O câncer de pulmão está entre os tipos de câncer mais frequentes e é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Ele surge quando células do pulmão passam a se multiplicar de forma anormal e descontrolada, formando tumores. Na maioria dos casos existe associação com o tabagismo, mas a doença também pode ocorrer em pessoas que nunca fumaram, influenciada por fatores genéticos, exposição a poluentes e substâncias tóxicas, ou histórico familiar.
Um dos grandes desafios do câncer de pulmão é que, nas fases iniciais, ele frequentemente não causa sintomas, o que atrasa a detecção. O diagnóstico precoce é fundamental, pois aumenta as chances de sucesso do tratamento e melhora a qualidade de vida do paciente.
Nesse contexto, a broncoscopia é um exame relevante para a investigação do câncer de pulmão. O procedimento permite aos médicos visualizar diretamente as vias aéreas e identificar alterações suspeitas, além de possibilitar a coleta de material para análise laboratorial.
O que é a broncoscopia?
A broncoscopia é um exame que possibilita a visualização do interior das vias respiratórias, traqueia e brônquios, por meio de um instrumento chamado broncoscópio, um tubo fino (flexível) ou, em procedimentos específicos, rígido. Na ponta do aparelho há uma câmera que transmite imagens em tempo real para um monitor. O broncoscópio é introduzido pela boca ou pelo nariz e guiado até as vias aéreas.
O procedimento costuma ser realizado com o paciente acordado, sob sedação leve e anestesia local na garganta, para garantir conforto e segurança. Além de permitir a observação direta de inflamações, obstruções, sangramentos ou lesões visíveis (incluindo tumores), a broncoscopia possibilita a coleta de amostras, biópsias de tecido, escovado brônquico e lavagem broncoalveolar, para exame citológico e histopatológico.
Quando o exame pode ser indicado?
A broncoscopia é versátil e é indicada em várias situações clínicas, especialmente quando há necessidade de investigar alterações das vias aéreas ou de intervir nelas. No contexto do câncer de pulmão, suas principais indicações incluem:
- Sintomas respiratórios persistentes
Investigar sintomas como tosse crônica, rouquidão prolongada, falta de ar, sibilos (chiado) e presença de sangue no escarro. - Achados suspeitos em exames de imagem
Quando tomografia computadorizada (TC) ou radiografia detectam nódulos, massas ou alterações nas vias aéreas, a broncoscopia permite a visualização direta e a obtenção de material para diagnóstico. - Coleta de material para diagnóstico
Realiza-se biópsia (força de pinça), escovado brônquico e lavagem broncoalveolar; esses materiais são essenciais para confirmar a presença de células tumorais e para caracterizar o tipo histológico do câncer. - Avaliação da extensão local da doença
A broncoscopia ajuda a verificar se o tumor está causando obstrução das vias aéreas ou invadindo estruturas adjacentes, informação importante para o estadiamento e decisão terapêutica. Em casos de suspeita de acometimento de linfonodos mediastinais, técnicas associadas como EBUS-TBNA permitem a biópsia guiada por ultrassom. - Uso terapêutico
Além do diagnóstico, a broncoscopia tem papel terapêutico: aspiração de secreções retidas, controle temporário de hemoptise, desobstrução ou desbastamento de tumor endobrônquico, dilatação com balão para estenoses e colocação de stents para manter a via aérea pérvia. Em situações que exigem controle definitivo da via aérea (por exemplo, obstrução central importante), pode-se optar pela broncoscopia rígida e procedimentos intervencionistas.
Como a broncoscopia auxilia no diagnóstico do câncer de pulmão?
A broncoscopia é uma ferramenta-chave no diagnóstico porque permite tanto a visualização direta das lesões quanto a obtenção de amostras para exame anatomo-patológico, que confirma o diagnóstico e identifica o subtipo tumoral, informação imprescindível para orientar tratamento (cirurgia, quimioterapia, terapias-alvo, imunoterapia).
Principais formas de contribuição diagnóstica:
- Visualização de lesões endobrônquicas
Lesões visíveis no interior das vias aéreas, como massas ou áreas ulceradas, podem ser identificadas e amostradas durante o procedimento. - Biópsia endobrônquica
A obtenção de fragmentos teciduais para histopatologia é o método padrão em lesões que ocupam a luz brônquica; a sensibilidade é alta para lesões centrais. Para lesões periféricas, técnicas modernas, como broncoscopia guiada por ultrassom radial (r-EBUS), navegação broncoscópica ou broncoscopia robótica, aumentam a probabilidade de diagnóstico. O rendimento diagnóstico varia conforme a localização e o método usado. - Lavado broncoalveolar e escovado
São úteis quando a lesão não é diretamente visível; o lavado pode colher células tumorais dispersas, com melhor desempenho em alguns subtipos (por exemplo, adenocarcinoma com padrão bronquioloalveolar). - Estadiamento e amostras para biomarcadores
Amostras obtidas por broncoscopia e por técnicas de EBUS-TBNA (punção aspirativa transbrônquica guiada por ultrassom endobrônquico) ajudam no estadiamento e fornecem material para testes moleculares e imuno-histológicos necessários para terapias-alvo e decisões de imunoterapia.
Quais outros exames podem ser solicitados?
A broncoscopia costuma integrar um conjunto de exames complementares. A tomografia computadorizada de tórax é o exame inicial de imagem mais importante. Outros exames que podem ser solicitados incluem PET/CT para avaliação de atividade metabólica e extensão sistêmica, ressonância magnética quando há suspeita de acometimento cerebral ou mediastinal em áreas específicas, e biópsia percutânea guiada por imagem (por exemplo, sob TC) em nódulos periféricos inacessíveis por broncoscopia. A escolha do método depende da localização da lesão, do estado clínico do paciente e dos objetivos diagnósticos
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Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim


