Câncer no baço: Entenda o que é, sintomas e qual a sua gravidade
O câncer no baço é uma condição rara que afeta este órgão, cuja função principal inclui a filtração do sangue, a remoção de células sanguíneas envelhecidas e a regulação da resposta imune. Embora incomum, o reconhecimento precoce dos sintomas e o tratamento adequado são fundamentais para melhorar o prognóstico.
O que é câncer no baço?
O câncer no baço pode ser primário ou secundário. Os tumores primários são raros, sendo o linfoma esplênico primário o mais frequente, originado nos tecidos linfáticos do próprio órgão. No entanto, o baço é frequentemente afetado por neoplasias hematológicas, como linfomas e leucemias, além de metástases de tumores sólidos, como melanoma, câncer de mama e câncer de pulmão.
Quais são os sintomas do câncer no baço?
Os sintomas do câncer no baço são inespecíficos e podem ser confundidos com outras condições hematológicas ou abdominais. Entre os principais sinais, destacam-se:
- Dor abdominal: Desconforto persistente no quadrante superior esquerdo do abdômen, podendo irradiar para o ombro esquerdo.
- Aumento do baço (esplenomegalia): Sensação de inchaço ou massa palpável no abdômen.
- Perda de peso e apetite: Emagrecimento inexplicável associado à redução do apetite.
- Fadiga e fraqueza: Sensação constante de cansaço e diminuição da resistência física.
- Febre e sudorese noturna: Febres persistentes e episódios de suor intenso sem causa aparente.
- Sangramentos e hematomas: Tendência a formar hematomas e apresentar sangramentos espontâneos devido a disfunções na produção de plaquetas.
Infecções recorrentes: Maior suscetibilidade a infecções, geralmente associada à disfunção imunológica causada pelo comprometimento esplênico.
Gravidade do câncer no baço
O câncer no baço é considerado grave devido à sua apresentação avançada na maioria dos casos e à sua relação com neoplasias hematológicas ou metástases de tumores sólidos.
A gravidade da doença depende do tipo de câncer primário e do grau de envolvimento do baço. Em neoplasias hematológicas, como linfoma esplênico ou leucemias, o comprometimento do baço pode levar à esplenomegalia significativa, disfunção hematopoiética e maior risco de complicações infecciosas e hemorrágicas. Já nas metástases de tumores sólidos, a presença de lesões no baço pode indicar um estágio avançado da doença, o que está associado a um prognóstico reservado.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado da neoplasia primária são fundamentais para melhorar as chances de controle da doença e da sobrevida do paciente.
Tratamento e cura
O tratamento do câncer no baço depende do sítio primário da neoplasia e do grau de envolvimento esplênico. Como o baço não é um local primário comum para o desenvolvimento do câncer, sua infiltração geralmente ocorre devido a doenças hematológicas, como linfomas e leucemias, ou por metástases de tumores sólidos.
As principais abordagens terapêuticas incluem:
- Linfomas e leucemias: O tratamento geralmente envolve quimioterapia sistêmica e, em alguns casos, imunoterapia ou terapias-alvo, dependendo do subtipo da neoplasia. A esplenectomia pode ser indicada em casos selecionados, como esplenomegalia maciça que causa sintomas compressivos, dor persistente ou citopenias graves (anemia, plaquetopenia) secundárias à sequestro esplênico.
- Metástases de tumores sólidos: Quando o baço é acometido por metástases de tumores como melanoma, câncer de pulmão ou câncer de mama, o tratamento é direcionado à doença primária, geralmente com quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo. A esplenectomia raramente é realizada nesses casos, mas pode ser considerada em pacientes com metástases esplênicas isoladas e potencialmente ressecáveis, o que é raro.
- Complicações secundárias: Em casos de hiperesplenismo (sequestro de células sanguíneas pelo baço levando à anemia, plaquetopenia e neutropenia sintomáticas), a esplenectomia pode ser indicada para aliviar sintomas e melhorar a contagem sanguínea, especialmente em pacientes com doenças hematológicas.
Embora a remoção do baço possa ser benéfica em situações específicas, sua indicação deve ser cuidadosamente avaliada, pois a esplenectomia pode aumentar o risco de infecções graves, especialmente por bactérias encapsuladas, como Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis. Pacientes esplenectomizados geralmente precisam de vacinação preventiva e acompanhamento rigoroso para reduzir complicações.
O prognóstico do câncer no baço depende da agressividade da neoplasia primária e da resposta ao tratamento sistêmico. Tumores hematológicos tratados precocemente apresentam melhor resposta, enquanto metástases esplênicas costumam indicar doença avançada e um prognóstico mais reservado.