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Doença de Castleman: o que é, sintomas e relação com o câncer

A doença ou síndrome de Castleman é uma condição rara que afeta o sistema linfático, responsável por drenar o excesso de fluidos dos tecidos, filtrar agentes infecciosos e ajudar o corpo a responder a infecções. Ela recebeu esse nome em homenagem ao patologista Benjamin Castleman, que descreveu os primeiros casos na década de 1950.

Apesar de não ser classificada como um tipo de câncer, a Doença de Castleman apresenta semelhanças com alguns linfomas, que são tumores do sistema linfático, pois envolve o crescimento anormal dos gânglios linfáticos, também chamados de linfonodos.

Os linfonodos funcionam como “filtros” do corpo, distribuídos em regiões como o pescoço, axilas, tórax e abdômen. Quando comprometidos pela doença, podem aumentar de tamanho, causar inflamações e provocar alterações no sistema imunológico. A condição pode atingir apenas uma área ou várias ao mesmo tempo, o que influencia diretamente a gravidade, a evolução clínica e o tipo de tratamento indicado.

Mesmo sendo rara, a Doença de Castleman pode levar a complicações importantes se não for identificada e tratada adequadamente.

Quais são os tipos?

A Doença de Castleman se apresenta em duas formas principais, que se diferenciam pela extensão do acometimento e pelo padrão clínico:

Doença de Castleman Unicêntrica (DCU)

É o tipo mais comum e geralmente o menos grave. Nesse caso, apenas um grupo de linfonodos é afetado, muitas vezes localizado no tórax ou no abdômen. A DCU frequentemente é descoberta por acaso em exames de imagem feitos por outros motivos, já que pode ser assintomática. O tratamento padrão costuma ser cirúrgico, com remoção do linfonodo envolvido, o que geralmente leva à cura.

Doença de Castleman Multicêntrica (DCM)

Mais rara, agressiva e complexa, acomete vários grupos de gânglios linfáticos simultaneamente, gerando um quadro sistêmico marcado por febre, perda de peso, fadiga, anemia e inflamação generalizada. Em muitos casos, especialmente em pacientes com infecção pelo vírus HHV-8 (vírus herpes humano tipo 8, é um vírus da família dos herpesvírus, a mesma que inclui o herpes simples e o vírus da catapora), a doença pode evoluir rapidamente. O manejo inclui medicamentos imunossupressores, terapias biológicas (como anti–IL-6), antivirais e, em algumas situações, quimioterapia.

Leia também: Quimioterapia serve só para o câncer?

Doença de Castleman é câncer?

Apesar das semelhanças com linfomas, a Doença de Castleman não é considerada um câncer.
Trata-se de uma doença linfoproliferativa, ou seja, caracterizada pela proliferação anormal de células nos gânglios linfáticos, algo que também ocorre em tumores do sistema linfático, mas com mecanismos distintos.

Na forma unicêntrica, o quadro é localizado e geralmente curável com tratamento cirúrgico. Já a forma multicêntrica pode se comportar de maneira mais agressiva, afetando diferentes órgãos e exigindo terapias mais complexas, muitas vezes semelhantes às usadas em doenças hematológicas graves.

Além disso, pacientes com Doença de Castleman multicêntrica, principalmente os casos relacionados ao HHV-8, apresentam risco aumentado de desenvolver certos cânceres, como linfomas e sarcoma de Kaposi.

Quais são os sinais e sintomas?

Os sintomas variam conforme o tipo da doença e a localização dos gânglios comprometidos.

Na forma unicêntrica, o principal sinal costuma ser o aumento de um linfonodo, geralmente indolor, em regiões como pescoço, axila, mediastino ou abdômen.

Já na forma multicêntrica, os sintomas tendem a ser generalizados e mais intensos. Entre os mais comuns estão:

  • Febre persistente
  • Cansaço extremo
  • Suores noturnos
  • Perda de peso sem causa aparente
  • Náuseas e vômitos
  • Aumento difuso dos linfonodos
  • Aumento do fígado ou do baço
  • Dormência nas mãos e nos pés
  • Anemia e alteração de proteínas inflamatórias no sangue.

O que causa a Doença de Castleman?

As causas ainda não são totalmente conhecidas.
Hoje se sabe que:

  • Muitos casos de DCM estão relacionados à infecção pelo HHV-8 (vírus herpes humano tipo 8), especialmente em pessoas imunossuprimidas.
  • Há casos associados a desregulação imunológica, hiperprodução da citocina IL-6, e respostas inflamatórias exageradas.
  • Em alguns pacientes, alterações genéticas e autoimunes podem desempenhar um papel na origem da doença.

A forma unicêntrica, por sua vez, não costuma estar associada ao HHV-8.

A doença de Castleman tem cura?

Depende do tipo:

  • Unicêntrica: na maioria dos casos, a cirurgia que remove o linfonodo afetado é curativa.
  • Multicêntrica: não é considerada curável no sentido tradicional, mas é possível controlá-la com tratamento adequado, especialmente com terapias-alvo que bloqueiam a IL-6 (como siltuximabe) ou modulam o sistema imunológico. Muitos pacientes conseguem estabilizar os sintomas e manter boa qualidade de vida.

O diagnóstico precoce é essencial, pois reduz complicações e melhora o prognóstico.

Doença de Castleman pode matar?

A Doença de Castleman, sobretudo na forma multicêntrica, pode levar a complicações graves quando não diagnosticada e tratada adequadamente. Esse tipo afeta diversos grupos de gânglios linfáticos e pode provocar inflamações intensas, alterações no sistema imunológico e problemas em órgãos vitais.

Já a forma unicêntrica tem um comportamento mais controlado. Quando o gânglio afetado é removido por cirurgia, o paciente costuma apresentar boa recuperação, sem consequências tão graves.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico envolve uma combinação de exames e avaliação clínica. Entre as principais ferramentas estão:

  • Biópsia do linfonodo (padrão-ouro para confirmação)
  • Exames laboratoriais para avaliar inflamação, anemia e função de órgãos
  • Exames de imagem, como tomografia ou ressonância
  • Testes para detectar o vírus HHV-8, especialmente na DCM
  • Avaliação imunológica e investigação de outras causas de linfonodos aumentados

Quais tratamentos podem ser indicados?

O tratamento depende da forma da doença:

  • Unicêntrica: tratamento de escolha é a remoção cirúrgica do linfonodo acometido. Na maioria dos casos, essa intervenção é suficiente e não há necessidade de terapias adicionais.
  • Multicêntrica: exige abordagem mais ampla. Podem ser utilizados:
  • Corticosteroides
  • Tratamentos antivirais (em casos relacionados ao HHV-8)
  • Terapias-alvo, como anticorpos anti–IL-6 (ex.: siltuximabe, tocilizumabe)
  • Imunoterapia ou imunossupressores
  • Quimioterapia em situações mais agressivas ou refratárias.

Se precisar, pode contar com a Oncologia D’Or!

A Oncologia D’Or transforma o cuidado com o câncer por meio de uma rede integrada de clínicas e centros de tratamento presentes em diversos estados do país. Com um corpo clínico especializado e equipes multidisciplinares dedicadas, proporcionamos uma jornada de atendimento que une tecnologia avançada, diagnóstico ágil e tratamentos personalizados.

Como parte da Rede D’Or, a maior rede de saúde da América Latina, garantimos acesso às estruturas hospitalares mais modernas e aos avanços científicos que fazem a diferença na vida dos pacientes.

Nosso compromisso é oferecer excelência, conforto e segurança em todas as etapas do tratamento oncológico, promovendo saúde e qualidade de vida.

Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim

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