Mesmo assintomáticas ou com manifestações amenas da COVID-19, crianças podem demonstrar alta carga viral para a doença.
Uma informação amplamente reproduzida durante a pandemia é que as crianças seriam um grupo resistente à infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2 ). Isto não é bem verdade, embora os estudos científicos ainda não saibam claramente por que o vírus age de maneira mais branda ou assintomática naqueles menores de 12 anos. O fato de que na maioria dos casos as crianças infectadas apresentaram um curso benigno da doença – com problemas respiratórios leves ou então sem nenhum sintoma sequer – tem intrigado cientistas de todo o mundo, que buscam saber as razões pelas quais o SARS-CoV-2 se comporta de forma padronizada na população pediátrica.
Publicado no periódico científico Clinical Infectious Diseases, um estudo analisou um caso clínico ocorrido em Singapura. Segundo os médicos, um bebê de 6 meses, assintomático para a COVID-19, foi identificado com alta carga viral após sua mãe e sua cuidadora receberem o diagnóstico da doença. O diagnóstico da criança só foi reconhecido por uma amostra de sua nasofaringe, que mostrou grande quantidade de SARS-CoV-2, mas o bebê quase não deu sinais clínicos de infecção durante a observação. O estudo ressaltou que o comportamento assintomático dificulta as estatísticas sobre o número de casos pediátricos do novo coronavírus, já que a maioria dos testes são endereçados a pessoas sintomáticas, mas isso não exclui o potencial de transmissão e de infecção presente em crianças.
Uma outra pesquisa, realizada na China, analisou o mistério colocando em perspectiva outras doenças cujos sintomas são mais severos em adultos do que em crianças, como a rubéola e a própria SARS, doença causada por outro coronavírus. A publicação sugere que uma hipótese para esse padrão é o fato de crianças possuírem grande quantidade de uma enzima pulmonar, a ECA 2, que é um dos principais alvos do vírus e está diretamente ligada aos mecanismos de proteção do pulmão. Em estudos realizados com animais, foi comprovado que a quantidade desta enzima reduz gradativamente com o envelhecimento dos seres.
Esses achados sobre a população pediátrica expõem uma necessidade de compreender de forma completa o espectro clínico da COVID-19 em crianças, para que se possa otimizar estratégias de contenção da saúde pública. Embora o grupo felizmente não possua alta taxa de mortalidade, a OMS destaca que não podemos relaxar sem dados mais claros sobre o assunto, e é importante saber se o comportamento ameno do vírus em crianças também pode trazer caminhos para gerenciar pacientes com COVID-19 mais grave.
Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu.
13.04.2020
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |