Mutações, variantes, linhagem e cepa: o que precisamos saber sobre o universo dos vírus?

Mutação

Todo ser é formado por um material genético, que define a sua identidade.Assim acontece com o vírus SARS-CoV-2 (causador da COVID – 19). A mutação acontece quando uma mudança ocorre nesse material genético, geralmente de forma aleatória. A frequência com que as mutações ocorrem varia de acordo com o tipo de vírus, e as mutações não necessariamente dão origem a um vírus com maior capacidade de infecção e de duplicação no hospedeiro. Muitas vezes ocorre exatamente o contrário.

Se a mutação facilitar a sobrevivência do vírus, ela irá se sobrepor à versão anterior do vírus, infetando um número maior de pessoas. Nesse caso, o vírus adquiriu uma vantagem adaptativa pela mutação. Pesquisadores em todo o mundo acompanham o caminho das transmissões e realizam o mapeamento genético ao longo do desenvolvimento da pandemia, monitorando a ocorrência das mutações e quais impactos as novas versões podem causar no desfecho da doença.

Variantes

Quando a alteração no material genético começa a aparecer inúmeras vezes em uma população, e assume um comportamento “fixo”de recorrência, isso configura uma variante do vírus. Um vírus original pode dar origem a diversas variantes, cada uma com alterações diferente. No caso do SARS-CoV-2, as variantes continuam sendo o mesmo vírus, porém com alterações no seu material genético. Ao longo da pandemia foram identificadas ao menos 3 variantes importantes que facilitam a transmissão, ou seja, aumentam as chances de entrada do vírus na célula, sem alterar a gravidade da doença. Estas variantes foram identificadas a Inglaterra, África do Sul e no Brasil, especificamente em Manaus.

Linhagem

O conjunto de variantes que surgiram de um vírus original comum forma uma linhagem.

Cepa

A cepa é uma variante ou um grupo de variantes dentro de uma linhagem que se comportam um pouco diferente do vírus original. Quando, dentro dessas variantes, há um grupo de variantes que se comportam de maneira diferente – que causa um desfecho diferente dentro do curso da pandemia – que é diferente do vírus original, tem-se uma cepa.

Até o momento, os estudos mostram que as vacinas em testes ou já em uso conseguem garantir algum grau de proteção.Porém, quanto mais o vírus circular entre a população, maior será a chance de novas mutações aparecerem, não sendo possível estimar o grau de proteção que as vacinas irão proporcionar. Para que as vacinas consigam garantir uma proteção efetiva e servir como barreira para a proliferação da doença, é essencial bloquear a circulação do vírus e inibir sua multiplicação.Isto é, manter as medidas de isolamento social.

Compartilhe este artigo