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Carcinoma: o que é, principais tipos e sintomas

Quando falamos em câncer, é importante saber que essa doença pode ser classificada de diversas formas, incluindo o tipo de tecido onde o tumor se origina. Uma das classificações mais utilizadas na medicina é a histológica, ou seja, baseada no tipo celular afetado. Dentro dessa categoria, o carcinoma é o tipo mais comum de câncer em adultos.

Além dele, existem outros grupos importantes, como os sarcomas (que afetam tecidos conjuntivos), as leucemias (que comprometem as células sanguíneas e a medula óssea), os linfomas (que envolvem o sistema linfático) e os mielomas (que atingem as células plasmáticas da medula).

No caso do carcinoma, os tumores malignos se desenvolvem nas células epiteliais, responsáveis por revestir superfícies externas e internas do corpo e de seus órgãos. Isso significa que podem surgir em diversas regiões do organismo e se manifestar de maneiras diferentes.

Neste artigo, vamos explicar o que é um carcinoma, seus principais tipos, características, sintomas e formas de tratamento. Continue a leitura para entender melhor!

O que é um carcinoma?

O carcinoma é um tipo de câncer que se desenvolve a partir das células epiteliais, que formam o tecido de revestimento do corpo. Essas células estão presentes na camada externa da pele, mas também dentro de órgãos como pulmões, fígado, rins, estômago, intestinos, bexiga, mama e próstata.

Por isso, o carcinoma pode afetar múltiplas partes do organismo. Por ser um tumor maligno, tem potencial para crescer de forma descontrolada, invadir estruturas vizinhas e, em alguns casos, espalhar-se para outras regiões do corpo pela corrente sanguínea ou pelos vasos linfáticos processo conhecido como metástase.

Embora todos se originem no tecido epitelial, os carcinomas não são iguais entre si. Eles se dividem em diversos subtipos, classificados conforme características como tipo celular e localização. Cada um pode ter comportamentos distintos, apresentando sintomas, agressividade e respostas ao tratamento diferentes.

Como o carcinoma é classificado?

A medicina utiliza diversos critérios para classificar os carcinomas, o que permite diagnóstico mais preciso e melhor definição do tratamento. Veja as principais classificações:

1. Pelo grau de diferenciação celular

Essa classificação indica o quanto as células tumorais se assemelham às células normais:

  • Bem diferenciado: células parecidas com as normais; costuma indicar crescimento mais lento.
  • Moderadamente diferenciado: células com alterações, mas ainda reconhecíveis.
  • Pouco diferenciado ou indiferenciado: células muito alteradas e desorganizadas, o que geralmente indica maior agressividade.

2. Pela capacidade de disseminação

Essa classificação descreve se o tumor está confinado ou já se espalhou:

  • Carcinoma in situ: limitado ao epitélio, sem invasão dos tecidos mais profundos. Geralmente tem alto potencial de cura.
  • Carcinoma invasivo: ultrapassa a camada epitelial e atinge tecidos adjacentes, podendo alcançar vasos sanguíneos ou linfáticos.
  • Carcinoma metastático: estágio em que as células cancerígenas formam tumores em órgãos distantes.

3. Pelo estágio clínico (estadiamento)

O estadiamento avalia o avanço da doença com base no sistema TNM:

  • T (Tumor): tamanho e extensão do tumor primário;
  • N (Linfonodos): presença de comprometimento dos linfonodos próximos;
  • M (Metástase): presença de câncer em órgãos distantes.

4. Pelo tipo de célula epitelial afetada

Os carcinomas podem ser classificados conforme o tipo de célula em que se originam:

  • Adenocarcinoma: surge em células glandulares (mama, pulmão, intestino, próstata, entre outros).
  • Carcinoma de células escamosas (espinocelular): origina-se em células planas, encontradas na pele e nas mucosas.

Os principais tipos de carcinomas

1. Adenocarcinoma

O adenocarcinoma se origina em células glandulares responsáveis por produzir substâncias como muco, enzimas e hormônios. Como essas células estão distribuídas por vários órgãos, esse tipo de carcinoma pode surgir no pulmão, intestino, estômago, pâncreas, próstata, esôfago, endométrio e mama.

