O feocromocitoma é um tipo raro de tumor que se desenvolve, na maioria das vezes, nas glândulas adrenais, duas pequenas estruturas localizadas acima dos rins e responsáveis pela produção de hormônios essenciais, como adrenalina, noradrenalina e, em menor grau, dopamina. Esses hormônios fazem parte do sistema de resposta ao estresse e ajudam a regular funções importantes, como a pressão arterial e os batimentos cardíacos.
Embora a maior parte dos feocromocitomas seja benigna, o tumor provoca uma produção excessiva e persistente dessas substâncias, o que pode gerar alterações significativas no organismo. Os principais sintomas surgem justamente devido a esse excesso hormonal. Entre os mais comuns estão: pressão alta (que pode ser contínua ou em crises), batimentos cardíacos acelerados (taquicardia), sudorese intensa, dor de cabeça, tremores, palidez, ansiedade, sensação de pânico e alterações visuais.
Quanto às causas, o feocromocitoma pode ocorrer de forma isolada, sem um motivo definido, mas cerca de 30% a 40% dos casos estão associados a síndromes genéticas hereditárias. Entre elas, destacam-se a Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 2 (MEN2), a Doença de Von Hippel-Lindau, a Neurofibromatose tipo 1 e as mutações nos genes da família SDHx. Por isso, o histórico familiar e a investigação genética são partes importantes da avaliação. A condição é mais comum entre adultos jovens, geralmente entre 20 e 50 anos.
Gravidade e possíveis complicações
O feocromocitoma é considerado uma condição potencialmente grave, especialmente quando não diagnosticado ou tratado adequadamente. Apesar de benigno na maior parte dos casos, seu impacto sobre o corpo pode ser significativo devido à descarga excessiva e descontrolada de catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina).
Esses hormônios são os mesmos liberados em situações de estresse extremo e provocam aumento da pressão arterial, aceleração dos batimentos cardíacos e alteração de diversas funções metabólicas. Quando essa liberação acontece de forma contínua ou em crises repentinas, podem surgir complicações sérias, como:
- Crises hipertensivas;
- Arritmias cardíacas;
- Infarto agudo do miocárdio;
- Acidente vascular cerebral (AVC);
- Edema agudo de pulmão;
- Insuficiência renal;
- Choque cardiogênico em casos extremos.
A gravidade do quadro depende principalmente de:
- Tamanho e localização do tumor;
- Intensidade e frequência das crises;
- Tempo para diagnóstico e início do tratamento;
- Presença de síndromes genéticas;
- Potencial de malignidade (em cerca de 10% dos casos, o tumor é maligno).
Principais sinais de alerta
Alguns feocromocitomas são pequenos e podem permanecer silenciosos por anos. Porém, quando os hormônios são liberados em excesso, surgem sinais que exigem avaliação médica rápida. Entre eles:
- Picos súbitos e muito elevados de pressão arterial;
- Taquicardia e palpitações;
- Dores de cabeça intensas e recorrentes;
- Náuseas e vômitos;
- Dor abdominal ou torácica;
- Sudorese intensa sem causa aparente;
- Palidez com pele fria e úmida;
- Perda de peso inexplicável.
Esses sintomas podem se apresentar em crises breves, de minutos a horas, frequentemente desencadeadas por estresse, exercícios físicos, mudanças posturais, medicações ou até manipulação do tumor. Ignorar esses sinais aumenta o risco de complicações graves.
O tratamento do feocromocitoma
A cirurgia para remoção do tumor (adrenalectomia) é o tratamento de escolha e, na maioria dos casos, cura a condição. Antes da operação, é fundamental preparar o paciente com medicamentos específicos, como bloqueadores alfa e, posteriormente, beta-bloqueadores, para estabilizar a pressão arterial e os batimentos cardíacos , um passo essencial para reduzir complicações cirúrgicas.
Em situações em que o tumor é maligno, inoperável ou recidivante, outras terapias podem ser indicadas, como:
- Radioterapia dirigida (como MIBG radioativo ou terapias com lutécio-177);
- Quimioterapia especializada (por exemplo, CVD: ciclofosfamida, vincristina e dacarbazina);
- Terapias alvo e imunoterapia em casos selecionados;
- Ablação e embolização, dependendo da localização e vascularização do tumor.
A escolha do tratamento depende de fatores como tamanho, localização, risco de malignidade e presença de metástases.
A importância do acompanhamento contínuo
Mesmo após a cirurgia, o acompanhamento médico é indispensável. Em alguns casos, o feocromocitoma pode voltar (recidiva) ou surgir em outro local, especialmente quando há mutações genéticas associadas.
Durante o seguimento, geralmente são realizados:
- Exames de sangue e urina para medir níveis de catecolaminas e metanefrinas;
- Exames de imagem periódicos;
- Avaliações cardiológicas;
- Monitoramento de pressão arterial.
Esse cuidado permite identificar precocemente qualquer alteração e aumentar a eficácia de novas intervenções, se forem necessárias.
O suporte multidisciplinar também é fundamental. Pacientes com feocromocitoma costumam ser acompanhados por endocrinologistas, cardiologistas, nefrologistas, oncologistas e, quando indicado, geneticistas. Esse trabalho conjunto ajuda a prevenir complicações, orientar o paciente e garantir uma melhor qualidade de vida.
Manter o acompanhamento regular é essencial para detectar mudanças precoces, reduzir riscos e garantir mais segurança ao longo do tempo.
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Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim


