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Depressão e neuroinflamação persistente podem estar relacionadas à disfunção cognitiva observada na covid longa

Depressão e neuroinflamação persistente podem estar relacionadas à disfunção cognitiva observada na covid longa

Dificuldades de memória, sintomas depressivos e alterações estruturais no cérebro podem ser resultado de atividade inflamatória persistente no sistema nervoso após a covid-19

Recém-publicado no periódico científico Brain, Behavior and Immunity, um novo estudo desenvolvido pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) traz novas evidências sobre os danos que a covid-19 pode causar no cérebro, mesmo após a aparente recuperação da infecção. O estudo contou também com a participação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e de diversas outras instituições de pesquisa nacionais e internacionais.

A condição pós-covid-19 (CPC), também chamada de covid longa, se caracteriza por uma série abrangente de sintomas, que persistem mesmo depois de superada a infecção pelo vírus SARS-CoV-2.  Entre as possíveis manifestações do sistema nervoso central, destacam-se fadiga, dificuldades de memória e problemas de saúde mental. Estima-se que 43% das pessoas diagnosticadas com covid-19 evoluam com sintomas da CPC, mas as vias patológicas por trás desse prolongamento da doença ainda estão sendo investigadas.

Muitos estudos sugerem que esses sintomas resultam de uma inflamação persistente, mas não há consenso sobre as causas dessa inflamação: se ela ocorre devido à ação direta do SARS-CoV-2 ou devido a uma resposta exacerbada do sistema imunológico. Essa reposta exagerada também é chamada de tempestade de citocinas, que são proteínas responsáveis por regular a resposta imunológica do organismo. Independentemente da origem dos sintomas na pós-infecção, essa inflamação é um fato e suas consequências podem interferir na estrutura e funções cerebrais, resultando em características neuropsiquiátricas e em outros sintomas diversos.

Com uma atuação relevante durante toda a pandemia de covid-19, o IDOR desenvolveu trabalhos em 10 linhas de pesquisa, conduzindo ainda vários estudos com medicamentos e os testes clínicos de diferentes imunizantes para a doença. Além disso, foi uma das primeiras instituições no cenário internacional a publicar sobre neurocovid, termo que engloba os danos causados pela neuroinflamação a partir da doença, um aspecto muito relevante da infecção que só foi descoberto meses depois do início da pandemia.

“O IDOR investiu todos os esforços no combate à covid-19. Bem no início da pandemia, a doença era caracterizada pelo acometimento pulmonar, mas também ficava claro que havia uma resposta inflamatória globalizada ocorrendo no organismo. Como o Instituto tem seu pilar na neurociência clínica e translacional, logo no primeiro momento achamos importante mapear as condições neurológicas da doença, estabelecendo protocolos de investigação desde o começo. Nós investigamos os pacientes antes mesmo de saber se existiam queixas neurológicas, e esse acompanhamento só foi possível graças à conexão com o setor assistencial da Rede D’Or, que permitiu a realização de estudos prospectivos”, lembra a Dra. Fernanda Tovar-Moll, neurocientista e presidente do IDOR.

Agora, anos depois, a covid-19 continua representando um importante problema de saúde pública, nos lembrando que ainda há muito o que aprender sobre a doença e sobre seus efeitos duradouros.

Mapeando características da CPC

Para compreender os mecanismos da CPC, o atual estudo — desenvolvido 100% por pesquisadores do IDOR — selecionou 72 pacientes com covid-19 que haviam sido admitidos em 4 diferentes hospitais da Rede D’Or entre maio de 2020 e março de 2021.

Dados dos pacientes foram coletados ao longo da hospitalização, considerando informações como características demográficas, severidade da doença e presença de comorbidades, além de exames sanguíneos. A pesquisa considerou participantes maiores de 18 anos e incluiu tanto casos graves como moderados de covid-19.

Após a alta hospitalar, os pacientes foram convidados a participar de uma série abrangente de exames, que incluía testes neuropsicológicos, sessões de ressonância magnética e análise do plasma sanguíneo.

Os pacientes com doenças neurodegenerativas ou problemas psiquiátricos severos diagnosticados previamente à infecção foram excluídos do estudo para que não houvesse interferência nos resultados. Além disso, para cada uma das 3 abordagens foram também selecionados 3 grupos-controle diferentes, permitindo que as comparações fossem melhor direcionadas em cada aspecto da pesquisa.

Avaliação Neuropsicológica

Para realizar a avaliação neuropsicológica, os pacientes foram recebidos pela equipe multiprofissional da Memory Clinic do IDOR, que executou uma série de testes para avaliar as capacidades cognitiva e de memória dos pacientes, aplicando também questionários para identificar questões relacionadas à saúde mental, como sintomas de ansiedade e depressão.

Os resultados dessa etapa revelaram que, comparados ao grupo-controle, os sobreviventes da covid-19 tiveram piores performances nos testes de memória e em funções executivas, como o controle inibitório, um processo cognitivo referente à capacidade de inibir comportamentos quando não são convenientes. Os autores também observaram que as pacientes do sexo feminino com mais de 70 anos tiveram resultados ainda mais baixos, assim como os pacientes que tinham diabetes.

Dos participantes que tiveram covid-19, mais de 35% apresentaram taxas significantes de fadiga. Sintomas de ansiedade também foram relatados por 27,8% do grupo com covid-19, enquanto os sintomas depressivos foram ainda mais relevantes: encontrados em 43% do grupo, eles foram os que apresentaram maior associação com impactos negativos na função cognitiva dos pacientes. Mas os autores consideram que o cenário pandêmico também pode ter contribuído para o aumento de sintomas relacionados a problemas de saúde mental.

Exames de imagem

Os sobreviventes da covid-19 tiveram seus cérebros mapeados de forma não invasiva através de exames de ressonância magnética realizados no IDOR. As imagens foram processadas por uma plataforma desenvolvida pelo próprio Instituto, e o principal objetivo era identificar se existiam alterações estruturais no cérebro desses pacientes após a alta hospitalar.

As análises mostraram que, em comparação ao grupo-controle, os indivíduos que passaram pela covid-19 tinham diversas pequenas alterações na massa branca do cérebro. Essa área é rica em feixes nervosos responsáveis pela integração entre diferentes regiões cerebrais.

Um outro achado relevante foi a redução da espessura cortical do cérebro, conhecida como córtex cerebral. O córtex é a área mais externa do órgão e é essencial para diversas funções cognitivas, como a percepção sensorial, o processamento de informações e a memória.

Análise do plasma sanguíneo

Na terceira abordagem investigativa da CPC, os cientistas do IDOR realizaram ainda uma análise bioquímica do plasma sanguíneo dos pacientes, tanto durante a internação como no acompanhamento após a alta hospitalar.

Os resultados apresentaram níveis elevados de mediadores inflamatórios, como a citocina TNF-α, que esteve mais evidente durante a hospitalização, e as citocinas TNF-α e IL-1β, que estavam em níveis mais altos durante o acompanhamento dos pacientes no pós-covid-19.

Montando o quebra-cabeças

Os autores comentam que resultados inflamatórios observados no plasma sanguíneo dos sobreviventes da covid-19 têm forte relação com as mudanças observadas na microestrutura cerebral, que por sua vez também influenciam funções cerebrais, como o controle inibitório e a memória.

“O mais importante a ressaltar é que esses resultados mostraram um duplo mecanismo causador de disfunção cognitiva na covid longa: a neuroinflamação persistente, que causa danos microestruturais cerebrais, e os sintomas depressivos no período pós-covid-19, que mostrou impacto sobre a cognição global na covid longa”, sumariza o primeiro autor da publicação, Dr. Felipe Sudo, psiquiatra da Memory Clinic e pesquisador do IDOR.

Um fato curioso ressaltado no artigo é que a severidade da infecção por SARS-CoV-2 durante a internação hospitalar não mostrou ter relação alguma com a severidade dos sintomas da CPC. Já a gravidade dos sintomas depressivos teve correlação muito significativa com o desempenho cognitivo global dos pacientes.

A Dra. Fernanda Tovar-Moll acrescenta ainda que o Instituto está liderando outras pesquisas em busca de marcadores específicos que possam associar a fase aguda da infecção com o posterior desenvolvimento da covid longa. “Não estávamos muito distantes da nossa hipótese lá atrás, em 2020. A pós-covid é, afinal de contas, uma realidade. E o IDOR segue colaborando na vanguarda do cenário científico internacional para que muitas questões ainda possam ser respondidas sobre esse problema”, expressa a presidente.

Considerando os efeitos prejudiciais da CPC para as pessoas, para a economia e para a saúde pública, e entendendo que ainda teremos outras variantes do SARS-CoV-2 ao longo dos anos, esses resultados se estabelecem como recursos importantíssimos para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas futuras, não apenas para a CPC, como para possíveis epidemias que ainda possam surgir a partir do novo coronavírus.

Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu.

21.03.2024

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