Apesar de ser uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), a sífilis também pode ser transmitida de forma vertical, ou seja, de mãe para filho. Por isso, conversamos com a Dra. Régia Damous, infectologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, para falar sobre conscientização e sobre a sífilis congênita.
“O quadro de sífilis congênita varia desde um quadro assintomático apenas com o exame positivo, até quadros mais significativos”, explica a médica. Entre os sintomas da sífilis congênita, que aparecem até os dois anos, incluem-se: baixo peso, coriza serossanguinolenta, obstrução nasal, prematuridade, osteocondrite, pênfigo palmoplantar, fissura peribucal, hepatoesplenomegalia, alterações respiratórias/ pneumonia, icterícia, anemia, hidropsia, pseudoparalisia dos membros e condiloma plano.
Já a sífilis congênita tardia é caracterizada por sinais e sintomas que aparecem após os dois anos de vida e geralmente podem causar tíbia em “lâmina de sabre”, fronte olímpica, nariz em sela, dentes incisivos medianos superiores deformados (dentes de Hutchinson), mandíbula curta, arco palatino elevado, ceratite intersticial, surdez e dificuldade no aprendizado.
Por isso, o diagnóstico de sífilis na gestação, ter conhecimento da doença e ter tempo hábil para o tratamento adequado para prevenir a transmissão vertical para o recém-nascido é extremamente importante. “É muito importante que o diagnóstico seja o mais precoce possível para que o tratamento ocorra o mais rápido possível, de forma que a primeira dose do antibiótico deve ser dada pelo menos um mês antes do parto”, explica.
O diagnóstico de sífilis na gestação deve ser feito com exames de sangue – conhecidos como sorologias não treponêmicas (VDRL E RPR) e sorologias treponêmicas (FTA-abs, TPHA e Elisa). Estes exames devem ser feitos no primeiro trimestre, no início do terceiro trimestre (a partir da 28ª semana) e no momento do parto.
“A sífilis está em elevação no Brasil e por isso as gestantes têm que se conscientizar que a melhor forma de prevenção é o diagnóstico e o tratamento precoces para evitar a transmissão vertical”, conclui a médica.



