Câncer de garganta: o que é, sintomas, diagnóstico, tratamento e relação com HPV
O câncer de garganta é um termo abrangente que se refere a tumores malignos que se desenvolvem na orofaringe. A orofaringe inclui regiões como a base da língua, as amígdalas, palato mole e as paredes da garganta. Essa doença pode afetar diferentes estruturas, impactando funções essenciais como a fala e a deglutição.
Os principais fatores de risco para o câncer de garganta incluem o consumo de tabaco (cigarros, charutos e fumo de mascar), a ingestão excessiva de álcool e a infecção pelo papilomavírus human (HPV). Nos últimos anos, a incidência de câncer orofaríngeo relacionado ao HPV tem aumentado significativamente, especialmente entre indivíduos não tabagistas.
Quais são os sintomas para o câncer de garganta?
Os sintomas do câncer de garganta podem variar conforme a localização e o estágio da doença. Os sinais mais comuns incluem:
- Dor de garganta persistente: dor que não melhora com tratamentos convencionais.
- Dificuldade para engolir (disfagia): sensação de corpo estranho na garganta ou dor ao engolir.
- Alterações na voz: rouquidão ou mudanças na qualidade da voz que persistem por mais de duas semanas.
- Caroços no pescoço: linfonodos aumentados, indicativos de propagação do tumor.
- Perda de peso inexplicada: ocorre sem mudanças na dieta ou rotina.
- Tosse persistente: podendo vir acompanhada de sangue (hemoptise) em casos avançados.
- Dificuldade respiratória: ocorre em tumores que afetam a laringe ou bloqueiam as vias aéreas.
Nas fases iniciais, a doença pode ser assintomática ou apresentar sinais leves, dificultando o diagnóstico precoce. Caso algum desses sintomas persistam por mais de duas semanas, é fundamental procurar um médico especialista, como um otorrinolaringologista ou oncologista.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do câncer de garganta envolve uma avaliação clínica detalhada e exames complementares. Os principais exames incluem:
- Laringoscopia ou nasofibrolaringoscopia: permite visualizar lesões suspeitas na orofaringe e laringe.
- Biópsia: coleta de tecido para análise histopatológica.
- Exames de imagem: tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) ajudam a determinar a extensão do tumor.
- Testes para HPV: tumores HPV-positivos são frequentemente analisados para definir o prognóstico e a estratégia terapêutica.
O tratamento do câncer de garganta depende do estágio da doença e pode incluir:
- Cirurgia: remoção do tumor, podendo envolver a retirada de linfonodos, partes da laringe ou faringe.
- Radioterapia: frequentemente utilizada em estágios iniciais ou como adjuvante à cirurgia.
- Quimioterapia: pode ser combinada à radioterapia em tumores avançados ou adjuvante à cirurgia.
- Terapias-alvo e imunoterapia: em casos específicos, medicamentos como cetuximabe e inibidores de checkpoint imunológico são considerados.
Tumores relacionados ao HPV apresentam um prognóstico mais favorável, com taxas de sobrevida de cinco anos variando de 85% a 95% nos estágios iv
Relação com HPV
A infecção pelo HPV, especialmente pelo subtipo 16, é um fator de risco significativo para o desenvolvimento do câncer de orofaringe. A transmissão ocorre predominantemente por via sexual, incluindo o sexo oral desprotegido. De acordo com estudos epidemiológicos, e dados de um estudo da Cleveland Clinic apontam que indivíduos com histórico de múltiplos parceiros sexuais apresentam um risco aumentado de desenvolver esse tipo de tumor.
A vacinação contra o HPV, amplamente recomendada para adolescentes e adultos já expostos ao vírus, é uma estratégia eficaz na prevenção do câncer orofaríngeo. Estudos indicam que a imunização pode reduzir significativamente a incidência dessas neoplasias a longo prazo.
Prognóstico e expectativa de vida
A evolução do câncer de garganta varia de acordo com o estágio em que a doença é diagnosticada, o tipo de tumor e a resposta ao tratamento. De maneira geral, quando detectado precocemente, as chances de controle da doença e recuperação são significativamente maiores. Já em estágios mais avançados, o tratamento pode se tornar mais complexo, exigindo abordagens combinadas e acompanhamento rigoroso.
Pacientes com tumores associados ao HPV costumam responder melhor às terapias em comparação àqueles cujos tumores estão relacionados ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool.
A conscientização sobre os fatores de risco, sintomas e opções terapêuticas do câncer de garganta é essencial para um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz. A prevenção por meio da vacinação contra o HPV e a redução do consumo de tabaco e álcool desempenham um papel fundamental na diminuição da incidência dessa doença.
Se houver sintomas persistentes por mais de duas semanas, é recomendável procurar um especialista para avaliação e exames adequados.




