Cirurgia Torácica

A cirurgia torácica é uma especialidade médica que compreende todos os procedimentos realizados na região do tórax, especificamente entre a base do pescoço e o músculo diafragma.

Essa região abriga órgãos essenciais para a sobrevivência, como os pulmões, o esôfago, a traqueia e o mediastino, além das pleuras e da parede torácica.

O cirurgião torácico é o profissional responsável por tratar doenças que acometem essas estruturas, atuando em casos que envolvem desde traumatismos torácicos até doenças oncológicas e funcionais, como a hiperidrose (suor excessivo).

O caminho até a especialização inclui a graduação em medicina (6 anos), seguida por residência em cirurgia geral (2 anos) e, posteriormente, residência em cirurgia torácica (2 anos). O profissional ainda pode se tornar membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica, o que atesta sua qualificação técnica e ética.

O cirurgião torácico atua em uma gama variada de condições, tais como:

• Fraturas de costelas;

• Hiperidrose;

• Pneumotórax;

• Derrame pleural;

• Traqueostomia;

• Câncer de pulmão;

• Miastenia gravis;

• Tumores do mediastino;

• Transplante de pulmão;

• Intervenções estéticas e reconstrutivas da parede torácica.
  

Procedimentos como a traqueostomia, indicados em pacientes com dificuldades respiratórias graves, também fazem parte de sua rotina.

Existem duas abordagens principais:

Cirurgia aberta (toracotomia)

É o método tradicional, com uma incisão ampla no tórax que permite acesso direto ao local afetado. Apesar de mais invasiva, ainda é necessária em muitos casos complexos.

Cirurgias minimamente invasivas

Técnicas como a VATS (cirurgia torácica vídeo-assistida) e a cirurgia robótica torácica permitem a realização do procedimento com pequenas incisões, uso de microcâmeras e instrumentos específicos. Isso reduz o risco de complicações, o tempo de internação e acelera a recuperação.

Antes da cirurgia, o médico pode solicitar exames como:

• Hemograma e função renal;

• Radiografia de tórax;

• Tomografia computadorizada;

• Ressonância magnética;

• PET-CT (em casos oncológicos);

• Espirometria e avaliação da função pulmonar.
  

O período de recuperação depende do tipo de cirurgia, da condição clínica do paciente e da técnica utilizada. Em geral:

• A alta hospitalar ocorre entre 2 e 6 dias após a cirurgia;

• A mobilização precoce (nas primeiras 24 horas) é estimulada para evitar tromboses e complicações respiratórias;

• O uso de drenos torácicos é comum para evitar acúmulo de ar ou líquidos, e sua retirada depende da evolução clínica;

• O paciente deve seguir orientações sobre curativos, higiene da ferida e evitar esforço físico nas primeiras semanas.

Em cirurgias minimamente invasivas, o retorno às atividades costuma ser entre 2 e 4 semanas. Já para as toracotomias abertas, entre 6 e 8 semanas.

Durante esse período, o controle da dor é normalmente feito com analgésicos simples. A reabilitação com fisioterapia respiratória e exercícios de expansão pulmonar podem ser parte do processo.

As complicações mais comuns incluem:

• Pneumonia: associada à imobilidade e dor para respirar profundamente;

• Atelectasia: colapso parcial do pulmão por hipoventilação;

• Infecções de ferida ou drenagem pleural;

• Dor torácica crônica: em alguns casos, especialmente após toracotomia aberta;

• Tromboembolismo pulmonar: prevenido com mobilização precoce e medicações anticoagulantes.
  

O uso de técnicas minimamente invasivas e a fisioterapia respiratória ajudam a reduzir significativamente essas complicações.

Embora ambas envolvam o tórax, são especialidades diferentes. A cirurgia torácica trata pulmões, pleura, parede torácica, esôfago, mediastino e traqueia. Já a cirurgia cardiovascular tem como foco o coração e grandes vasos (aorta, veias e artérias coronárias). Exemplos incluem revascularização do miocárdio, troca de válvula cardíaca e correção de aneurismas.

São áreas complementares, mas com formações e equipes distintas.