Enquanto as primeiras vacinas da Covid-19 avançam nos testes, é importante considerar estratégias de aplicação que protejam a maior parte das pessoas contra a doença
Após quase sete meses de pandemia, as vacinas que estão na fase 3 dos testes clínicos ao redor do mundo prometem o começo do fim da pandemia. No entanto, o fato é que a Covid-19 é uma doença altamente infecciosa, e neste primeiro momento somente haverá vacinas para uma parte reduzida da população. Frente a isto, como otimizar o combate ao contágio e à mortalidade com um número de vacinas menor que o número de possíveis pacientes? Em artigo da revista científica Nature, foram elencados vários fatores a levarmos em consideração, mas antes de tudo precisamos entender a diferença entre as imunizações direta e indireta.
De forma simplificada, a imunização direta é quando o próprio indivíduo é protegido contra a doença, o que é uma estratégia interessante para reduzir a mortalidade nos grupos de risco, como idosos e pessoas com doenças crônicas. Já a imunização indireta tem como enfoque reduzir o contágio, e por consequência as mortes, através da proteção das pessoas que mais circulam e têm contato direto com as outras, a exemplo dos profissionais de saúde. Este segundo tipo de imunização age direto sobre o ciclo de transmissão, reduzindo o número de pessoas infectadas, porém, não atenta aos grupos de risco. Essa é umas das principais razões pelas quais é necessário pensar bem a estratégia de vacinação nos países.
Para aqueles que acham que a imunização indireta garante proteção à maior parte da população, o problema se encontra em medir o nível de redução do contágio. Ao contrário da imunização direta, onde os pesquisadores podem observar com clareza os efeitos da vacina nos voluntários em fase 3, os desfechos secundários da imunização indireta – como a infecção ou disseminação viral – são mais difíceis de analisar. Os pesquisadores afirmam que diante desses questionamentos o foco deve ser entender as particularidades de cada vacina em andamento.
As vacinas contra a Covid-19 apresentam diferentes métodos e por isso também apresentarão diferentes formas de imunização, podendo prevenir a infecção ou reduzir a contagiosidade em diferentes graus, e serem mais ou menos efetivas para os grupos de risco. É por isso que continuar estudando e produzindo outras vacinas mesmo depois das primeiras aprovadas é essencial para que consigamos vencer a pandemia, aumentando não apenas o número de vacinas como as estratégias de vacinação. Fora isso, acompanhar os membros da família ou outros contatos próximos dos infectados também é uma boa estratégia para avaliar o efeito da vacina na infecciosidade, como já foi implementado para análise da coqueluche, em Pernambuco.
Enquanto os estudos de fase 3 seguem em andamento, não devemos relaxar até que mais de uma vacina seja segura e eficaz para aprovação regulatória e aplicação em massa. Mesmo após esta etapa, ainda será necessário acompanhar as pesquisas de avaliação contínua das vacinas ativas, que podem incluir estudos randomizados em nível individual ou comunitário para entender e comparar a duração e a eficácia de suas imunizações.
Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu.
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