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Quanto tempo depois da quimioterapia começa a radioterapia?

O momento ideal para começar a radioterapia após a quimioterapia depende de vários fatores individuais, incluindo a resposta ao tratamento e o tipo de câncer. É essencial que os pacientes discutam suas opções com seus médicos para entender melhor o plano de tratamento e os objetivos terapêuticos.

O tratamento do câncer frequentemente combina diferentes modalidades terapêuticas, como quimioterapia e radioterapia, de maneira planejada para maximizar os resultados. Uma dúvida comum entre pacientes e familiares é: quanto tempo após a quimioterapia deve começar a radioterapia? Qual a indicação de fazer juntas? Entender essa sequência é essencial para o planejamento adequado e para otimizar a recuperação do paciente.

A relação entre quimioterapia e radioterapia

A quimioterapia utiliza medicamentos que agem de forma sistêmica, atingindo células cancerígenas em todo o corpo. Já a radioterapia emprega radiações ionizantes direcionadas para áreas específicas do organismo, com o objetivo de destruir ou inibir o crescimento tumoral local. Dependendo do tipo, estágio do câncer e características do paciente, essas terapias podem ser administradas de maneira sequencial ou concomitante.

Quando usadas juntas, essas abordagens frequentemente apresentam um efeito sinérgico, potencializando a eficácia do tratamento. No entanto, o planejamento é crucial para minimizar os efeitos colaterais e maximizar os benefícios.

Quando começar a radioterapia?

O início da radioterapia depende de vários fatores, como o tipo de câncer, a extensão da doença, a resposta do paciente ao tratamento anterior e o protocolo específico adotado. Em muitos casos, quando a indicação da radioterapia é após a quimioterapia, ela começa entre duas e três semanas após. Esse intervalo é necessário para permitir que o corpo se recupere de possíveis efeitos adversos da quimioterapia, como:

  • Fadiga extrema: um efeito colateral comum da quimioterapia, que pode afetar a capacidade do paciente de tolerar outro tratamento.
  • Alterações hematológicas: a quimioterapia pode reduzir significativamente os níveis de glóbulos brancos, plaquetas e hemoglobina, aumentando o risco de infecções e sangramentos. O intervalo dá tempo para que esses níveis sejam parcialmente restaurados.

O momento exato é definido pelo oncologista, que leva em consideração exames clínicos, laboratoriais e de imagem para avaliar a condição do paciente e o comportamento do tumor.

Por que fazer radioterapia depois da quimioterapia?

A radioterapia é frequentemente indicada após a quimioterapia para eliminar células tumorais residuais que não foram completamente destruídas pela quimioterapia. Esse esquema é comumente adotado em cânceres como:

  • Câncer de mama: especialmente após a cirurgia para reduzir o risco de recidiva local.
  • Câncer de próstata: quando há evidência de extensão local da doença.
  • Cânceres de cabeça e pescoço: para tratar áreas onde a cirurgia pode não ter removido todas as células cancerígenas.

Essa abordagem combinada visa aumentar as chances de cura e reduzir a probabilidade de recidiva. Além disso, em situações específicas, a quimioterapia pode ser usada como tratamento neoadjuvante (antes da cirurgia), para reduzir o tamanho do tumor, seguida de radioterapia adjuvante (após a cirurgia), para erradicar células remanescentes.

Por que fazer quimioterapia e radioterapia juntas?

Em alguns casos, a quimioterapia e a radioterapia são administradas simultaneamente, uma abordagem chamada quimiorradioterapia concomitante. Essa combinação potencializa os efeitos antitumorais, pois a quimioterapia pode sensibilizar as células cancerígenas à radiação, aumentando a eficácia da radioterapia.

A quimiorradioterapia é frequentemente indicada para:

  • Câncer de pulmão: tanto câncer de pulmão de células não pequenas em estágios localmente avançados quanto em câncer de pulmão de pequenas células em estágio inicial
  • Câncer do colo do útero: onde a terapia combinada melhora significativamente os resultados de sobrevida.
  • Câncer de esôfago e Câncer de Cabeça e Pescoço: para tratar tumores localizados, especialmente em pacientes que não são candidatos imediatos à cirurgia.

Embora essa abordagem aumente a eficácia do tratamento, também pode intensificar os efeitos colaterais, como mucosite, náuseas e maior supressão da medula óssea. Por isso, a decisão de combinar esses tratamentos é baseada em uma análise cuidadosa do estado clínico do paciente e do prognóstico esperado.

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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