Pesquisadores e empresa privada identificaram seis diferentes tipos de manifestação da doença.
No início da pandemia se sabia pouco sobre como a Covid-19 se manifestava. Mas agora, depois de alguns meses de muita pesquisa, sabemos que o isolamento social é a melhor maneira de lidar com essa realidade até que a vacina ou o tratamento eficaz cheguem. Quanto aos sintomas, já tínhamos evidências baseadas em pesquisa de que a doença se manifesta de diferentes formas nas pessoas infectadas pelo Sars-Cov-2, mas ainda não havia uma caracterização clara dos diferentes quadros clínicos que os pacientes poderiam apresentar.
Foi então que o aplicativo “Estudo dos Sintomas da Covid-19” – do inglês “Covid-19 Symptom Study” – foi desenhado em parceria pelo renomado King’s College London e pela ZOE – empresa de ciências da saúde que usa pesquisas orientadas por dados para lidar com os problemas de saúde do mundo – e conta com o apoio dos governos do País de Gales e da Escócia, e com os Sistemas Nacionais de Saúde Galês e Escocês. Os downloads do aplicativo ultrapassam 4 milhões de usuários que reportam regularmente como estão se sentindo. O que torna o projeto o maior do mundo na área de ciência pública nesse gênero.
O estudo liderado pelo fruto da citada parceria, chamado de COVID Symptom Study, mostra que existem seis “tipos” de Covid-19, cada um com seus sintomas específicos. E para entender de que maneira tais sintomas aparecem e como se relacionam à progressão da doença, o grupo utilizou um programa de aprendizado de máquina que juntou dados de 1600 usuários que tiveram Covid-19 no Reino Unido e nos Estados Unidos entre março e abril; os mesmo registraram seus sintomas regularmente nesse período. Depois, o programa foi novamente testado ao se executar em outro conjunto de dados de 1000 usuários no Reino Unido, EUA e Suécia.
Abaixo estão grupos organizados de acordo com os sintomas relatados pelos usuários:
1 – “tipo gripe” sem febre: dor de cabeça, perda de olfato, dores musculares, tosse, dor de garganta, dor no peito, sem febre.
2 – ‘tipo gripe’ com febre: dor de cabeça, perda de olfato, tosse, dor de garganta, rouquidão, febre, perda de apetite.
3 – gastrointestinal: dor de cabeça, perda de olfato, perda de apetite, diarréia, dor de garganta, dor no peito, sem tosse.
4 – nível um grave, fadiga: dor de cabeça, perda de olfato, tosse, febre, rouquidão, dor no peito, fadiga.
5 – nível grave dois, confusão: dor de cabeça, perda de olfato, perda de apetite, tosse, febre, rouquidão, dor de garganta, dor no peito, fadiga, confusão, dor muscular.
6 – nível três grave, abdominal e respiratório: dor de cabeça, perda de olfato, perda de apetite, tosse, febre, rouquidão, dor de garganta, dor no peito, fadiga, confusão, dor muscular, falta de ar, diarréia, dor abdominal.
O grupo verificou que os agrupamentos 4, 5 e 6 tinham índice de internação mais alto, em ordem crescente, do que os 3 primeiros grupos. Também, de modo geral as pessoas com sintomas dos grupos 4, 5 e 6 eram mais velhas, mais propensas a estarem acima do peso e a terem condições pré existentes, como diabetes ou doença pulmonar, do que aquelas nos outros grupos. Os pesquisadores indicaram que, apesar de a erupção cutânea ser um sintoma que afeta uma em cada dez pessoas com Covid-19, este dado não foi reconhecido como sintoma ao longo da coleta de dados, por isso ainda não sabemos como ele se relaciona com os diferentes grupos mapeados no estudo.
O modelo desenvolvido prevê, com base nos dados de idade, sexo, índice de massa corporal, condições pré-existentes e sintomas, em que grupo um paciente se enquadra e seu risco de hospitalização e auxílio respiratório com maior probabilidade de estar correto do que um modelo de risco existente baseado nos dados citados, mas sem incluir os sintomas da Covid-19. O algoritmo consegue prever, com 5 dias de relato de sintomas, qual é o “tipo” do paciente. Assim, o prognóstico de gravidade já aparece com tal “aviso prévio”, visto que a maioria das pessoas que precisam de auxílio respiratório chega ao hospital cerca de 13 dias após os primeiros sintomas. Vale destacar que não é regra que um paciente do grupo 6 será hospitalizado, mas o alerta fica maior para pessoas encaixadas neste grupo, quando comparado ao grupo 1.
por Luiza Mugnol Ugarte
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