É natural que pacientes com câncer e seus familiares tenham diversas dúvidas sobre o que é permitido ou recomendado durante e após o tratamento. A rotina muda, e surgem várias perguntas sobre alimentação, uso de suplementos, prática de atividades físicas, cuidados gerais e até direitos garantidos por lei. Entre elas, uma das mais frequentes é: quem teve câncer pode doar sangue? A resposta é: depende.
De acordo com as normas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pessoas com diagnóstico de câncer, atual ou prévio, não podem doar sangue, com exceção dos casos de carcinoma basocelular de pele e lesões intraepiteliais cervicais de baixo grau (como o câncer de colo do útero in situ).
Mesmo nessas situações, a decisão deve ser individualizada e sempre orientada por um médico.
Mas essa é apenas uma das muitas dúvidas que costumam surgir. A seguir, reunimos respostas claras e baseadas em evidências para as perguntas mais comuns.
Quem tem câncer pode tomar ômega 3?
O ômega 3 é um tipo de gordura poli-insaturada com propriedades anti-inflamatórias, presente em peixes como salmão, sardinha e atum, e em sementes como linhaça e chia. Embora possa trazer benefícios à saúde, pacientes oncológicos podem usar suplementos de ômega 3 apenas com prescrição médica, pois essa substância pode interagir com medicamentos ou afetar a resposta ao tratamento.
Quem tem câncer pode tomar vitamina D?
A vitamina D é fundamental para a saúde óssea, a função muscular e a modulação do sistema imunológico. Pacientes com câncer geralmente podem suplementá-la, desde que haja indicação e acompanhamento profissional médico. O excesso de vitamina D pode causar efeitos colaterais, como náuseas, fraqueza, constipação e, em casos mais graves, lesão renal.
Quem tem câncer tem desconto na conta de luz?
Sim, pessoas com câncer podem ter direito à Tarifa Social de Energia Elétrica, conforme os critérios estabelecidos pela Lei nº 10.438/2002 e pelo Decreto nº 7.583/2011. O benefício é concedido nas seguintes situações:
- Renda mensal familiar de até meio salário mínimo por pessoa e inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) ou recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC);
- Uso de equipamentos elétricos essenciais à vida, como ventiladores mecânicos ou concentradores de oxigênio, desde que a renda familiar total não ultrapasse três salários mínimos.
O benefício é válido em todo o Brasil. Acesse aqui para saber mais e entender o que é preciso para solicitá-lo.
Quem tem câncer pode pegar peso?
Depende do tipo de câncer, do estágio da doença, do tratamento em andamento e da condição clínica individual. De forma geral, atividades físicas leves ou moderadas são benéficas, desde que haja liberação médica e acompanhamento profissional. Levantar pesos excessivos ou praticar exercícios extenuantes pode ser contraindicado, especialmente em pacientes com perda de massa muscular ou risco de fraturas.
O mais indicado é conversar com o oncologista e, se necessário, com um fisioterapeuta ou educador físico, que poderá elaborar um plano de atividade física seguro e personalizado.
Quem tem câncer pode tomar creatina?
A creatina é um suplemento que visa aumentar a força e a massa muscular em atletas de alta performance, mas não deve ser usada por pacientes com câncer sem orientação médica. A avaliação precisa considerar a quantidade de exercício realizada, o tipo e o estágio do câncer, a função dos rins e outros orgãos além dos tratamentos em curso. A automedicação pode trazer riscos, e exames laboratoriais são necessários antes de iniciar qualquer suplementação
Quem tem câncer pode comer macarrão?
Sim. O macarrão pode ser incluído na alimentação de pacientes com câncer, especialmente quando há necessidade de dietas com maior aporte calórico e energético, como em casos de diarreia ou mucosite. Prefira as versões menos processadas, como macarrão integral ou de grãos, e evite o macarrão instantâneo, rico em sódio e aditivos químicos.
Quem tem câncer pode comer queijo?
Sim, mas com moderação e atenção ao tipo de queijo. Queijos brancos, como ricota, cottage e minas frescal, são os mais indicados, por conterem menos gordura e sódio. Queijos muito gordurosos ou ultraprocessados devem ser evitados. Além disso, queijos não pasteurizados (de leite cru) ou mal conservados oferecem risco de infecção, como por Listeria monocytogenes, especialmente perigosas para imunossuprimidos.
Quem tem câncer pode comer amendoim?
Sim, desde que se garanta a procedência e o armazenamento adequado. O amendoim é rico em proteínas, gorduras boas, vitaminas do complexo B e minerais como magnésio e zinco. Porém, quando mal armazenado, pode conter aflatoxinas, substâncias cancerígenas produzidas por fungos. Opte por produtos com selo de qualidade (como o da ABICAB) e evite consumir itens vencidos ou com odor, cor ou sabor alterados.
Quem tem câncer pode tomar leite?
Sim. O leite é fonte de proteínas, cálcio, fósforo e vitaminas importantes, e geralmente pode ser consumido durante o tratamento oncológico. No entanto, alguns pacientes desenvolvem intolerância à lactose, o que pode exigir a substituição por leite sem lactose ou bebidas vegetais fortificadas.
Além disso, deve-se dar preferência ao leite pasteurizado e de boa procedência para evitar a probabilidade de contaminações. Por fim, é importante avaliar o tipo do alimento (integral, semidesnatado ou desnatado) conforme as necessidades nutricionais e orientações do especialista.
Quem tem câncer de mama pode engravidar?
O tratamento do câncer de mama, principalmente com quimioterapia, pode afetar a fertilidade. Em geral, os médicos recomendam aguardar de dois a três anos após o tratamento para planejar uma gravidez. A decisão deve ser cuidadosamente avaliada por uma equipe multidisciplinar, oncologista, ginecologista e especialista em fertilidade, considerando o tipo de câncer, o risco de recidiva e o desejo reprodutivo da paciente.
Por que quem tem câncer precisa raspar o cabelo?
Não é obrigatório raspar o cabelo ao ser diagnosticado com câncer. No entanto, muitos pacientes optam por isso como forma de lidar com a alopecia, queda de cabelo, um efeito colateral comum da quimioterapia. Esse tipo de tratamento afeta células de rápida multiplicação, como as do folículo capilar, levando à perda dos fios em poucas semanas.
Vale destacar que nem todos os tratamentos causam queda de cabelo. Radioterapia localizada, imunoterapia e terapias-alvo costumam preservar os fios. Uma alternativa é a touca hipotérmica, que resfria o couro cabeludo durante a infusão da quimioterapia, ajudando a reduzir a queda capilar.
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A Oncologia D’Or transforma o cuidado com o câncer por meio de uma rede integrada de clínicas e centros de tratamento presentes em diversos estados do país. Com um corpo clínico especializado e equipes multidisciplinares dedicadas, proporcionamos uma jornada de atendimento que une tecnologia avançada, diagnóstico ágil e tratamentos personalizados.
Como parte da Rede D’Or, a maior rede de saúde da América Latina, garantimos acesso às estruturas hospitalares mais modernas e aos avanços científicos que fazem a diferença na vida dos pacientes.
Nosso compromisso é oferecer excelência, conforto e segurança em todas as etapas do tratamento oncológico, promovendo saúde e qualidade de vida.
Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’Or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim


