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“No cérebro, nada fica sem função”: como os sentidos de pessoas nascidas cegas se adaptam para compensar adversidades

“No cérebro, nada fica sem função”: como os sentidos de pessoas nascidas cegas se adaptam para compensar adversidades

Foto: Pexels/Yan Krukau

Estudo do IDOR detalha pela primeira vez a reestruturação sensorial no cérebro de deficientes visuais

Depois de fascinante, talvez o melhor adjetivo para definir nosso cérebro seja “resiliente”. Ele é capaz de se reconfigurar para superar desafios mais simples, como quando por insistência passamos a gostar de uma comida ou exercício que antes não nos agradava, como também para contornar complexas adversidades, a exemplo de deficiências congênitas tal qual a cegueira. Essa resiliência é chamada por médicos e cientistas de plasticidade cerebral, e um estudo brasileiro acaba de descrever como essa habilidade é capaz de reconfigurar o processo sensorial de pessoas nascidas cegas.

Desde o começo deste século, a literatura científica já notava que pessoas que nasciam sem visão ainda ativavam a região cerebral responsável por esse sentido quando desempenhavam ações não visuais, como a leitura em braile, sistema de escrita tátil. O nome dado a esse fenômeno é plasticidade cerebral cruzada, quando informações que não são visuais, como sons, texturas e relevos, são processadas em áreas cerebrais conhecidamente visuais, como o lobo occipital, que se encontra logo acima da nuca. Esse processo também é a base científica por trás da ideia popular de que quando você perde um sentido, os outros ficam mais apurados.

“Tecnicamente, a área responsável pelo processamento visual deveria ficar ociosa em pessoas cegas, mas no cérebro, nada fica sem função”, comenta o Dr. Theo Marins, neurocientista e professor do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), além de primeiro autor do estudo recém-publicado na revista científica Human Brain Mapping. “Os cegos congênitos passam a utilizar áreas visuais do cérebro para desempenhar funções que não são visuais, isso é um exemplo de plasticidade cruzada. Mas o que não se sabia é como o cérebro se reorganiza para acomodar essa compensação”.

Através de imagens de ressonância magnética, a pesquisa comparou as conexões neurais de 10 indivíduos com cegueira congênita e leitores de braile com um grupo controle de 10 indivíduos de visão intacta. Após análise detalhada, os cientistas observaram mudanças estruturais de conectividade no tálamo, estrutura cerebral cuja uma das principais funções é o processamento da maioria dos sistemas sensitivos, como visão, tato e audição. Também é sua função distribuir esses estímulos sensoriais para diferentes lobos cerebrais.

A pesquisa observou que a área do tálamo dedicada às conexões com o lobo occipital (visão) era menor e mais fraca em indivíduos cegos, dando lugar para a “invasão” de conexões com o lobo temporal (audição), que se mostraram mais fortalecidas do que em indivíduos sem deficiência. Essa foi a primeira vez que estes achados foram observados em seres humanos, e abrem portas para compreendermos mais a fundo as adaptações funcionais comumente observadas em indivíduos com cegueira congênita.

“Uma região no tálamo é responsável por receber informação visual e mandá-la para o lobo occipital, mas nossos achados sugerem que, nos cegos, esse estímulo também é encaminhado para o lobo temporal. Acreditamos que é aí que ocorre a readequação das rotas do sistema visual ao auditivo. Uma adaptação causada pela plasticidade cruzada. Porém, sabe-se que esse processo é bem diferente para os cegos que nasceram com a deficiência quando comparados àqueles que a adquiriram mais tarde na vida. Quanto mais cedo o cérebro é exposto a adversidades, mais a plasticidade é evidente. Por isso que nesta pesquisa estudamos apenas os deficientes visuais que já nasceram com a condição, para entender melhor essa readequação das conexões neurais.”, resume o Dr. Marins, cujos achados do estudo são parte de investigações de longa data e continuidade de sua tese de Doutorado, realizada pelo IDOR, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sua tese foi vencedora do Prêmio Denise Pires de Melhor Tese, oferecido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas (PCM) da UFRJ, além de receber uma Menção Honrosa do Prêmio CAPES de Tese, em 2019.

Os estudos acerca da plasticidade cerebral são uma das principais linhas de pesquisa do IDOR, liderados pela Dra. Fernanda Tovar-Moll, presidente do Instituto e coordenadora do artigo recém-publicado.

“A plasticidade é foco de pesquisas em nosso grupo há muitos anos, e nesse caso de plasticidade cruzada em cegos congênitos, em que áreas distantes do cérebro apresentam essa comunicação, suspeitamos que o fenômeno estaria se originando no tálamo, pois é a estrutura cerebral que conecta diversas regiões corticais distantes entre si, e poderia ser uma área que com pouca alteração da circuitaria axonal [parte do neurônio responsável pela condução dos impulsos elétricos] teria a capacidade de conectar córtices distantes um do outro. Os estudos de neuroimagem nos possibilitam navegar pela estrutura do cérebro e entender melhor a diversidade da plasticidade cerebral, o que também pode pavimentar caminhos para descobertas de, por exemplo, novas iniciativas de reabilitação visual”, comenta a médica radiologista e neurocientista.

Ao serem perguntados por que optaram por selecionar leitores de braile dentre os indivíduos cegos, os autores informaram que existe uma heterogeneidade entre pessoas com deficiência visual, e que muitas vezes por serem consideradas incapazes ou não viverem em locais inclusivos esses indivíduos acabam não estimulando tanto sua plasticidade. Os leitores de braile na maioria das vezes estão mais inseridos socialmente, para além da linguagem, e a inclusão social é um fator essencial que influencia positivamente a maioria dos comprometimentos que envolvem o cérebro, inclusive a depressão e doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.

A escolha por um grupo de pessoas com deficiência visual que viviam essa inclusão ressaltou e facilitou a observação das mudanças ocasionadas pela plasticidade cerebral, mas também abre espaço para outros estudos quantificarem o impacto da inclusão social e de uma vida ativa para as pessoas com deficiência visual, reforçando a importância da criação de políticas públicas de acessibilidade para essa população.

Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu.

23.01.2023

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