Desde a popularização dos anticoncepcionais hormonais, esses medicamentos têm desempenhado um papel importante no planejamento familiar, permitindo que os casais escolham quando e se desejam engravidar. Além disso, eles podem ser utilizados no tratamento de algumas condições ginecológicas, como cólicas intensas, irregularidade menstrual e acne.
No entanto, ao longo dos anos, surgiram dúvidas e preocupações sobre os possíveis efeitos colaterais desses contraceptivos, sobretudo em relação ao desenvolvimento de câncer. Esta relação é real? Esta e outras questões são esclarecidas ao longo deste texto. Continue a leitura!
Tipos e formas de administração
Os anticoncepcionais hormonais são métodos que utilizam versões sintéticas dos hormônios femininos, estrogênio e progesterona, para prevenir a ovulação e, consequentemente, uma possível gravidez. Além disso, eles tornam o muco cervical mais espesso, dificultando a passagem dos espermatozoides, e alteram o revestimento do útero, tornando-o menos receptivo à implantação do embrião.
Principais tipos de anticoncepcionais hormonais
1. Combinados (estrogênio + progesterona)
- São os mais comuns e, além da contracepção, podem oferecer benefícios como regulação do ciclo menstrual, redução das cólicas e controle da acne.
- Devem ser evitados por mulheres com contraindicação ao estrogênio, como aquelas com histórico de trombose ou que estão amamentando.
2. Somente com progesterona
- Indicado geralmente para mulheres que não podem usar estrogênio.
- Costuma causar menos efeitos colaterais relacionados ao estrogênio, mas pode provocar alterações no padrão menstrual.
Formas de administração
Os anticoncepcionais hormonais apresentam diferentes formas de aplicação, permitindo que cada mulher escolha aquela que melhor se adapta à sua rotina e às suas necessidades:
- Pílula oral: tomada diariamente, é a forma mais conhecida e acessível.
- Injetável: aplicada mensal ou trimestralmente.
- Adesivo transdérmico: colado na pele e trocado semanalmente.
- Anel vaginal: inserido na vagina e liberando hormônios por três semanas.
- Implante subcutâneo: pequeno bastão inserido sob a pele do braço, com duração de até três anos.
- DIU hormonal (dispositivo intrauterino): colocado no útero, libera progesterona por até cinco anos.
A variedade de métodos permite personalização do uso, sempre com acompanhamento médico para garantir máxima segurança e eficácia.
Relação entre anticoncepcionais hormonais e câncer
Estudos recentes indicam que o uso de anticoncepcionais hormonais pode estar associado ao aumento na probabilidade de desenvolver determinados tipos de câncer, como o de mama e o cervical (colo do útero).
Em 2023, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) publicou uma nota sobre um estudo realizado pela revista PLOS Medicine, que analisou dados de mais de 100 mil mulheres. A pesquisa concluiu que o uso atual ou recente de anticoncepcionais hormonais, tanto os combinados (que contêm estrogênio e progestágeno) quanto os de progestágeno isolado, está associado a um aumento relativo de aproximadamente 20% a 30% no risco de câncer de mama. Mas é importante destacar que o risco absoluto permanece baixo, especialmente em mulheres com menos de 50 anos. Por exemplo, para mulheres entre 16 e 20 anos que usaram anticoncepcionais orais por cinco anos, o risco absoluto adicional de câncer de mama é estimado em cerca de 8 casos por 100.000 usuárias.
A Febrasgo ressalta que, como o risco de câncer de mama aumenta com a idade, o impacto do uso de anticoncepcionais hormonais tende a ser menor em mulheres mais jovens. Ou seja, entre aquelas que utilizam o método na juventude, o efeito é discreto.
Outro estudo, publicado na revista Archives of Health, revisou a influência dos contraceptivos hormonais na saúde feminina. Os autores apontaram que o uso prolongado de anticoncepcionais orais pode estar relacionado a um aumento no risco de câncer de colo do útero, especialmente em mulheres infectadas pelo HPV. A probabilidade de ocorrência aumenta com a duração do uso, sendo mais evidente após cinco anos contínuos.
No entanto, os pesquisadores enfatizam que os benefícios dos anticoncepcionais são numerosos e que os possíveis efeitos negativos podem ser minimizados com rastreamento regular, vacinação contra o HPV e uso consciente sob supervisão médica.
Além disso, é importante considerar que os anticoncepcionais hormonais oferecem proteção comprovada contra alguns tipos de câncer, como o de ovário, endométrio e cólon. Esses efeitos protetores devem ser avaliados de forma equilibrada, sempre com orientação médica individualizada.
Diagnóstico precoce e exames preventivos
Mesmo com os avanços da medicina e o uso consciente de anticoncepcionais hormonais, o acompanhamento da saúde feminina continua essencial, principalmente para detecção precoce de alterações corporais que possam indicar câncer.
Quando diagnosticados no início, muitos tipos de câncer apresentam altas chances de cura e possibilitam tratamentos menos agressivos. Por isso, a realização dos exames de rotina recomendados pelo médico é fundamental.
Entre os exames que podem ser indicados, dependendo da idade, histórico de saúde e orientação médica, estão:
- Papanicolau (preventivo)
- Mamografia
- Ultrassonografias
- Colposcopia
- Testes para infecções sexualmente transmissíveis
O acompanhamento regular com um ginecologista permite identificar alterações no ciclo menstrual, dor persistente, nódulos, secreções ou outros sinais que possam indicar a necessidade de investigação. Em alguns casos, o especialista pode sugerir exames adicionais ou a mudança do método contraceptivo, conforme o histórico da paciente.
Alternativas aos anticoncepcionais hormonais
Embora os anticoncepcionais hormonais sejam eficazes e tragam benefícios para muitas mulheres, eles não são a única opção de prevenção da gravidez. Existem métodos não hormonais que podem ser mais indicados para quem deseja evitar a exposição a hormônios sintéticos. Entre eles estão:
- DIU de cobre
- Preservativos
- Diafragma
- Laqueadura
- Vasectomia
Não existe um método “melhor” para todas as mulheres. A escolha depende de diversos fatores, como idade, histórico de saúde, desejo de engravidar no futuro e estilo de vida. Por isso, a decisão deve ser tomada em conjunto com um ginecologista, que poderá avaliar todas as opções e indicar a mais adequada para cada caso.
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Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’Or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim


