O adenocarcinoma de próstata é o tipo mais comum de tumor maligno que acomete a próstata — glândula do sistema reprodutor masculino responsável pela produção de parte do líquido seminal.
Esse tipo de câncer se origina nas células glandulares do tecido prostático, responsáveis pela secreção do fluido que protege e nutre os espermatozoides. Por se tratar de uma neoplasia maligna, o adenocarcinoma de próstata possui potencial para crescimento local, invasão de estruturas adjacentes e disseminação para outras partes do corpo, principalmente por via linfática e hematogênica, formando metástases.
O que é adenocarcinoma de próstata?
O adenocarcinoma de próstata é um tipo de câncer que se desenvolve nas células glandulares da próstata, caracterizando-se pelo crescimento anormal e descontrolado dessas células, que perdem suas funções fisiológicas normais.
Esse tipo de tumor representa mais de 95% dos casos de câncer de próstata, sendo o subtipo acinar usual o mais frequente. O diagnóstico costuma ser feito por meio de exames de rastreamento, como o toque retal e a dosagem do PSA (antígeno prostático específico). Quando há suspeita, realiza-se uma biópsia prostática transretal ou transperineal guiada por imagem para confirmação histopatológica.
O adenocarcinoma de próstata é maligno?
Sim, o adenocarcinoma de próstata é uma neoplasia maligna. Isso significa que ele pode crescer de forma invasiva e metastatizar para linfonodos regionais, ossos (especialmente coluna, pelve e costelas) e, em fases mais avançadas, órgãos.
A agressividade do tumor é avaliada por meio do sistema de escore de Gleason, que classifica os padrões glandulares das células tumorais observadas ao microscópio. A pontuação varia de 6 a 10 (pela soma dos dois padrões predominantes), sendo que escores mais altos indicam maior agressividade e pior prognóstico.
Quais são os tipos de câncer de próstata?
Embora o adenocarcinoma seja de longe o tipo mais prevalente, existem outros subtipos histológicos raros de câncer de próstata:
Adenocarcinoma acinar usual
É o tipo mais comum, originado nas células glandulares da próstata. Representa a maioria dos casos diagnosticados.
Adenocarcinoma ductal
Menos frequente, surge nos ductos prostáticos. É geralmente mais agressivo que o tipo acinar e pode estar associado a um pior prognóstico.
Carcinomas neuroendócrinos
Incluem o carcinoma de pequenas células (small cell) e outros tumores neuroendócrinos. São raros, de comportamento agressivo e geralmente não produzem PSA.
Carcinomas de células escamosas ou transicionais
Extremamente raros, esses tumores não se originam nas células glandulares e apresentam comportamento clínico diferente, com menor resposta às terapias convencionais.
É importante ressaltar que mais de 95% dos cânceres de próstata diagnosticados correspondem ao tipo adenocarcinoma, com predomínio do subtipo acinar usual.
Fatores de risco e sintomas
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do adenocarcinoma de próstata incluem:
- Idade avançada: o risco aumenta significativamente após os 50 anos.
- Histórico familiar: parentes de primeiro grau com câncer de próstata aumentam o risco de desenvolvimento.
- Etnia negra: homens negros apresentam maior incidência e tendem a desenvolver formas mais agressivas da doença.
- Fatores genéticos: mutações nos genes BRCA1/BRCA2, HOXB13 e outros também estão associados a risco elevado.
Na maioria dos casos, o câncer de próstata é assintomático em seus estágios iniciais. Quando os sintomas aparecem, geralmente indicam que a doença está mais avançada. Os sinais clínicos podem incluir:
- Dificuldade para urinar ou jato urinário fraco
- Polaciúria (aumento da frequência urinária), especialmente à noite
- Hematúria (sangue na urina)
- Dor óssea, principalmente na coluna ou pelve (indicando metástases)
- Perda de peso inexplicada ou fadiga
Tratamento
O tratamento do adenocarcinoma de próstata é individualizado e depende de fatores como o estágio clínico, o grau de agressividade (Gleason e classificação ISUP), o nível de PSA, o estado geral do paciente e a presença ou não de metástases.
As principais opções terapêuticas incluem:
- Vigilância ativa: indicada para tumores de baixo risco em pacientes com expectativa de vida longa.
- Prostatectomia radical: remoção cirúrgica da próstata, indicada em casos localizados e com bom estado geral.
- Radioterapia externa ou braquiterapia: alternativa à cirurgia para doença localizada.
- Terapia de privação androgênica (hormonioterapia): usada principalmente em caso de doença localmente avançada ou metastática.
- Quimioterapia: reservada para doença resistente à castração (câncer de próstata resistente à privação androgênica).
- Terapias-alvo e imunoterapia: em investigação ou já aprovadas para casos específicos, como mutações genéticas associadas.
O seguimento deve ser feito em conjunto com o urologista e o oncologista clínico, visando à definição da melhor abordagem terapêutica e ao monitoramento contínuo da doença.
Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’Or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim


