Terapia celular: personalização do tratamento imunoterápico para pacientes com câncer

Terapia celular é uma forma de imunoterapia personalizada, que usa as informações genéticas e moleculares do tumor e do paciente para selecionar ou modificar os agentes imunoterápicos mais adequados para cada caso. Esse tratamento visa aumentar a eficácia e diminuir a toxicidade da imunoterapia convencional, que pode ser limitada pela heterogeneidade dos tumores, pela variabilidade dos pacientes e pela resistência aos tratamentos.

  • Vacinas neoantigênicas: Feitas a partir dos neoantígenos do tumor, ou seja, moléculas derivadas de mutações que são exclusivas das células cancerígenas e que podem ser reconhecidas pelo sistema imunológico como estranhas. As vacinas neoantigênicas são produzidas a partir da análise do genoma e do transcriptoma do tumor e do paciente, o que permite identificar os neoantígenos mais imunogênicos e específicos para cada caso. As vacinas neoantigênicas podem ser administradas como peptídeos sintéticos, ácidos nucleicos ou células dendríticas carregadas com os neoantígenos.
  • Células T neoantigênicas: São células T de defesa do paciente que são isoladas e expandidas em laboratório após serem estimuladas com os neoantígenos do tumor. As células T neoantigênicas são selecionadas de acordo com a sua capacidade de reconhecer e se ligar aos neoantígenos mais imunogênicos e específicos para cada caso, que são identificados pela análise do genoma e do transcriptoma do tumor e do paciente. As células T neoantigênicas são infundidas no paciente, onde elas podem atacar e destruir as células cancerígenas que expressam os neoantígenos alvo.
  • Células CAR-T personalizadas: Referem-se às células T do paciente que são modificadas geneticamente em laboratório para expressar um receptor quimérico de antígeno (CAR) personalizado, que é capaz de reconhecer e se ligar a um antígeno específico do tumor. O antígeno alvo é selecionado de acordo com a sua expressão e relevância para cada tipo e subtipo de tumor, que são identificados pela análise do genoma e do proteoma do tumor e do paciente. As células CAR-T personalizadas são multiplicadas em laboratório e depois infundidas no paciente, onde elas podem atacar e destruir as células cancerígenas que expressam o antígeno alvo.

Alguns exemplos de abordagens de imunoterapia adaptativa são:

A terapia celular é uma estratégia terapêutica inovadora e promissora para o tratamento do câncer, que pode oferecer benefícios significativos em termos de resposta, sobrevida e qualidade de vida dos pacientes. No entanto, esse tratamento também apresenta desafios, como a complexidade técnica, o tempo de produção, o custo elevado e a necessidade de monitoramento constante. Além disso, ainda existem poucas indicações na literatura (como linfome e mieloma por exemplo) e há estudos ainda em andamento.  Por isso, é importante que os pacientes com câncer sejam avaliados individualmente e orientados pelo médico oncologista sobre as melhores opções terapêuticas disponíveis para o seu caso.

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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