indicarão o nível de imunidade aos tipos de coronavírus, mas não propriamente à doença COVID-19. Ainda assim, os cidadãos documentados teriam maior grau de segurança e por isso ficariam isentos das restrições de trabalho, por exemplo. Segundo o especialista, o próprio teste também consiste em um aprimoramento dos exames de sangue existentes. Se aprovado, o plano terá início neste mês de abril.
Durante a pandemia de COVID-19, a Alemanha é um exemplo para diversas outras nações. Apesar de ter o quinto maior número de casos em todo o mundo, o país possui uma das menores taxas de mortalidade pela doença, sucesso que pode ser creditado, em parte, à decisão do governo pelo grande número de testes. Segundo pesquisas eleitorais, a administração do governo perante a crise registrou aumento de apoio público à chanceler Angela Merkel. A governante, desde os primeiros sinais da pandemia, fomentou a testagem e as pesquisas científicas no país.
05.04.2020