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É possível que algum exame de sangue possa detectar câncer?

Embora o hemograma completo e outros exames de sangue possam fornecer informações e ajudar na detecção de anomalias que exigem investigação adicional, não é possível detectar o câncer de intestino pelo hemograma completo. Os exames mais eficazes para essa finalidade incluem a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia.

O câncer colorretal, que inclui os câncer de cólon e reto, está entre as neoplasias mais frequentes no Brasil e no mundo. A detecção precoce desempenha um papel crucial no aumento das taxas de sobrevivência.

Embora os exames de sangue não sejam ferramentas diagnósticas definitivas, eles podem oferecer indícios importantes que direcionam a investigação clínica. Isso nos leva à seguinte questão: quais exames de sangue podem contribuir para detectar o câncer de intestino?

É possível detectar o câncer de intestino pelo hemograma completo?

Hemograma completo

O hemograma completo pode apontar indícios de problemas relacionados ao câncer de intestino, como anemia causada por sangramento crônico no trato intestinal.

Essa anemia é, geralmente, do tipo ferropriva e pode ser um sinal de alerta em pacientes com outros fatores de risco para o câncer colorretal. No entanto, o hemograma não confirma o diagnóstico, apenas sugere a necessidade de investigações mais aprofundadas.

Marcadores tumorais

Dois marcadores sanguíneos, o CEA (antígeno carcinoembrionário) e o CA 19-9, são utilizados para monitorar pacientes diagnosticados com câncer colorretal, mas têm aplicação limitada no rastreamento da doença.

Esses marcadores não são suficientemente específicos para o diagnóstico precoce, já que podem estar elevados por outras condições, como inflamações ou doenças benignas. Por isso, não são indicados como método de triagem em populações assintomáticas.

Exames moleculares

Recentemente, avanços em exames moleculares permitiram identificar alterações genéticas ou mutações relacionadas ao câncer colorretal em amostras de sangue, conhecidas como biópsia líquida. Esses testes analisam o DNA tumoral circulante e podem detectar alterações específicas associadas ao câncer.

Embora promissores, esses exames ainda possuem limitações, como sensibilidade e especificidade variáveis, e não substituem os métodos convencionais para detecção inicial, como a colonoscopia.

Importância do rastreamento

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) recomenda que o rastreamento do câncer de intestino seja feito prioritariamente por colonoscopia ou pelo teste de sangue oculto nas fezes em pessoas com idade acima de 50 anos ou com histórico familiar da doença. Esses métodos são mais eficazes para identificar lesões precursoras, como pólipos, e prevenir o avanço da doença.

Pesquisa de sangue oculto nas fezes

Um dos exames mais relevantes para a detecção do câncer de intestino é a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Este teste analisa amostras fecais em busca de vestígios de sangue que não são visíveis a olho nu. Um resultado positivo pode indicar a presença de pólipos ou tumores, mas não confirma o câncer.

Caso o exame indique a presença de sangue oculto, a colonoscopia é necessária para uma avaliação mais detalhada e para confirmar ou descartar a presença de tumor.

Colonoscopia: o Padrão Ouro

A  colonoscopia é considerada o método padrão para o diagnóstico do câncer colorretal. Durante esse exame, um tubo flexível com uma câmera é inserido no reto para visualizar todo o cólon. Além disso, permite a remoção de pólipos e biópsias que podem ser analisadas em laboratório. Embora seja um procedimento invasivo e possa causar desconforto, sua eficácia na detecção precoce do câncer é inigualável.

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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