Mais de 180 pesquisadores se reuniram para traçar prioridades e criar estratégias para a ciência brasileira em 16 grandes temas. Especialistas do Instituto D’Or contribuíram com o capítulo sobre cérebro.
Ciência básica; saúde; cérebro; ar, água e solo para a qualidade de vida; biodiversidade; ciências agrárias; mudanças climáticas; cidades sustentáveis e inteligentes; igualdade e inclusão social; energia; recursos minerais; recursos hídricos; ciências do mar; atividades espaciais; novas tecnologias; e inovação foram eleitos temas sobre os quais a comunidade científica brasileira precisa se debruçar. Depois de dois anos de trabalho envolvendo quase duas centenas de pesquisadores dos quatro cantos do país, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) publicou um documento propositivo, com prioridades e estratégias para uma agenda nacional de pesquisa. Jorge Moll Neto, Roberto Lent e Stevens Rehen, pesquisadores do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), colaboraram com o capítulo sobre cérebro.
“É um livro voltado para o futuro, por duas razões. Primeiro, expõe o cenário atual da inovação tecnológica e da pesquisa em várias áreas do conhecimento, de forma acessível ao público leigo, motivando-o a um envolvimento maior com a ciência e a inovação; além disso, propõe políticas públicas para que o Brasil possa se beneficiar da fronteira do conhecimento”, afirma o presidente da ABC, Luiz Davidovich, na apresentação da obra. O trabalho foi coordenado pelo bioquímico Jerson Lima Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e pelo ecólogo José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia, ambos membros titulares da Academia. O livro completo está disponível para download gratuito na página da ABC.
No capítulo sobre neurociências, que contou ainda com a colaboração Esper Abrão Cavalheiro (Universidade Federal de São Paulo), Sidarta Ribeiro (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e João Ricardo Sato (Universidade Federal do ABC), os autores sugerem que a área tem aplicações que vão da saúde – como a identificação de doenças psiquiátricas antes do aparecimento dos sintomas – às tecnologias de inteligência artificial.
“Diferentes estudos de neurociência preocupam-se não apenas em aumentar, de forma consistente, nosso conhecimento sobre a estrutura e o funcionamento do cérebro normal, mas também em desvendar os mecanismos associados a doenças neurológicas e psiquiátricas, como Alzheimer, Parkinson, depressão, esquizofrenia e muitas outras”, escrevem. “O grande interesse nessa área é compartilhado pelos profissionais e pesquisadores em saúde e também pelo setor industrial, para o qual apresenta importantes oportunidades de inovação. O interesse reside no fato de que conhecer melhor o sistema nervoso abre portas para interferir em seu desenvolvimento ou mau funcionamento, por exemplo, prevenindo doenças ou desacelerando o aparecimento de sintomas nocivos. Para além da abordagem médica, a neurociência traz também a possibilidade de um aproveitamento ótimo do cérebro humano na educação e em outras atividades, e da elaboração de dispositivos tecnológicos que pretendam mimetizá-lo”.
Como temas prioritários para esta área de pesquisa, os especialistas indicam a neurociência aplicada à educação, em particular as intervenções simples e de baixo custo que podem proporcionar um desenvolvimento cerebral mais saudável; os distúrbios neurodegenerativos e neuropsiquiátricos; e as neurotecnologias – área de interação entre a neurociência fundamental e aplicada e a indústria, incluindo temas como computação cognitiva, tecnologias de neuromodulação e softwares para análises de dados, entre outros. Sugerem, ainda, a formalização de uma “década do cérebro” (2020-2030), em que haveria políticas públicas específicas para o desenvolvimento das neurociências no Brasil.
“Durante esse período, será recomendável mobilizar os instrumentos de gestão e política científica do país para elaborar um conjunto de ações de fomento, educação e divulgação pública das neurociências, que permita alocar recursos de grande porte”, dizem os autores. “Em particular, será decisivo estimular interações com profissionais de comunicação, artes e ciências humanas, de modo a potencializar a disseminação da relevância da neurociência para a sociedade brasileira”.
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16.11.2018
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