A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário anônimo, on-line e validado, aplicado entre janeiro e fevereiro de 2024. Participaram 47.711 profissionais de saúde de 69 hospitais privados, distribuídos por quatro regiões do país. Desse total, 13% eram médicos, 54% atuavam na enfermagem, e os demais pertenciam a outras categorias da equipe multidisciplinar, como fisioterapeutas, psicólogos, farmacêuticos, técnicos de apoio e profissionais administrativos.
O questionário abordou seis grandes áreas relacionadas à experiência do paciente: liderança e governança, infraestrutura e acesso, envolvimento da equipe assistencial, participação de pacientes e familiares, políticas de avaliação e qualidade clínica. Cada dimensão recebeu uma pontuação média e foi classificada de acordo com seu estágio de desenvolvimento dentro dos hospitais. A escala utilizada ia de “ações iniciais” até “resultados evidentes” ou “excelência nos resultados”.
Resultados indicam avanços moderados, mas um elo ainda frágil
De acordo com os resultados, todas as dimensões avaliadas pelos profissionais foram classificadas como “resultados evidentes”, o que significa que os hospitais têm iniciativas em curso, mas ainda enfrentam dificuldades para obter resultados mais consistentes. A exceção foi o item “engajamento de equipes e profissionais”, que ficou abaixo das demais categorias e foi classificado como “ações iniciais”. Isso sugere que os trabalhadores da saúde percebem que faltam ações estruturadas e efetivas para envolvê-los nas melhorias do cuidado.
As respostas também revelaram diferenças importantes entre os grupos profissionais. Embora todos tenham avaliado os mesmos aspectos do sistema hospitalar, médicos atribuíram pontuações médias mais altas do que os profissionais de enfermagem, indicando uma percepção mais positiva em relação aos esforços das instituições. A média geral dos médicos foi de 147 pontos, enquanto a da enfermagem foi de 138. Essa diferença pode refletir a maneira como diferentes categorias vivenciam as condições de trabalho e se sentem escutadas ou valorizadas nas tomadas de decisão.
Por outro lado, fatores como tempo de experiência profissional ou tempo de atuação no hospital não influenciaram significativamente as avaliações. Profissionais com menos de um ano de trabalho ou formação atribuíram notas semelhantes às dos mais experientes, sugerindo que a percepção sobre os desafios da experiência do paciente não está restrita ao nível de senioridade, mas ao ambiente organizacional como um todo.
Importância prática: investir nas equipes para cuidar melhor do paciente
O principal achado do estudo é que promover uma boa experiência para os pacientes passa, necessariamente, por promover uma boa experiência para os profissionais de saúde. Ou seja, não se trata apenas de treinar para melhorar a comunicação com o paciente ou de reformar estruturas físicas, mas de garantir que os trabalhadores tenham condições adequadas, sejam ouvidos, reconhecidos e incluídos nas estratégias institucionais.
As evidências apontam que lideranças engajadas e ambientes de trabalho saudáveis estão diretamente relacionados a menor incidência de erros, melhor trabalho em equipe e maior satisfação dos pacientes. A valorização das equipes não é uma medida apenas humanitária, mas uma estratégia eficaz de gestão da qualidade.
Transformando percepção em ação: capacitação para melhorar a experiência do paciente
Os achados do estudo reforçam que o engajamento das equipes assistenciais é peça-chave para aprimorar a qualidade do cuidado e a vivência dos pacientes nos serviços de saúde. Para quem deseja liderar essas transformações nas instituições, o IDOR dispõe de dois programas de ensino que podem impulsionar este processo.
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Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu.