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O que é a doença de von Hippel-Lindau (VHL)?

A doença de von Hippel-Lindau (VHL) é uma condição genética rara que predispõe o indivíduo ao desenvolvimento de múltiplos tumores e cistos, tanto benignos quanto malignos, em diferentes partes do corpo. Essas formações costumam surgir em regiões como o cérebro, medula espinhal, olhos, rins, glândulas suprarrenais e pâncreas.

Uma das principais características da doença é o aparecimento de hemangioblastomas, que são aglomerados anormais de vasos sanguíneos. Embora geralmente sejam tumores benignos, eles podem causar complicações neurológicas ou visuais importantes, dependendo da localização, do número e do tamanho das lesões.

Além disso, pessoas com VHL apresentam maior risco de desenvolver outros tumores, como o carcinoma de células renais (um tipo de câncer renal), o feocromocitoma (tumor da glândula suprarrenal que pode elevar a pressão arterial) e cistos ou tumores neuroendócrinos pancreáticos. Essas alterações costumam surgir entre os 10 e os 30 anos de idade, embora o diagnóstico possa ocorrer mais tarde, conforme o tipo de manifestação clínica.

Apesar de não ter cura, a detecção precoce e o acompanhamento médico multidisciplinar são fundamentais para controlar a evolução da doença, reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Causas

A causa da doença de von Hippel-Lindau está relacionada a uma alteração genética hereditária. Ela ocorre devido a uma mutação no gene VHL, localizado no cromossomo 3p25-26, responsável por produzir uma proteína (pVHL) que regula o crescimento celular e a formação de vasos sanguíneos.
Quando esse gene sofre mutação, essa regulação falha, permitindo que as células se multipliquem de maneira descontrolada e que se formem tumores e cistos em diferentes órgãos.

A VHL é uma condição autossômica dominante, o que significa que basta uma cópia alterada do gene (herdada do pai ou da mãe) para que a doença se manifeste. Assim, uma pessoa portadora da mutação tem 50% de chance de transmiti-la a cada filho.
Cerca de 20% dos casos, porém, resultam de mutações espontâneas, ou seja, surgem sem histórico familiar conhecido.

Vale ressaltar que a expressão da doença é muito variável: nem todas as pessoas com a mutação apresentam os mesmos tipos de tumores ou a mesma gravidade, podendo haver diferenças até entre membros da mesma família.

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas da VHL dependem do tipo, da localização e do tamanho dos tumores.

Nos casos de hemangioblastomas cerebelares ou medulares, podem ocorrer dor de cabeça persistente, tontura, fraqueza muscular, perda de equilíbrio e visão turva. Quando os hemangioblastomas afetam a retina, há risco de perda progressiva da visão.

Já o carcinoma de células renais pode causar dor lombar, sangue na urina (hematúria), fadiga e perda de peso inexplicada.
Os feocromocitomas, por sua vez, costumam provocar hipertensão arterial de difícil controle, sudorese intensa, palpitações, tremores, ansiedade e dores de cabeça fortes.

Outros sintomas possíveis incluem fadiga, perda de apetite, alterações auditivas (como zumbido ou perda de audição), problemas de coordenação motora, desconforto abdominal e, em alguns casos, glaucoma.
Alguns tumores, especialmente os cistos pancreáticos e renais, podem permanecer assintomáticos por longos períodos, sendo descobertos apenas em exames de rotina.

Por isso, o acompanhamento médico regular, especialmente em pessoas com histórico familiar da doença, é essencial para a detecção precoce e a prevenção de complicações graves.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença de von Hippel-Lindau começa pela avaliação clínica detalhada e pela investigação do histórico familiar. A suspeita clínica costuma ser levantada quando há mais de um tumor típico da VHL (como hemangioblastomas, cistos pancreáticos ou carcinoma renal) em um mesmo paciente ou entre familiares de primeiro grau.

Para identificar os tumores e cistos associados, são realizados exames de imagem como ressonância magnética, tomografia computadorizada e ultrassonografia, além de exames oftalmológicos e audiológicos para monitorar possíveis alterações nos olhos e ouvidos.

O teste genético molecular é o método mais preciso para confirmar o diagnóstico. Ele permite detectar mutações no gene VHL e também pode ser oferecido a familiares de pessoas afetadas, mesmo antes do aparecimento dos sintomas.

A confirmação genética possibilita que a equipe médica elabore um plano de acompanhamento personalizado, com rastreamentos periódicos, intervenções precoces e aconselhamento genético, essencial para orientar o planejamento familiar e reduzir os riscos associados à doença.

Tratamento

Embora a doença de von Hippel-Lindau não tenha cura definitiva, seus tumores e cistos podem ser tratados com sucesso, especialmente quando identificados precocemente. O tratamento varia conforme o tipo, a localização, o tamanho e o comportamento das lesões, bem como de acordo com o impacto clínico de cada uma delas.

Os principais objetivos são controlar o crescimento tumoral, prevenir complicações e preservar a função dos órgãos afetados.
Entre as abordagens utilizadas estão:

  • Cirurgias para remoção de tumores cerebrais, medulares, renais ou pancreáticos;
  • Radiocirurgia ou radioterapia em casos selecionados, especialmente quando a cirurgia não é possível;
  • Terapias a laser para hemangioblastomas da retina;
  • Tratamento farmacológico direcionado, como o belzutifano, aprovado recentemente para casos de carcinoma renal e outros tumores associados à VHL, por atuar no controle da via do HIF-2α (hipóxia-inducible factor).

O manejo ideal da doença requer um acompanhamento multidisciplinar, envolvendo oncologistas, geneticistas, neurocirurgiões, nefrologistas, endocrinologistas e oftalmologistas, entre outros profissionais. Essa abordagem integrada é essencial para garantir o monitoramento contínuo e a melhor qualidade de vida possível aos pacientes com VHL.

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A Oncologia D’Or transforma o cuidado com o câncer por meio de uma rede integrada de clínicas e centros de tratamento presentes em diversos estados do país. Com um corpo clínico especializado e equipes multidisciplinares dedicadas, proporcionamos uma jornada de atendimento que une tecnologia avançada, diagnóstico ágil e tratamentos personalizados.

Como parte da Rede D’Or, a maior rede de saúde da América Latina, garantimos acesso às estruturas hospitalares mais modernas e aos avanços científicos que fazem a diferença na vida dos pacientes.

Nosso compromisso é oferecer excelência, conforto e segurança em todas as etapas do tratamento oncológico, promovendo saúde e qualidade de vida.

Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim

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