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Sífilis não é coisa do passado

A sífilis protagonizou a primeira epidemia de uma doença sexualmente transmissível da história. Apesar de existir há quase 500 anos e ter sido fortemente controlada após a descoberta da penicilina, a sífilis, mesmo parecendo coisa do passado, nunca esteve tão presente.

Segundo dados do Ministério da Saúde, de 2010 a 2020, o Brasil registrou 783 mil casos de sífilis adquirida. Em 2010, foram 3.925 mil ocorrências dessa infecção e, uma década depois, o número subiu para 152,9 mil, total 39 vezes maior.

Apesar de ser uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), a sífilis também pode ser transmitida de forma vertical, ou seja, de mãe para filho. Por isso, conversamos com a Dra. Régia Damous, infectologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, para falar sobre conscientização e sobre a sífilis congênita.

“O quadro de sífilis congênita varia desde um quadro assintomático apenas com o exame positivo, até quadros mais significativos”, explica a médica. Entre os sintomas da sífilis congênita, que aparecem até os dois anos, incluem-se: baixo peso, coriza serossanguinolenta, obstrução nasal, prematuridade, osteocondrite, pênfigo palmoplantar, fissura peribucal, hepatoesplenomegalia, alterações respiratórias/ pneumonia, icterícia, anemia, hidropsia, pseudoparalisia dos membros e condiloma plano.

Já a sífilis congênita tardia é caracterizada por sinais e sintomas que aparecem após os dois anos de vida e geralmente podem causar tíbia em “lâmina de sabre”, fronte olímpica, nariz em sela, dentes incisivos medianos superiores deformados (dentes de Hutchinson), mandíbula curta, arco palatino elevado, ceratite intersticial, surdez e dificuldade no aprendizado.

Por isso, o diagnóstico de sífilis na gestação, ter conhecimento da doença e ter tempo hábil para o tratamento adequado para prevenir a transmissão vertical para o recém-nascido é extremamente importante. “É muito importante que o diagnóstico seja o mais precoce possível para que o tratamento ocorra o mais rápido possível, de forma que a primeira dose do antibiótico deve ser dada pelo menos um mês antes do parto”, explica.

O diagnóstico de sífilis na gestação deve ser feito com exames de sangue – conhecidos como sorologias não treponêmicas (VDRL E RPR) e sorologias treponêmicas (FTA-abs, TPHA e Elisa). Estes exames devem ser feitos no primeiro trimestre, no início do terceiro trimestre (a partir da 28ª semana) e no momento do parto.

“A sífilis está em elevação no Brasil e por isso as gestantes têm que se conscientizar que a melhor forma de prevenção é o diagnóstico e o tratamento precoces para evitar a transmissão vertical”, conclui a médica.

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