A mielomeningocele atinge uma em cada mil crianças nascidas no Brasil. Além de prejudicar as funções motoras, essa condição ainda pode levar à hidrocefalia, paraplegia e fístula liquórica (quando o líquido do cérebro sai pela cavidade nasal). Isso quer dizer que o bebê corre o risco de não conseguir se locomover sozinho, sem uso de aparelhos ou cadeira de rodas, além de perder capacidades importantes como o controle urinário e intestinal. O desenvolvimento intelectual também pode sofrer danos.
Como a mielomeningocele é diagnosticada?
Identificar a mielomeningocele precocemente é um caminho para reduzir as sequelas causadas pela doença. Assim, os pais do bebê podem esclarecer suas dúvidas e tomar decisões em relação ao tratamento. O rastreamento é feito ainda no 1º trimestre da gestação, por meio da ultrassonografia morfológica. O médico também pode solicitar uma ressonância magnética para fazer o diagnóstico pré-natal, além de exames de sangue materno.
O que causa a mielomeningocele?
As causas da mielomeningocele são multifatoriais, uma vez que incluem aspectos genéticos, ambientais e nutricionais. O histórico familiar de malformações na coluna durante a gravidez pode ser um fator risco, além de condições como o uso de anticonvulsivantes, diabetes mellitus e obesidade materna.
A deficiência de ácido fólico parece ser uma das principais causas para a mielomeningocele, bem como o uso de medicamentos que afetam o metabolismo desse nutriente. Por isso, o médico pode recomendar que a mulher suplemente ácido fólico tanto antes quanto durante a gestação por cerca de 3 meses em cada período. Tal cuidado tende a reduzir a incidência da mielomeningocele em até 95% .
Esse é um dos motivos que tornam a fortificação de alimentos com ácido fólico fundamental para a saúde gestacional, como já é feita no Brasil por meio de políticas governamentais.
Qual é o tratamento para a mielomeningocele?
Embora a mielomeningocele não tenha cura, realizar o seu tratamento o quanto antes é fundamental para evitar infecções e novas sequelas. Ele é feito por meio de procedimentos cirúrgicos antes ou depois do nascimento.
No caso da operação pós-natal, ou seja, aquela realizada logo após o nascimento do bebê, ela é feita nas primeiras 48h de vida e visa preservar todo o tecido nervoso viável e reconstruir a anatomia, além de minimizar os riscos de infecção do sistema nervoso central.
Por sua vez, a correção intraútero, realizada ainda durante a gravidez, costuma apresentar resultados melhores em relação à redução das taxas de complicações. Após fazer uma incisão no abdômen e útero da gestante, a má-formação da coluna vertebral no feto pode ser operada.
É preferível que a cirurgia seja realizada precocemente, uma vez que reduz a chance de precisar da derivação ventrículo-peritoneal (DPV). Essa técnica consiste em colocar um dreno na cabeça da criança para tratar a hidrocefalia. Mas evitar essa condição é importante para prevenir danos ao desenvolvimento cognitivo.
No entanto, nem todos os fetos podem ser operados ainda no útero. Apenas um médico especialista poderá indicar o tratamento mais adequado de acordo com as características e o estado clínico da gestante e do bebê.
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