O BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System) é um sistema internacional de classificação utilizado para avaliar e padronizar os resultados de exames de imagem das mamas, como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética.
Esse sistema auxilia na estimativa do risco de uma lesão ser maligna e orienta as condutas médicas subsequentes. Nesta matéria, você entenderá o que significa cada categoria, com destaque para o BI-RADS 2, e como ele se relaciona com o risco de câncer.
O que é BI-RADS?
O BI-RADS é uma ferramenta desenvolvida pelo American College of Radiology (ACR) que categoriza os achados em exames de imagem mamária em sete categorias, variando desde exames normais até casos com diagnóstico confirmado de câncer. Ele não é um diagnóstico definitivo, mas sim um sistema que padroniza a linguagem entre profissionais da saúde, facilitando o planejamento do manejo clínico conforme o risco estimado.
Categorias BI-RADS
| Categoria BI-RADS | Descrição | Risco de Câncer | Conduta Recomendada |
| 0 | Inconclusivo | — | Realizar exames adicionais |
| 1 | Sem achados | < 0,05% | Rastreamento de rotina |
| 2 | Achado benigno | < 0,05% | Rastreamento de rotina |
| 3 | Provavelmente benigno | < 2% | Acompanhamento semestral |
| 4 | Suspeito de malignidade | Varia (2% a 95%) | Biópsia para esclarecimento |
| 5 | Altamente suspeito de malignidade | > 95% | Biópsia para confirmação |
| 6 | Diagnóstico confirmado de câncer | 100% (já diagnosticado) | Tratamento oncológico específico |
BI-RADS 2: pode virar câncer?
A categoria BI-RADS 2 indica que o achado visualizado é benigno, como cistos simples, fibroadenomas ou calcificações típicas. O risco de malignidade é extremamente baixo, inferior a 0,05%. Nessas situações, não é necessário realizar biópsia ou tratamento adicional imediato, sendo indicado apenas o seguimento com rastreamento de rotina, conforme a idade e o histórico da paciente.
Embora a probabilidade de um achado BI-RADS 2 evoluir para câncer seja muito pequena, o acompanhamento periódico é essencial, pois novos achados podem surgir ao longo do tempo e exigir reavaliação.
BI-RADS 3: nódulo na mama pode virar câncer?
Lesões classificadas como BI-RADS 3 são consideradas provavelmente benignas, apresentando menos de 2% de risco de malignidade. Exemplos incluem nódulos com características sugestivas de benignidade, mas que ainda não permitem descartar completamente a possibilidade de câncer.
Por isso, a conduta recomendada é o acompanhamento com exames a cada seis meses durante um período de até dois anos, para verificar se há estabilidade ou progressão da lesão. Caso haja qualquer alteração suspeita, pode-se indicar biópsia.
BI-RADS 4 qual conduta?
indica uma lesão suspeita de malignidade, com risco de câncer variando entre 2% e 95%. Por essa ampla variação, a categoria é subdividida em 4A (baixo risco), 4B (risco intermediário) e 4C (risco moderado a alto). A biópsia é sempre recomendada para confirmação diagnóstica. O achado pode ser benigno, mas requer investigação.
BI-RADS 5 e 6: o que significa?
BI-RADS 5: esta categoria indica uma lesão altamente sugestiva de câncer, com mais de 95% de chance de malignidade. Neste caso, é imperativo realizar uma biópsia para confirmação histológica e início rápido do tratamento, se necessário.
BI-RADS 6: é utilizado exclusivamente quando há diagnóstico histopatológico já confirmado de câncer de mama. Essa classificação se aplica aos exames de imagem feitos após a biópsia, com objetivo de estadiamento, planejamento terapêutico ou avaliação da resposta ao tratamento.
BI-RADS 6 e cura
O BI-RADS 6 não se refere a um prognóstico ou à cura do câncer, mas sim ao monitoramento de um caso já diagnosticado. A possibilidade de cura depende de diversos fatores, como o tipo de tumor, o estágio clínico no momento do diagnóstico e a resposta individual ao tratamento, que pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia hormonal ou imunoterapia.
