O cuidado com a saúde feminina envolve atenção especial ao sistema reprodutor, já que nele podem surgir diferentes tipos de câncer ginecológico. Esse grupo de doenças abrange tumores que afetam órgãos como útero, ovários, vagina e vulva, cada um com suas particularidades. Apesar de diferentes, todos compartilham um ponto em comum: quanto mais cedo forem identificados, maiores são as chances de um tratamento eficaz e de bons resultados.
Tipos de cânceres ginecológicos
Existem cinco tipos principais de câncer ginecológico, cada um com suas formas de manifestação, fatores de risco e tratamentos específicos. Conhecê-los ajuda na identificação precoce de sinais e na busca por orientação médica adequada:
1.Câncer do colo do útero
É um dos cânceres ginecológicos mais frequentes e está fortemente associado à infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano). Acomete a parte inferior do útero, chamada colo, e pode ser detectado precocemente por meio do exame de Papanicolau.
2.Câncer de ovário
Ocorre nos ovários, responsáveis pela produção de óvulos e hormônios. É frequentemente chamado de “assassino silencioso”, pois seus sintomas iniciais são sutis, como desconforto abdominal, sensação de saciedade precoce e inchaço, aparecendo de forma mais evidente em estágios avançados.
3.Câncer do endométrio
Acomete o revestimento interno do útero e é mais comum após a menopausa. O sangramento vaginal anormal é o principal sinal de alerta. A exposição prolongada ao hormônio estrogênio, obesidade, hipertensão e diabetes são fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver a doença.
4.Câncer de vagina
Embora raro, pode ocorrer e se manifesta por sangramentos anormais, dor, presença de feridas ou massas na região vaginal. É mais frequente em mulheres acima de 60 anos e pode estar associado à infecção pelo HPV.
5.Câncer de vulva
Também incomum, surge na parte externa da genitália feminina, podendo afetar os grandes lábios. Os sintomas incluem coceira persistente, dor, feridas, nódulos ou alterações na pele da vulva. O risco aumenta com a idade e pode estar relacionado a infecção pelo HPV ou a doenças dermatológicas crônicas, como o líquen escleroso. Vale destacar que o líquen escleroso não é câncer, mas pode aumentar a probabilidade de desenvolvimento de tumores vulvares.
Causas e fatores de risco
As causas variam de acordo com o tipo de câncer ginecológico, mas existem fatores comuns que aumentam a probabilidade de desenvolver a doença. É importante ressaltar que a presença de um ou mais fatores de risco não significa que a mulher terá câncer, mas indica a necessidade de atenção e acompanhamento médico. Os principais fatores incluem:
- Infecção pelo HPV;
- Histórico familiar de câncer ginecológico;
- Mutações genéticas, como BRCA1 e BRCA2;
- Excesso de gordura corporal;
- Tabagismo;
- Idade avançada;
- Início precoce da vida sexual;
- Histórico de múltiplos parceiros sexuais;
- Ausência de gestações;
- Menopausa tardia.
Sinais e sintomas
Nem sempre o câncer ginecológico causa sinais e sintomas, o que reforça a importância de exames ginecológicos regulares. Além disso, quando presentes, eles podem variar conforme o tipo e a gravidade da doença.
Entre os sintomas de câncer na vagina, por exemplo, estão sangramento anormal, dor durante as relações sexuais e presença de feridas no canal vaginal. Já no caso do câncer de vulva, sintomas comuns incluem coceira, dor, mudanças na pele da região íntima e até nódulos nos grandes lábios. Por outro lado, um tumor na pelve feminina pode causar sintomas como dor pélvica persistente, dificuldade para urinar e sensação de pressão abdominal.
Estar atenta ao próprio corpo para identificar possíveis alterações pode ajudar no diagnóstico precoce e, assim, aumentar as chances de sucesso no tratamento. De forma geral, as principais manifestações dos cânceres ginecológicos incluem:
- Sangramento vaginal anormal;
- Corrimento incomum, com coloração alterada e/ou odor forte;
- Dor pélvica ou abdominal persistente;
- Inchaço abdominal;
- Alterações intestinais e/ou urinárias;
- Perda de peso inexplicada;
- Dor durante as relações sexuais;
- Coceira, feridas ou lesões na vulva;
- Dores nas costas ou pernas.
Ao identificar qualquer um desses sinais e sintomas, é essencial consultar um médico ginecologista para identificar a causa com precisão e, independente se o diagnóstico for de câncer ou não, iniciar o tratamento adequado.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e permite tratamentos menos invasivos. Ele combina avaliação clínica detalhada com exames específicos, de acordo com o tipo de câncer. Entre os exames mais utilizados estão:
- Papanicolau (preventivo);
- Colposcopia;
- Ultrassonografia transvaginal;
- Ressonância magnética;
- Tomografia computadorizada;
- Biópsia;
- Marcadores tumorais;
- Testes genéticos.
Tratamentos
O tratamento varia conforme o tipo de tumor, estágio da doença, idade da paciente e condições gerais de saúde. Frequentemente, combina diferentes abordagens com o objetivo de controlar a doença, preservar a qualidade de vida e, quando possível, alcançar a cura. Os métodos incluem:
- Cirurgia;
- Radioterapia;
- Quimioterapia;
- Terapia hormonal;
- Imunoterapia.
O acompanhamento multidisciplinar é essencial para reduzir efeitos colaterais e melhorar a qualidade de vida, incluindo apoio de nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e fisioterapeutas.
Qual especialista consultar
Ao perceber sinais suspeitos, o primeiro profissional a ser consultado é o ginecologista, que realiza a avaliação inicial, solicita exames e identifica a presença de tumores. Caso haja confirmação de câncer, a paciente deve ser encaminhada para um oncologista, especialista no tratamento de tumores.
Prevenção e cuidados
Apesar de nem todos os casos de câncer ginecológico serem evitáveis, muitas medidas podem reduzir a chance de desenvolver a doença. Nesse sentido, a prevenção envolve desde cuidados com a saúde íntima até hábitos de vida mais saudáveis e acompanhamento médico regular.
A vacina contra o papilomavírus humano (HPV) é uma das formas mais eficazes de prevenir o câncer de colo do útero, além de diminuir a probabilidade de ter câncer de vagina e vulva. No Brasil, o imunizante está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos em idade escolar, mas também pode ser aplicado em mulheres jovens e adultas, conforme recomendação médica.
Além disso, o uso de preservativos em todas as relações sexuais ajuda a reduzir o risco de infecção por HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis, que estão associadas a alguns tipos de câncer ginecológico.
A realização do papanicolau (preventivo), recomendada para mulheres de 25 a 64 anos de idade, a cada três anos, é fundamental para a detecção precoce de lesões precursoras do câncer do colo do útero.
Observar alterações no corpo também é importante para identificar precocemente sinais de tumor na região íntima ou na pelve feminina. Sintomas persistentes devem ser avaliados por um médico.
Por fim, manter consultas periódicas com o ginecologista e adotar hábitos de vida mais saudáveis, como prática de atividade física e alimentação nutritiva, são medidas altamente benéficas à saúde feminina.
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Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim


