A coinfecção não resultou em casos graves, mas pode gerar cepas mais perigosas
Publicado no fim de fevereiro, no periódico científico Virus Research, um artigo escrito por pesquisadores brasileiros causou grande discussão nacional e internacional sobre a possibilidade de coinfecção entre variantes do novo coronavírus (Sars-CoV-2), isto é, a possibilidade de uma pessoa contrair mais de uma cepa viral ao mesmo tempo.
Através do sequenciamento genético dos vírus presentes em 92 pacientes do Rio Grande do Sul, de ambos os gêneros e com idades entre 14 e 80 anos, a pesquisa tinha o objetivo de estudar quais variantes circulavam no estado, que resultaram em 5 cepas diferentes encontradas. A grande descoberta, porém, foi quando os pesquisadores acabaram identificando também 2 pacientes que apresentaram simultaneamente mais de uma cepa viral, a primeira comprovação no mundo de que a coinfecção é possível na Covid-19.
As pacientes eram duas mulheres, de 32 e 33 anos, que tiveram sintomas leves da doença e que se recuperaram sem hospitalização, o que recusa a hipótese de que a coinfecção resultaria obrigatoriamente na maior severidade da infecção. Uma das pacientes estava infectada por duas linhagens mais antigas do vírus, que estão em circulação desde o início da pandemia, mas a outra apresentou coinfecção com uma cepa mais recente, a chamada P.2, que teve origem no Rio de Janeiro e tem sido associada ao aumento de transmissibilidade.
Se não há indícios científicos de que a coinfecção gera casos mais graves de Covid-19, a preocupação está no possível surgimento de novas variantes do coronavírus, que podem vir a ser mais transmissíveis e mais mortais, a partir da recombinação viral, um processo já descritos para outros vírus com genoma de RNA como o SARS-CoV-2. Além das variantes já descritas, os vírus recombinantes podem trazer uma preocupação ainda maior para o o controle da pandemia e eficácia das vacinas.
No entanto, não há razão para pânico. Essas descobertas são úteis para reiterar a importância das medidas de redução de contágio, como uso de máscaras, distanciamento social e higienização das mãos. Enquanto isso, o movimento de vacinação segue ocorrendo mundo afora e com boas notícias, já que os imunizantes que estão sendo utilizados no Brasil têm se mostrado eficazes contra novas cepas virais, como a amazonense (E484K). E para além da imunização, muitos estudos também estão em andamento para descobrir terapias e medicamentos eficazes contra a doença.
Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu.
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26.03.2021
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