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Câncer de mama triplo negativo: o que é, sintomas, tratamento e expectativa de vida

O câncer de mama triplo negativo é um subtipo de tumor mamário caracterizado pela ausência de três biomarcadores importantes: receptores hormonais de estrogênio, receptores de progesterona e a proteína HER2. Essa ausência torna o tratamento mais desafiador, já que terapias hormonais e medicamentos que utilizam o HER2 como alvo não são eficazes nesses casos.

O que é câncer triplo negativo?

O câncer de mama triplo negativo é definido pela ausência dos três principais marcadores moleculares usados na classificação e no direcionamento terapêutico dos tumores mamários: receptores de estrogênio, de progesterona e HER2. Sem esses alvos específicos, não é possível utilizar a hormonioterapia nem as terapias anti-HER2, o que limita as opções terapêuticas. Por esse motivo, o tratamento baseia-se, principalmente, em quimioterapia citotóxica. Em determinados casos, podem ser utilizados inibidores de PARP (especialmente em pacientes com mutações nos genes BRCA1/2) e imunoterapia, como inibidores de checkpoint imunológico, dependendo do perfil molecular do tumor.

Sintomas do câncer de mama triplo negativo

Os sinais e sintomas do câncer de mama triplo negativo são semelhantes aos observados em outros subtipos da doença. Os mais comuns incluem:

Nódulo mamário endurecido e de baixa mobilidade
Retração do mamilo
Secreção serosa ou sanguinolenta pelos mamilos
Aumento de linfonodos axilares
Alterações na pele da mama, como espessamento ou vermelhidão

Em fases mais avançadas, sintomas relacionados à metástase podem surgir, como dor óssea, tosse persistente e falta de ar, dependendo do local acometido.

Expectativa de vida e prognóstico

O câncer de mama triplo negativo tende a apresentar comportamento mais agressivo do que outros subtipos, com maior risco de recidiva precoce, especialmente nos primeiros três anos após o diagnóstico. No entanto, quando identificado precocemente, as chances de cura são significativas, reforçando a importância do rastreamento mamográfico e da vigilância clínica regular.

A taxa de sobrevida varia de acordo com o estágio da doença no momento do diagnóstico. Pacientes diagnosticadas em estágios iniciais costumam ter um prognóstico mais favorável. A expectativa de vida deve ser avaliada de forma individualizada, levando em conta fatores como extensão da doença, resposta ao tratamento e condições clínicas da paciente.

Protocolo de quimioterapia triplo negativo

Como esse subtipo não responde à hormonioterapia nem às terapias anti-HER2, a quimioterapia sistêmica é o principal recurso terapêutico. Os esquemas geralmente envolvem combinações de antraciclinas (como a doxorrubicina) e taxanos (como o paclitaxel ou docetaxel). Para pacientes com mutação nos genes BRCA1/2, inibidores de PARP como olaparibe ou talazoparibe podem ser indicados. Além disso, a imunoterapia com inibidores de PD-L1, como pembrolizumabe em doença localizada e o atezolizumabe em combinação com nab-paclitaxel, em casos metastáticos com expressão de PD-L1.

Sobreviventes triplo negativo: é possível vencer o câncer de mama triplo negativo?

Sim, é possível superar o câncer de mama triplo negativo. Apesar de ser um subtipo mais agressivo, muitas pacientes alcançam resposta completa ao tratamento, especialmente quando a doença é diagnosticada precocemente. Com os avanços terapêuticos e uma abordagem multidisciplinar, os casos de remissão completa têm se tornado cada vez mais frequentes, e muitas mulheres tornam-se sobreviventes de longo prazo.

Câncer triplo negativo grau 3

O grau histológico de um tumor indica o quanto as células cancerígenas diferem das células mamárias normais. O grau 3 (ou alto grau) significa que as células são altamente atípicas e apresentam maior capacidade de proliferação, o que sugere comportamento mais agressivo. O câncer de mama triplo negativo frequentemente apresenta grau histológico 3, o que contribui para sua rápida progressão e maior risco de recorrência. Essa característica reforça a necessidade de tratamento intensivo, acompanhamento frequente e vigilância oncológica contínua.

Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’Or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim

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