Ele frequentemente cresce de maneira silenciosa e relativamente lenta, embora possa se tornar agressivo em estágios avançados. Os sintomas dependem diretamente do órgão acometido, como:

  • Pulmão: tosse persistente, falta de air, dor torácica, escarro com sangue;
  • Intestino grosso (cólon/ reto): sangue nas fezes, mudança no hábito intestinal, dor abdominal;
  • Estômago: perda do apetite, plenitude gástrica, náuseas, emagrecimento;
  • Próstata: dificuldade para urinar, jato fraco, aumento da frequência urinária;
  • Mama: nódulo, mudanças na pele, alterações no mamilo, secreção.

2. Carcinoma de células escamosas

O carcinoma de células escamosas (espinocelular) se origina em células planas presentes na pele, mucosas e alguns órgãos internos. É comum na pele exposta ao sol e também em regiões influenciadas por tabaco, álcool ou infecção pelo HPV.

Pode se manifestar como:

  • Na pele: lesões ásperas, feridas que não cicatrizam, sangramento;
  • Na boca/garganta: dor ao engolir, feridas persistentes, dificuldade para falar;
  • No colo do útero: sangramento anormal, dor pélvica;
  • No esôfago: dificuldade para engolir, dor torácica, perda de peso.

É o segundo tipo mais comum de câncer de pele, atrás do carcinoma basocelular.

3. Carcinoma basocelular

O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo mais comum de carcinoma e de câncer de pele. Ele se origina nas células basais, que estão localizadas na camada mais profunda da epiderme, sendo esta a parte mais externa e superficial da pele.

Mais frequente em pessoas de pele clara, esse tipo de carcinoma está relacionado à exposição prolongada e sem proteção à radiação ultravioleta (UV), emitida pelo sol e por fontes artificiais, como camas de bronzeamento.

O carcinoma basocelular cresce de forma lenta e, de modo geral, raramente se espalha para outros órgãos. No entanto, se não for tratado, pode invadir tecidos mais profundos, como músculos, cartilagens e ossos.

Existem diferentes formas clínicas do carcinoma basocelular, como:

  • Nodular (lesão elevada, perolada e com vasos visíveis);
  • Superficial (lesão avermelhada e plana, semelhante a uma mancha);
  • Infiltrativo (mais agressivo, podendo invadir tecidos profundos);
  • Pigmentado (semelhante a uma pinta escura).

Os sinais e sintomas mais comuns do carcinoma basocelular incluem:

  • Lesões na pele que não cicatrizam;
  • Feridas com sangramento ou crostas persistentes;
  • Caroços brilhantes ou perolados;
  • Manchas rosadas, marrons ou avermelhadas com bordas elevadas.

Leia também: O que é e para que serve a cirurgia para carcinoma basocelular?

4. Carcinoma adenoide cístico

O carcinoma adenoide cístico é um tipo raro de câncer que se origina nos tecidos glandulares, principalmente nas glândulas salivares, embora também possa afetar outras glândulas exócrinas, como as lacrimais, traqueais, brônquicas e mamárias. Ele geralmente é classificado como um tumor epitelial maligno de baixo crescimento, porém de comportamento agressivo a longo prazo.

Esse tipo de carcinoma costuma afetar adultos entre 40 e 60 anos e não apresenta causa conhecida, mas pode estar relacionado a mutações genéticas.

Os sinais e sintomas variam conforme a localização do tumor, mas podem incluir:

  • Nódulo indolor;
  • Dificuldade para respirar e/ou engolir;
  • Rouquidão;
  • Fraqueza muscular;
  • Sangramentos nasais;
  • Alterações na visão.

5. Carcinoma mucoepidermoide

O carcinoma mucoepidermoide é um tipo de tumor maligno que afeta principalmente as glândulas salivares, sendo o mais comum entre os cânceres das glândulas salivares. Contudo, mais raramente, também pode ocorrer em outras áreas, como pulmões, esôfago e mamas. Ele pode ser classificado em grau baixo, intermediário ou alto, conforme a diferenciação celular e a proporção de células.

Tanto crianças quanto adultos podem desenvolver o carcinoma mucoepidermoide, embora seja mais frequente por volta dos 50 anos de idade. Os sinais e sintomas variam conforme a região afetada. Entre os principais estão:

Caroço ou inchaço na área da glândula;
Pressão ou dor no local do nódulo;
Secreção no ouvido;
Dificuldade para abrir a boca e/ou engolir.

Veja também: Câncer nas glândulas salivares: tipos, sintomas e tratamento

6. Carcinoma renal de células claras

O carcinoma renal de células claras (CRCC) é o tipo mais comum de câncer de rim. Ele se origina nos túbulos proximais do néfron, estruturas microscópicas do órgão, responsáveis pela filtragem do sangue e produção da urina.

O seu nome se deve ao aspecto das células tumorais quando observadas ao microscópio: apresentam citoplasma claro, rico em lipídios e glicogênio, que são removidos durante a preparação da lâmina, deixando a aparência esbranquiçada.

O carcinoma renal de células claras tende a crescer de forma silenciosa e pode atingir grandes dimensões antes de apresentar sintomas. Alguns casos estão associados a síndromes genéticas hereditárias, como a síndrome de von Hippel-Lindau, mas a maioria ocorre de forma esporádica.

Nos estágios iniciais, o tumor pode ser assintomático. Quando os sintomas aparecem, os mais comuns incluem:

  • Fadiga;
  • Febre;
  • Sangue na urina;
  • Nódulo no rim;
  • Dor lombar;
  • Perda de peso inexplicável.

7. Carcinoma de células de Merkel

O carcinoma de células de Merkel é um câncer de pele raro e agressivo, que se origina nas células de Merkel, presentes na camada basal da epiderme e envolvidas na percepção do toque. Apesar de pouco frequente, possui alto potencial de crescimento rápido, invasão local e metástase.

Embora ainda não exista uma causa única e definitiva, diversos fatores têm sido implicados no seu desenvolvimento. Entre eles, destaca-se a exposição prolongada e desprotegida à radiação ultravioleta e a infecção pelo poliomavírus de células de Merkel (MCPyV).

O carcinoma de Merkel geralmente se apresenta como um nódulo firme, de superfície brilhante e coloração variável, podendo ser avermelhado, rosado ou violáceo. Ele predomina em áreas expostas ao sol, como face, pescoço e membros superiores. Frequentemente assintomático, o tumor raramente causa dor ou desconforto, o que contribui para diagnósticos tardios.

8. Carcinoma Urotelial

O carcinoma urotelial, é o tipo mais comum de câncer que afeta a bexiga, mas também pode surgir na uretra, nos ureteres e na pelve renal (porção dos rins ligada à drenagem da urina). Ele se origina nas células uroteliais, também chamadas de células transicionais, que revestem internamente essas estruturas.

Entre os sinais e sintomas mais frequentes estão:

  • Inchaço ou caroço na região do rim;
  • Dor ao urinar;
  • Aumento da frequência urinária;
  • Sangue na urina;
  • Dor lombar.

Leia também: Entenda o câncer de bexiga, suas causas e seus fatores de risco e tratamentos

Qual é a diferença entre sarcoma e carcinoma?

Carcinoma e sarcoma são dois tipos diferentes de câncer, com origens e comportamentos distintos.

O carcinoma é mais comum e se desenvolve nas células epiteliais, que revestem pele, mucosas e órgãos internos. Já o sarcoma é mais raro e se origina nos tecidos conjuntivos, como ossos, músculos, gordura, vasos sanguíneos e cartilagem.

Além disso, em comparação aos carcinomas, os sarcomas geralmente são considerados mais agressivos, com tratamentos complexos.

Qual especialista trata carcinomas?

O plano terapêutico dos carcinomas geralmente é conduzido por uma equipe multidisciplinar, mas o principal profissional responsável é o oncologista, médico especializado no diagnóstico e tratamento do câncer.

Quais são os tratamentos dos carcinomas?

O tratamento é individualizado para cada paciente, considerando diversos fatores, como o tipo de carcinoma, a localização do tumor, o estágio da doença, o estado geral de saúde e as características das células tumorais. Normalmente, o plano terapêutico pode envolver uma ou mais das seguintes abordagens:

  • Cirurgia;
  • Radioterapia;
  • Quimioterapia;
  • Imunoterapia;
  • Terapia-alvo;
  • Tratamentos tópicos e locais;
  • Cuidados paliativos.

A decisão sobre o tratamento deve ser tomada por uma equipe médica especializada, considerando as particularidades de cada abordagem.

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Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim

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