Quimerismo Sangue Medula Óssea

É um teste laboratorial essencial após o transplante de medula óssea, uma vez que avalia a proporção de células sanguíneas do receptor em comparação com as células do doador, com objetivo de identificar se o procedimento foi bem-sucedido. A palavra “quimerismo” vem da mitologia grega e, na medicina, refere-se à coexistência de dois materiais genéticos diferentes no mesmo organismo.

A condição ideal após um transplante de medula óssea é o quimerismo completo, quando 100% das células sanguíneas detectadas pertencem ao doador. Essa é a situação mais desejada, pois indica que o organismo do paciente aceitou o enxerto e que as células do doador estão dominando a produção sanguínea.

Já o quimerismo misto ocorre quando há coexistência de células do doador e do paciente no sangue. Essa condição pode ser transitória nos primeiros dias ou semanas após o transplante, à medida que o organismo do paciente se adapta ao enxerto. No entanto, se ela persiste ou se a proporção de células do doador começa a aumentar, isso pode sinalizar risco de rejeição do procedimento ou recaída da doença hematológica. Nesses casos, o médico pode intervir ajustando o tratamento.

O principal objetivo é verificar se o transplante de medula óssea foi bem-sucedido, ou seja, se as células do doador estão predominando no sangue do receptor. A partir disso, o médico pode confirmar o grau de pega do enxerto, avaliar o risco de rejeição e auxiliar nas decisões terapêuticas, como ajuste de imunossupressores ou necessidade de novas intervenções.

O exame é realizado a partir de uma coleta de sangue periférico, semelhante a outros testes laboratoriais. Em casos específicos, pode ser necessário colher uma amostra diretamente da medula óssea. No laboratório, utiliza-se uma técnica chamada análise de microssatélites por PCR, que compara os perfis genéticos dos indivíduos. Assim, é possível identificar qual porcentagem das células analisadas pertence ao doador e qual ainda é originária do receptor.

Diferente de outros testes laboratoriais que apresentam valores numéricos fixos, o resultado do exame de quimerismo no sangue pós-transplante é descritivo. Isso significa que ele informa a porcentagem relativa de células do doador e do receptor, sem um “valor normal” que sirva para todos os casos. Por isso, é fundamental que os achados sejam interpretados por um médico.

De modo geral, o exame é solicitado por hematologistas e oncologistas, sobretudo os que acompanham pacientes que passaram por transplante de medula óssea. Médicos de outras especialidades também podem requisitá-lo, desde que estejam envolvidos no cuidado do indivíduo transplantado.

O tempo para liberação do resultado pode variar de acordo com o laboratório, mas normalmente leva de 7 a 15 dias úteis.