O sexo anal ainda é rodeado de dúvidas, tabus e desinformação. Uma pergunta recorrente entre pacientes e profissionais da saúde é se ele está ligado ao câncer. O ato, por si só, não “vira” câncer, porém pode aumentar a probabilidade de condições que favorecem o aparecimento da doença, especialmente quando não há cuidados com a saúde sexual. Abaixo explicamos de forma clara a relação entre sexo anal e câncer anal.
O que é câncer anal?
O câncer anal é um tumor maligno que se desenvolve no canal anal, a porção final do intestino responsável pela eliminação das fezes. É menos comum que o câncer colorretal, mas sua incidência tem apresentado aumento em várias regiões. No Brasil, levantamentos recentes mostraram cerca de 38 mil internações por câncer de ânus e canal anal entre 2015 e outubro de 2024, segundo dados compilados a partir do Sistema Único de Saúde (SUS).
Esse tumor surge quando células da região anal se multiplicam de forma descontrolada e formam um nódulo. Na maioria dos casos o desenvolvimento do câncer anal está fortemente associado à infecção persistente por tipos de alto risco do papilomavírus humano (HPV). Homens e mulheres podem ser afetados.
Sexo anal pode causar câncer?
Dizer que sexo anal causa câncer é uma simplificação incorreta , é errado dizer que o ato em si seja diretamente cancerígeno. No entanto, o sexo anal receptivo aumenta o risco de transmissão do HPV para a mucosa anal, que é mais vulnerável a microlesões durante a relação, sobretudo quando não se usa preservativo. E a infecção persistente por tipos oncogênicos de HPV (em especial o HPV-16) é um dos principais fatores ligados ao surgimento do câncer anal. Assim, há uma associação indireta: o comportamento sexual que facilita a transmissão do HPV aumenta o risco de câncer anal.
Quais outros fatores estão associados ao câncer de ânus?
Além da infecção por HPV, fatores que elevam a probabilidade de desenvolver câncer anal incluem:
- Tabagismo;
- Imunossupressão (por exemplo, pessoas com HIV ou que usam medicamentos que suprimem o sistema imune);
- Histórico de outras neoplasias associadas ao HPV ou de infecções sexualmente transmissíveis;
- Múltiplos parceiros sexuais e práticas sexuais de risco;
- Doenças ou condições locais que causem inflamação crônica do ânus, como fístulas anais e doença de Crohn com acometimento perianal.
A presença de um ou mais desses fatores não determina que a pessoa terá câncer, mas aumenta a probabilidade. Por isso é importante a vigilância e acompanhamento médico.
Quais são os sintomas?
No início o câncer anal pode ser silencioso. Com o tempo, os sinais mais comuns incluem:
- Sangramento anal;
- Coceira, ardor ou inchaço na região perianal;
- Dor ou desconforto, especialmente ao evacuar;
- Nódulo ou caroço ao redor do ânus;
- Mudanças no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre);
- Sensação de peso ou pressão anal.
Esses sintomas também podem ocorrer em condições benignas — hemorroidas, fissuras e infecções, mas qualquer alteração persistente deve ser avaliada por um médico.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
O diagnóstico começa com avaliação clínica (inspeção e toque retal) e, quando indicado, exames como anuscopia com coleta de material para biópsia do tecido suspeito. Exames de imagem (ressonância magnética e tomografia) são utilizados para definir a extensão local e regional da doença, a ressonância é frequentemente preferida para estadiamento local. Guias clínicos recomendam biópsia histológica para confirmação e uso de imagens para planejar tratamento.
O tratamento depende do estágio e do tipo histológico. Para os carcinomas escamosos do canal anal, o padrão consagrado em muitos casos é a quimiorradioterapia (combinação de quimioterapia e radioterapia) preservadora do ânus; a cirurgia é reservada para casos selecionados ou recorrentes. Em situações extensas pode ser necessária cirurgia ablativa e, eventualmente, colostomia. O plano terapêutico é individualizado e coordenado por equipe multidisciplinar (oncologia clínica, radioterapia, cirurgia, imagem e patologista).
Como prevenir o câncer de ânus?
Medidas eficazes para reduzir o risco incluem:
- Vacinação contra o HPV (a vacina previne infecções pelos tipos de alto risco mais associados a neoplasias);
- Uso consistente de preservativo em relações anais e genitais para reduzir transmissão de HPV e outras ISTs;
- Evitar o tabagismo;
- Acompanhamento médico regular, especialmente para pessoas com fatores de risco (por exemplo, portadores de HIV, pacientes com doença inflamatória intestinal perianal ou histórico de lesões por HPV);
- Buscar avaliação médica em caso de sintomas persistentes.
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Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim


