O que é laserterapia?
A laserterapia é uma modalidade terapêutica que utiliza feixes de luz de alta intensidade para tratar diversos tipos de condições, incluindo câncer e lesões pré-cancerígenas. No contexto oncológico, ela é indicada para tratar cânceres de pele, garganta, esôfago, e lesões precoces que podem evoluir para malignidade.
Além disso, a laserterapia de baixa intensidade tem aplicações importantes no alívio de efeitos colaterais dos tratamentos oncológicos, como mucosite oral, alterações no paladar e boca seca, proporcionando maior conforto e qualidade de vida aos pacientes.
Esse tratamento é realizado localmente por especialistas como radio-intervencionistas, oncologistas, dermatologistas ou cirurgiões oncológicos, utilizando diferentes tipos de laser de acordo com a condição a ser tratada e os objetivos terapêuticos.
Para que serve a laserterapia?
A laserterapia tem finalidades amplas no campo oncológico, sendo utilizada para:
- Destruir células tumorais ou lesões pré-cancerosas.
- Reduzir o tamanho de tumores.
- Remover tumores superficiais.
- Aliviar efeitos colaterais dos tratamentos do câncer, como dor, inchaço, obstruções e sangramentos.
Além disso, ela pode ser indicada para desobstruir vias aéreas, intestinais ou outras áreas bloqueadas por tumores, contribuindo para melhorar funções essenciais e qualidade de vida do paciente. Confira os principais tratamentos oncológicos.
Quando a laserterapia é indicada?
A laserterapia é indicada para o tratamento do câncer ou lesões pré-cancerosas, como:
- câncer de pele, como carcinoma basocelular ou espinocelular;
- ceratose actínica;
- câncer de pulmão não pequenas células;
- pólipos colorretais;
- câncer de cabeça e pescoço;
- lesões pré-cancerosas ou câncer de colo de útero, vagina ou vulva;
- câncer de mama, ânus ou pênis em estágio inicial;
- câncer no fígado.
Também é indicada para desobstruir regiões como traqueia, garganta, estômago e intestino bloqueados por tumores, além de controlar sangramentos durante cirurgias.
Adicionalmente, a laserterapia pode aliviar efeitos colaterais de quimioterapia, radioterapia ou cirurgias, como dor, linfedema e feridas orais. Entenda como é feita a quimioterapia e efeitos colaterais.
Como é o preparo para a laserterapia?
Antes da laserterapia, o paciente deve informar ao médico sobre alergias a medicamentos ou anestésicos, pois o procedimento pode envolver anestesia local ou geral com sedação.
Caso utilize anticoagulantes, o médico pode recomendar a interrupção temporária do uso para minimizar o risco de sangramentos. Além disso, dependendo do procedimento, pode ser necessário jejum absoluto de pelo menos 8 horas ou preparo intestinal, como nos casos de laserterapia associada à colonoscopia.
Como é feita a laserterapia?
A laserterapia é conduzida em hospitais ou até consultórios quando é uma indicaçao de menor complexidade.
A técnica varia de acordo com o tipo e localização do tumor:
- Diretamente na pele ou mucosas: utilizada para tratar cânceres superficiais ou efeitos colaterais na boca.
- Por endoscopia: indicada para lesões em garganta, esôfago ou cordas vocais.
- Por broncoscopia: usada para tumores pulmonares ou obstruções na traqueia.
- Por colonoscopia: aplicada em pólipos intestinais.
Antes de realizar a laserterapia, normalmente é aplicado um anestésico para evitar dor ou desconforto durante o procedimento, podendo ser usado anestésico local com ou sem sedação ou anestesia geral.
Quantas sessões de laserterapia são necessárias?
O número de sessões varia conforme o tipo e estágio do tumor ou o efeito colateral a ser tratado. O médico responsável determinará a quantidade ideal com base na resposta do paciente e nos objetivos do tratamento.
Quais os tipos de laserterapia?
Os principais tipos de laserterapia são:
1. Laserterapia com dióxido de carbono (CO2)
A laserterapia com o laser de dióxido de carbono (CO2) é amplamente utilizada para remover tumores superficiais, como câncer de pele e lesões pré-cancerosas em áreas como o colo do útero, vagina e vulva. Veja todos os tratamentos para o câncer de colo de útero.
