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Qual o procedimento para limpeza de cateter de quimioterapia?

A limpeza e a manutenção do cateter são essenciais para garantir que os pacientes em tratamento quimioterápico tenham um tratamento seguro e eficaz. A adesão rigorosa às práticas recomendadas protege a saúde dos pacientes e melhora os resultados clínicos ao longo do tratamento.

A limpeza e manutenção adequadas dos cateteres de quimioterapia são cruciais para garantir a eficácia do tratamento e a segurança do paciente. Procedimentos de manutenção bem executados previnem complicações e promovem a permeabilidade do dispositivo. Neste artigo, vamos explorar como é realizada a limpeza do cateter, a importância desse cuidado e as consequências da falta de higienização adequada.

Como é feita a limpeza do cateter?

A manutenção de cateteres é um procedimento técnico que envolve diversas etapas, sendo fundamental que seja realizado por profissionais de saúde treinados, como enfermeiros especializados. A limpeza do cateter é essencial para garantir sua permeabilidade e prevenir obstruções, além de evitar infecções e outras complicações. O processo normalmente envolve a irrigação do cateter com uma solução salina (cloreto de sódio a 0,9%) para manter o dispositivo funcional e livre de obstruções. A técnica chamada flushing é fundamental para o sucesso do procedimento, já que envolve a injeção manual de solução salina para remover resíduos e prevenir a formação de coágulos. Pode-se utilizar ainda a heparina para manutenção do cateter. A decisão sobre o uso de heparina ou solução salina deve ser baseada em uma avaliação clínica individualizada, considerando fatores como o risco de trombose, histórico de reações adversas à heparina e protocolos institucionais.

Etapas do procedimento:

  1. Preparação: Lavar bem as mãos e reunir os materiais necessários, incluindo uma seringa estéril e solução salina (cloreto de sódio a 0,9%) e/ou heparina. A assepsia é fundamental para evitar contaminações.
    2. Aspiração: Conectar uma seringa vazia ao hub do cateter e aspirar suavemente para verificar a presença de refluxo sanguíneo. Isso confirma que o cateter está funcional e não há obstruções.
    3. Irrigação: Desconectar a seringa utilizada para aspiração e conectar uma nova seringa preenchida com solução salina. A irrigação, ou flushing, é realizada injetando a solução lentamente para limpar o interior do cateter.
    4. Desinfecção: Limpar o hub do cateter com álcool 70% para garantir a assepsia antes de conectar qualquer dispositivo ou administrar medicamentos.

A frequência da limpeza depende do tipo de cateter utilizado. Para cateteres centrais de longa permanência como Port-A-Cath a recomendação geral é que, quando o cateter não está em uso para infusões, ele deve ser lavado com solução salina e heparina a cada 4 a 6 semanas, conforme orientações de especialistas.

O que acontece se não limpar o cateter?

A falta de limpeza adequada do cateter pode resultar em diversas complicações graves, que podem comprometer a eficácia do tratamento e a saúde do paciente. Entre os principais riscos, destacam-se:

Obstrução do cateter: a falta de manutenção pode levar à formação de coágulos sanguíneos ou acúmulo de substâncias dentro do cateter, bloqueando o fluxo sanguíneo e dificultando ou até impossibilitando a administração de medicamentos essenciais.

Infecções: cateteres mal mantidos podem servir como ponto de entrada para microorganismos patogênicos, aumentando o risco de infecções locais, como a infecção relacionada a dispositivos (nosocomial). Essas infecções podem se espalhar pela corrente sanguínea e resultar em septicemia, uma condição potencialmente fatal.

Perda do dispositivo: em casos extremos, um cateter que se tornou obstruído ou infectado pode precisar ser removido e substituído, o que implica em procedimentos invasivos adicionais para o paciente. Isso não só aumenta o risco de complicações, mas também prolonga o tempo de recuperação e o sofrimento do paciente.

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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