Sentir a garganta “presa”, com vontade de tossir ou limpar a voz o tempo todo, é uma sensação comum. Esse incômodo, conhecido popularmente como pigarro, geralmente surge como uma resposta natural do corpo a pequenas irritações na garganta ou nas vias respiratórias, por exemplo, após falar muito, ficar em ambientes com ar seco ou devido a uma gripe passageira.
No entanto, quando o pigarro se torna frequente e não melhora com o tempo, é importante ficar atento. Diferente daquele desconforto ocasional que desaparece em poucos dias, o pigarro persistente pode indicar um problema de saúde que merece investigação médica.
Para entender quando é necessário buscar ajuda, conheça as principais causas do pigarro constante e sua possível relação com o câncer.
O que pode causar pigarro constante?
O pigarro constante é um sintoma comum, com múltiplas causas possíveis. Ele ocorre como uma tentativa do organismo de eliminar agentes irritantes da garganta ou das vias respiratórias. Identificar a causa é essencial para definir o tratamento adequado. Veja as mais frequentes:
1. Refluxo gastroesofágico
Uma das causas mais comuns. Nesse caso, o ácido do estômago retorna para o esôfago e pode alcançar a garganta, irritando a mucosa e provocando pigarro, tosse seca e sensação de bolo na garganta (globo faríngeo). Quando o refluxo ocorre durante o sono, os sintomas podem ser mais intensos pela manhã.
2. Rinite e sinusite alérgica ou crônica
A produção excessiva de muco nasal, típica de crises alérgicas ou infecções, pode escorrer para a garganta, fenômeno conhecido como gotejamento pós-nasal. Esse muco provoca irritação e pigarro, especialmente ao acordar.
3. Uso excessivo da voz
Falar por longos períodos, em alto volume ou sem técnica vocal adequada pode gerar microlesões nas cordas vocais, levando à inflamação, rouquidão e pigarro persistente. Esse quadro é comum em professores, cantores e profissionais que utilizam muito a voz.
4. Tabagismo
O cigarro é um irritante direto das mucosas da garganta e das vias respiratórias, favorecendo o acúmulo de secreções e o surgimento de pigarro crônico.
Além disso, o tabagismo está fortemente relacionado ao câncer de laringe, faringe, boca e pulmão, o que torna a avaliação médica ainda mais importante.
5. Poluição e ar seco
Ambientes com poeira, fumaça, mofo ou ar-condicionado por longos períodos podem ressecar as mucosas e estimular o pigarro como mecanismo de defesa do organismo.
6. Medicamentos
Alguns medicamentos, especialmente os inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), usados no controle da hipertensão arterial, podem causar tosse seca e pigarro como efeito colateral.
7. Infecções respiratórias
Gripes, resfriados e infecções das vias respiratórias podem causar inflamação prolongada da garganta, levando a pigarro e tosse que persistem por algumas semanas mesmo após a melhora dos outros sintomas.
8. Câncer de garganta ou pulmão
Embora menos comum, o pigarro persistente pode ser um sinal inicial de câncer, especialmente quando vem acompanhado de outros sintomas, como rouquidão, dificuldade para engolir, dor persistente ou tosse com sangue.
Nesses casos, o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de sucesso do tratamento.
Leia também: Câncer de garganta – o que é, sintomas, diagnóstico, tratamento e relação com HPV
Quando o pigarro pode ser sinal de câncer?
Na maior parte dos casos, o pigarro é causado por condições benignas e tratáveis, mas é importante saber que ele também pode estar entre os primeiros sinais de câncer das vias aéreas superiores, como o câncer de laringe, faringe ou pulmão.
A suspeita aumenta quando o pigarro é constante, progressivo e vem acompanhado de sintomas como:
- Rouquidão persistente;
- Dor ou dificuldade para engolir;
- Sensação de corpo estranho na garganta;
- Tosse com sangue;
- Dor de garganta que não melhora;
- Perda de peso sem causa aparente;
- Nódulo ou inchaço no pescoço;
- Falta de ar ou chiado no peito.
Nem todo pigarro é motivo de alarme, mas também não deve ser ignorado. Muitos problemas, inclusive o câncer, têm melhores resultados quando diagnosticados precocemente.
Por isso, se o incômodo for frequente ou vier acompanhado desses sintomas, o ideal é procurar um médico otorrinolaringologista ou clínico geral.
Como é feita a investigação da causa do pigarro?
A avaliação médica é fundamental para descobrir a causa do pigarro persistente. O atendimento geralmente começa com uma anamnese detalhada, em que o médico investiga os sintomas, os hábitos de vida, o histórico de saúde e o uso de medicamentos.
Em seguida, realiza-se um exame físico, observando a boca, a garganta e o pescoço em busca de sinais de inflamação, secreção ou lesões visíveis. Conforme a suspeita clínica, podem ser solicitados exames complementares, como:
- Laringoscopia – para avaliar as cordas vocais e a laringe;
- Endoscopia digestiva alta – útil para detectar refluxo e inflamações no esôfago;
- Tomografia computadorizada ou ressonância magnética – indicadas quando há suspeita de tumores;
- Exames laboratoriais e cultura de secreção – para investigar infecções ou processos inflamatórios.
Caso sejam encontradas lesões suspeitas, o médico pode solicitar uma biópsia, coleta de uma pequena amostra de tecido para análise microscópica. Esse exame é o padrão-ouro para confirmar ou descartar o diagnóstico de câncer.
O pigarro é um sintoma muito comum e, na maioria das vezes, benigno. No entanto, quando é persistente e acompanhado de outros sinais de alerta, pode indicar um problema mais sério, como refluxo grave, inflamações crônicas ou até câncer de garganta ou pulmão.
Por isso, diante de um pigarro que não melhora em poucas semanas, o acompanhamento médico é indispensável para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado.
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Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim


