Rede D’Or estreia procedimento com doação entre irmãos
O urologista Ricardo Ribas e sua equipe realizaram no Hospital CopaStar, no Rio de Janeiro, o primeiro transplante renal intervivo robótico da Rede D’Or. Para o urologista, o uso do robô pode ter um papel fundamental para estimular mais pessoas a se tornarem doadoras e, com isso, fazer com que menos pacientes precisem de um órgão de um doador falecido. De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), mais de 25.700 pessoas estão na fila esperando por um rim. “Ainda há muita gente que teme ser doadora devido ao medo da cirurgia, por causa da dor e do tempo de recuperação”, observa Ricardo.
A cirurgia robótica beneficia justamente na diminuição da dor e do desconforto no pós-operatório, além disso a maior precisão oferecida pelo equipamento diminui o tempo de permanência no hospital e permite um retorno mais rápido às atividades diárias. Ricardo cita como exemplo o caso do Daniel Belmiro Fontes, o primeiro doador a passar pelo procedimento na Rede D’Or. Servidor público, 46 anos, ele não teve dúvidas quando o irmão André Belmiro Fontes, 44 anos, comentou que estava com falência renal e precisaria de transplante de rim.
André sofria com uma doença crônica renal desde 2014, mas o estado piorou neste ano e precisou ter que fazer diálise três vezes por semana. Para que ele não tivesse que aguardar na longa fila de espera e pudesse retornar logo a uma rotina normal, Daniel prontamente se ofereceu para ser o doador. André chegou a ponderar que seria melhor entrar na fila de espera por um rim de alguém falecido, mas Daniel foi categórico. “Eu disse para ele que eu doo o meu rim e a gente não fala mais nisso. E deixa o rim de um falecido para outra pessoa que precise. Assim, a gente salva você e mais uma pessoa”, contou.
Daniel revela que ficou impressionado com o resultado da cirurgia. Três dias depois de doar o rim ele já teve alta e não sentiu dor em nenhum momento do pós-cirúrgico. Uma pequena cicatriz na altura abaixo da cintura e cinco pequenos furos na barriga são as únicas coisas que o fazem lembrar do procedimento feito no dia 27 de outubro. Ele conta que tem caminhado normalmente e brincado com os filhos. “Na verdade, muitas vezes eu tenho que me lembrar que ainda não passaram 30 dias, para não fazer nada que ainda não seja indicado”, diz.
Qualidade de vida e aproximação da família
Para André, a cirurgia se tornou sinônimo de qualidade de vida. Ele já não precisa mais despender tempo com a diálise, que é um processo cansativo e desgastante. Além disso, ele e o irmão também assumiram o compromisso de manter hábitos de vida saudáveis. O problema de saúde aproximou toda a família. “Hoje os grupos de whatsapp, por exemplo, são muito mais movimentados, conta André, que diz que a aproximação foi ainda maior com o irmão. Mesmo com o Daniel morando em Brasília e ele no Rio, os dois se falam todo dia.