Dor no câncer avançado: como lidar com este sintoma?
Lidar com o diagnóstico de câncer em estágio avançado é um momento extremamente delicado na trajetória do paciente e de seus familiares. Entre as diversas demandas físicas e emocionais que surgem, a dor é uma das que mais impactam a qualidade de vida. Por isso, compreender suas causas, tipos e formas de alívio é fundamental para garantir dignidade e conforto ao longo desse processo.
O que é um câncer avançado?
O câncer avançado refere-se a uma fase da doença em que o tumor apresenta crescimento significativo, infiltração local extensa ou disseminação para órgãos distantes (metástases), tornando o tratamento mais complexo. Embora possa não haver mais possibilidade de cura em muitos casos, alguns tratamentos ainda podem controlar a doença, aliviar sintomas e prolongar a sobrevida. Nessa etapa, os cuidados são direcionados para o controle dos sintomas, a melhora da qualidade de vida e o suporte integral ao paciente e seus familiares, abrangendo aspectos físicos, emocionais e espirituais. O suporte integral, oferecido tanto por familiares quanto por profissionais de saúde, é fundamental para garantir dignidade e conforto durante essa fase.
O que causa a dor no câncer avançado?
A dor no câncer avançado pode ter múltiplas origens. À medida que o tumor cresce ou se dissemina para outros órgãos (metástases), ele pode comprimir nervos e invadir tecidos, ossos e outras estruturas internas, gerando dor intensa e contínua. Além disso, efeitos colaterais dos tratamentos oncológicos como cirurgias, radioterapia e quimioterapia também contribuem para o aumento do desconforto.
Pacientes que permanecem acamados por longos períodos estão suscetíveis ao desenvolvimento de escaras, também conhecidas como úlceras por pressão. Essas lesões surgem quando partes do corpo ficam submetidas a pressão prolongada contra a superfície da cama, comprometendo a circulação sanguínea local e causando necrose do tecido. As regiões mais afetadas costumam ser as costas, os quadris e os tornozelos.
Por isso, o manejo da dor no câncer avançado deve ser abrangente, considerando todas as possíveis fontes de sofrimento físico e emocional.
Quais são os tipos de dores comuns no câncer?
A dor pode se manifestar de diferentes formas. Conhecer os tipos mais comuns ajuda a direcionar o tratamento de maneira eficaz. Entre eles estão:
- Dor nociceptiva: causada por lesões em tecidos corporais, como músculos, ossos ou órgãos internos. Pode ser somática (superficial e bem localizada) ou visceral (mais profunda e de difícil localização). Além da dor, o paciente pode relatar sensações de queimação ou latejamento;
- Dor neuropática: resulta de lesões nos nervos periféricos ou na medula espinhal, geralmente descrita como queimação, formigamento, dormência ou choques elétricos;
Dor simpaticomimética: associada à ativação ou sensibilização do sistema nervoso simpático, pode ser persistente e manifestar-se como sensação de pressão, calor ou dor em membros, frequentemente com características complexas; - Dor aguda: surge de forma súbita e costuma estar associada a eventos específicos, como procedimentos médicos, lesões recentes ou crises súbitas;
- Dor crônica: constante ou recorrente, persiste por longos períodos, mesmo após o fim da agressão inicial. É muito comum em pacientes com câncer avançado e impacta significativamente o bem-estar geral.
Como aliviar a dor causada pelo câncer?
O alívio da dor no câncer avançado é um dos pilares dos cuidados paliativos. O objetivo é proporcionar conforto e melhorar a qualidade de vida do paciente. Para isso, é fundamental o suporte de uma equipe multidisciplinar de saúde, que pode indicar diferentes abordagens, incluindo a administração de medicamentos analgésicos (como opioides e adjuvantes), além de terapias complementares, como acupuntura, fisioterapia, suporte psicológico e intervenções não farmacológicas.
O manejo da dor deve ser individualizado, levando em consideração a intensidade, o tipo da dor e as condições clínicas do paciente, com reavaliações frequentes para ajuste do tratamento.
Estratégias
Entre as principais estratégias para controle da dor relacionada ao câncer destacam-se:
Medicamentos sob supervisão médica:
- Analgésicos não opioides:
Paracetamol e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), indicados para dores leves a moderadas. Possuem ação analgésica e, no caso dos AINEs, também anti-inflamatória, podendo reduzir o processo inflamatório associado à dor. - Opioides:
Morfina, oxicodona, fentanil e outros opioides são usados para dores moderadas a intensas. Esses medicamentos atuam nos receptores opioides do sistema nervoso central para bloquear a percepção da dor. Seu uso deve ser acompanhado para manejo de efeitos colaterais, como constipação e sedação. - Medicamentos adjuvantes:
Antidepressivos tricíclicos (ex.: amitriptilina), inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (ex.: duloxetina), anticonvulsivantes (ex.: gabapentina e pregabalina) são frequentemente utilizados para dores neuropáticas, atuando em mecanismos específicos da dor nervosa.
Terapias complementares:
- Acupuntura:
Técnica da medicina tradicional chinesa que envolve a inserção de agulhas finas em pontos específicos do corpo. Pode reduzir a dor, ansiedade e náuseas, atuando em modulação neurológica e liberação de endorfinas. - Massagem terapêutica:
Auxilia na diminuição da tensão muscular, melhora da circulação sanguínea e proporciona relaxamento, o que pode diminuir a percepção da dor e melhorar o bem-estar emocional. - Terapias térmicas:
Aplicação de calor ou frio localmente para aliviar a dor muscular e articular. O calor ajuda a relaxar os músculos e aumentar a circulação, enquanto o frio pode reduzir inflamação e edema. - Fisioterapia:
Envolve exercícios específicos e técnicas de mobilização para manter a funcionalidade, prevenir rigidez e melhorar a qualidade de movimento. A fisioterapia pode também ajudar na redução da dor e na reabilitação física.
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