Câncer no nariz: entendendo os sintomas, diagnóstico e tratamento
O câncer que acomete a cavidade nasal e os seios paranasais é uma condição rara, mas potencialmente grave. Seus sintomas podem ser confundidos com os de doenças respiratórias comuns, como sinusite crônica ou alergias. No entanto, a persistência dos sinais deve ser um alerta para a necessidade de investigação médica.
O que é o câncer no nariz?
O câncer nasal refere-se a tumores que se originam na mucosa da cavidade nasal ou nos seios paranasais. Esses tumores podem ser de diferentes tipos histológicos, sendo os mais comuns:
- Carcinoma epidermoide: representa a maioria dos casos e se origina nas células escamosas do epitélio nasal.
- Adenocarcinoma: mais frequente em indivíduos expostos a madeira e poeira industrial.
- Melanoma mucoso: raro, mas agressivo.
- Carcinoma adenoide cístico: tende a ter crescimento lento, mas pode invadir nervos e tecidos adjacentes.
- Carcinoma indiferenciado de nasofaringe: tumor agressivo associado ao vírus Epstein-Barr (EBV), mais comum em algumas regiões da Ásia e do norte da África, podendo causar sintomas como obstrução nasal, epistaxe e linfonodos cervicais aumentados.
Quais são os primeiros sintomas do câncer no nariz?
Os sintomas do câncer nasal podem variar de acordo com a localização e o estágio do tumor. Os sinais mais comuns incluem:
- Congestão nasal persistente, sem resposta a tratamentos convencionais.
- Obstrução nasal unilateral.
- Epistaxe (sangramento nasal) frequente e inexplicado.
- Dor ou pressão facial, especialmente acima ou abaixo dos olhos.
- Perda parcial ou total do olfato.
- Dormência ou formigamento na face.
- Secreção nasal com sangue.
- Feridas na mucosa nasal que não cicatrizam.
Diagnóstico do câncer no nariz
O diagnóstico do câncer nasal envolve uma combinação de exames clínicos e de imagem:
- Endoscopia nasal: exame realizado por um otorrinolaringologista para visualizar diretamente a cavidade nasal.
- Tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM): essenciais para avaliar a extensão do tumor e sua relação com estruturas adjacentes.
- Biópsia: confirmação do diagnóstico por meio da análise histopatológica do tecido suspeito.
Tratamento
O tratamento do câncer no nariz varia de acordo com o tipo histológico, o estágio da doença e a localização do tumor. As abordagens incluem:
- Radioterapia: utilizada como tratamento principal para tumores inoperáveis ou localizados próximos a estruturas vitais, como a base do crânio. Também pode ser usada no pós-operatório para eliminar células residuais.
- Cirurgia: indicada para tumores ressecáveis, podendo envolver remoção parcial ou ampla da lesão, dependendo da extensão da doença.
- Quimioterapia: utilizada em tumores avançados, combinada com radioterapia (quimiorradiação) ou em casos metastáticos.
- Imunoterapia: é uma alternativa para alguns tipos de tumores mais avançados.
A escolha do tratamento deve ser individualizada, levando em consideração fatores como localização do tumor, extensão da doença e estado geral do paciente.
Carcinoma basocelular no nariz
O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo mais comum de câncer de pele e pode se manifestar na região nasal. Embora não costume metastatizar, ele pode ser localmente invasivo, destruindo tecidos adjacentes se não tratado.
Tratamento do Carcinoma Basocelular
- Cirurgia micrográfica de Mohs: técnica que remove o tumor em camadas, analisadas durante o procedimento para preservar o máximo de tecido saudável.
- Curetagem e eletrodissecação: opção para lesões menores.
- Crioterapia: utiliza nitrogênio líquido para congelar as células cancerígenas.
- Terapia fotodinâmica: envolve o uso de um agente fotossensibilizante ativado por luz para destruir o tumor.
A escolha do tratamento depende do tamanho, localização e histologia do tumor.
Prevenção
A prevenção do câncer nasal envolve a redução dos fatores de risco:
- Evitar exposição a agentes cancerígenos: poeira de madeira, fumo e produtos químicos industriais.
- Uso de protetor solar: prevenção específica para o carcinoma basocelular.
- Manter consultas regulares com dermatologistas e otorrinolaringologistas: especialmente em casos de fatores de risco elevados.
- Autoexame da pele e da cavidade nasal: para identificar alterações precoces.
A identificação precoce dos sintomas e o diagnóstico adequado são essenciais para um tratamento eficaz. Consultas médicas regulares e medidas preventivas podem reduzir os riscos e aumentar as chances de um prognóstico favorável.




