Imunofenotipagem – Diversos Materiais

O exame de imunofenotipagem é uma metodologia que permite analisar qual o “perfil” das células de uma amostra, ou seja, identificar quais tipos de células estão presentes, suas características e proporções, com base em marcadores específicos de superfície, citoplasma ou núcleo celular.

Essa técnica permite diferenciar células que podem parecer semelhantes em microscopia convencional, mas que apresentam diferenças moleculares, por exemplo, distinguir subtipos de linfócitos ou células cancerígenas versus células normais.

Em materiais sólidos (tecidos), frequentemente utiliza-se a imunohistoquímica, enquanto em amostras líquidas (como sangue ou medula óssea) predomina a técnica citometria de fluxo.

A imunofenotipagem serve para o diagnóstico e a classificação de doenças hematológicas, como leucemias, linfomas e mielomas, identificando a linhagem celular (por exemplo, linfoide B ou T, mieloide) e o estágio de maturação. Também auxilia a diferenciar alterações benignas de malignas em casos de linfocitose ou outras alterações nas células sanguíneas.

Outro uso importante é a avaliação da presença de doença residual mínima (DRM), ou seja, o rastreamento de células residuais após o tratamento, o que contribui diretamente para a definição do plano terapêutico. Além disso, permite monitorar a resposta ao tratamento, a recorrência ou a progressão da doença hematológica.

A técnica também é aplicada na avaliação de imunodeficiências e doenças do sistema imunológico, já que possibilita a caracterização de subpopulações de células imunológicas, como linfócitos T, B, NK, entre outras. Por fim, pode ser empregada em estudos de tecidos alterados (em biópsias), a fim de determinar a presença de infiltração celular anormal, auxiliando no diagnóstico de tumores linfoproliferativos.

A imunofenotipagem pode ser feita a partir de sangue periférico, medula óssea ou fragmentos de tecido obtidos por biópsia, dependendo do objetivo da investigação. Após a coleta, as células são preparadas em laboratório e marcadas com anticorpos ligados a substâncias fluorescentes, que permitem identificar antígenos por meio de citometria de fluxo. Em tecidos sólidos, pode ser utilizada a imunohistoquímica, analisada ao microscópio.

Os resultados costumam sair em 24 a 48 horas para sangue e outros materiais líquidos, mas podem demorar mais em casos de biópsia de medula óssea ou tecidos, devido ao preparo adicional. O exame não envolve radiação: a coleta de sangue é pouco invasiva, enquanto a retirada de medula ou tecidos é mais invasiva e pode exigir anestesia local ou geral.

Não existe um único valor de referência universal para Imunofenotipagem, porque ela analisa subpopulações celulares (por exemplo, percentuais ou contagens absolutas de linfócitos T CD4+, CD8+, células B, células NK etc.). Esses valores variam conforme idade, gênero, etnia, método laboratorial e população de referência.

Os especialistas que frequentemente solicitam imunofenotipagem incluem hematologistas, oncologistas, imunologistas,  alergologistas, patologistas e anatomopatologistas, além de internistas e clínicos gerais.