Esse método é eficaz em tratar tecidos da superfície do corpo, sem atingir camadas profundas, sendo também empregado para remover tecidos superficiais de órgãos internos.
Por sua precisão, essa técnica preserva tecidos adjacentes saudáveis e reduz complicações pós-procedimento.
2. Laserterapia com neodímio:ítrio-alumínio-garnet (Nd:YAG)
Indicada para tratar cânceres localizados em regiões internas do corpo, como garganta, esôfago, colo do útero, intestino e fígado, a laserterapia com laser Nd:YAG é conhecida por sua profundidade de penetração.
Essa técnica, também chamada de termoterapia intersticial induzida por laser (LITT), utiliza uma fibra óptica para conduzir calor ao tumor, destruindo células cancerígenas de forma direcionada. Esse método é frequentemente indicado para reduzir tumores no fígado e outras áreas de difícil acesso. Saiba como é feito o tratamento do câncer de fígado.
3. Laserterapia com argônio
O laser de argônio é particularmente útil para tratar cânceres superficiais, como câncer de pele, e tumores oculares. Além disso, é amplamente empregado em colonoscopias para remover pólipos intestinais que têm potencial para evoluir para câncer.
Outra vantagem desse tipo de laser é sua capacidade de vedar vasos sanguíneos, sendo útil para parar sangramentos causados por tratamentos como radioterapia, além de atuar em obstruções intestinais ou gástricas.
4. Terapia fotodinâmica
A terapia fotodinâmica combina laser e medicamentos fotossensibilizantes, que são aplicados por via tópica, oral ou intravenosa. Após 24 a 72 horas da administração do medicamento, realiza-se a aplicação do laser de argônio, que ativa a substância e destrói as células tumorais.
Indicada para condições como câncer de pele, linfoma cutâneo de células T avançado e ceratose actínica, essa técnica é também conhecida como terapia de fotorradiação ou fotoquimioterapia. É utilizada ainda para aliviar obstruções em vias aéreas causadas por câncer de pulmão não pequenas células ou câncer no esôfago.
5. Laserterapia cirúrgica
Substituindo o bisturi convencional, a laserterapia cirúrgica oferece maior precisão e menos sangramento durante os procedimentos. Isso ocorre porque o laser sela os vasos sanguíneos enquanto realiza os cortes, minimizando complicações intraoperatórias e o tempo de recuperação.
6. Laserterapia odontológica
No campo odontológico, a laserterapia desempenha um papel importante na redução de efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia. O laser de baixa potência ajuda a reparar tecidos, reduz a dor e acelera a recuperação em casos de mucosite, candidíase oral, boca seca e alterações do paladar. Veja outros efeitos colaterais da radioterapia.
Além disso, é utilizado para tratar infecções gengivais, herpes labial e sangramentos gengivais, promovendo conforto e melhor qualidade de vida durante o tratamento oncológico.
7. Laserterapia de baixa intensidade (LLLT)
Também conhecida como terapia a laser de baixa intensidade, a LLLT é recomendada para tratar inchaços, como o linfedema, que pode surgir após cirurgias de câncer de mama com remoção de linfonodos.
Esse tipo de laser auxilia ainda no tratamento de feridas na boca, frequentemente causadas por quimioterapia ou radioterapia, proporcionando alívio e acelerando o processo de cicatrização. Saiba como é feito o tratamento do câncer de mama.
Quais os efeitos colaterais da laserterapia?
Os principais efeitos colaterais incluem dor, vermelhidão, desconforto e sensação de queimação no local do tratamento. Esses sintomas são geralmente temporários e podem ser controlados com analgésicos prescritos pelo médico.
A laserterapia dói?
A laserterapia não causa dor, pois é realizada sob anestesia local ou geral com sedação, dependendo do tipo e localização do procedimento.
Qual médico consultar?
Para fazer a laserterapia, deve-se consultar o oncologista, radio-intervencionista, dermatologista, gastroenterologista, ginecologista, urologista, cirurgião oncológico ou dentista.
Quando a laserterapia não é indicada?
A laserterapia não é recomendada para tumores profundos, grandes ou metastáticos avançados. Também não é indicada para pacientes com infecções no local do laser ou condições graves, como problemas cardíacos.
Em gestantes, o procedimento só deve ser realizado se os benefícios superarem os riscos para o bebê.



