Câncer na gengiva: o que é, sintomas, diagnóstico, tratamento e equipe multidisciplinar
O câncer na gengiva é um tipo de neoplasia maligna da cavidade oral que afeta a mucosa gengival. Ele está frequentemente associado a fatores de risco como tabagismo, consumo excessivo de álcool e leucoplasia. Embora seja menos comum do que outros tipos de câncer oral, é essencial reconhecer seus sinais precoces e buscar tratamento adequado para aumentar as chances de cura.
Neste artigo, abordaremos o que é o câncer na gengiva, seus sintomas, métodos de diagnóstico, opções de tratamento e a importância de uma equipe multidisciplinar no cuidado ao paciente.
O que é câncer na gengiva?
O câncer na gengiva é um tumor maligno que se desenvolve na mucosa gengival, frequentemente a partir de lesões pré-cancerosas como leucoplasia (manchas brancas) e eritroplasia (manchas vermelhas). O carcinoma espinocelular é o subtipo histológico mais comum e tem potencial invasivo, podendo acometer ossos, dentes e tecidos adjacentes.
Os principais fatores de risco incluem:
- Tabagismo: O uso de cigarros e outros produtos derivados do tabaco aumenta significativamente o risco.
- Consumo excessivo de álcool: O álcool potencializa os efeitos carcinogênos do tabaco.
- Má higienização oral: Pode favorecer inflamações crônicas e o desenvolvimento de lesões.
- Leucoplasia: condição caracterizada pelo surgimento de manchas ou placas / lesões brancas na mucosa oral.
Quais são os sintomas do câncer na gengiva?
Os sintomas podem ser sutis no estágio inicial, tornando essencial a observação de alterações na gengiva. Os principais sinais incluem:
Alterações Visíveis
- Manchas ou placas brancas, vermelhas ou escuras na gengiva.
- Feridas persistentes que não cicatrizam após duas semanas.
- Caroços ou espessamentos na gengiva.
Sinais Funcionais
- Sangramento gengival espontâneo ou ao escovar os dentes.
- Dor ou dificuldade para mastigar.
- Sensibilidade ou dormência na região afetada.
- Dentes moles ou frouxos, sugerindo comprometimento do osso alveolar.
Sinais Sistêmicos
- Perda de peso inexplicada, especialmente em estágios avançados.
- Fadiga persistente.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer na gengiva é feito por meio de uma combinação de exames clínicos e laboratoriais:
Exame Clínico Oral: Um dentista ou médico especializado avalia a presença de lesões suspeitas, nódulos ou ulcerações na gengiva.
Biópsia: O procedimento consiste na remoção de uma amostra de tecido da lesão para análise histopatológica, confirmando a presença de células cancerígenas.
Exames de Imagem
- Tomografia Computadorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM): Avaliam a extensão do tumor e sua relação com estruturas adjacentes.
- Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET-CT): Indicada para identificar metástases.
Tratamento
O tratamento do câncer na gengiva é multidisciplinar e depende do estágio da doença, da localização do tumor e da saúde geral do paciente. As principais abordagens incluem:
Cirurgia
A ressecção tumoral é a principal forma de tratamento em estágios iniciais. Pode incluir a remoção de parte do osso maxilar ou mandibular nos casos mais avançados.
Radioterapia
A radioterapia pode ser usada como tratamento principal para tumores pequenos ou como terapia adjuvante após a cirurgia para reduzir o risco de recorrência.
Quimioterapia
Indicada para casos mais avançados ou metastáticos, é frequentemente combinada com radioterapia (quimiorradiação).
Terapia-Alvo e Imunoterapia
Medicamentos como inibidores de EGFR (receptor do fator de crescimento epidérmico) e imunoterapia podem ser utilizados em pacientes com tumores inoperáveis ou metastáticos.
Importância da Equipe Multidisciplinar
O tratamento do câncer na gengiva exige uma abordagem integrada, envolvendo diferentes especialistas:
- Oncologista: Define a estratégia terapêutica.
- Cirurgião de Cabeça e Pescoço: Realiza a remoção do tumor.
- Dentista/Estomatologista: Atua na prevenção, diagnóstico precoce e reabilitação oral.
- Fonoaudiólogo: Auxilia na reabilitação da fala e deglutição.
- Nutricionista: Garante suporte nutricional adequado durante o tratamento.
- Psicólogo: Auxilia no suporte emocional ao paciente e familiares.
Fístula na Gengiva e Caroço: Sinais de Alerta
Fístulas gengivais e caroços podem ser sinais de infecção ou doenças benignas, mas também podem indicar neoplasias. Qualquer lesão persistente por mais de duas semanas deve ser avaliada por um profissional.
A conscientização sobre os sintomas e a importância da equipe multidisciplinar são fundamentais para o tratamento eficaz do câncer na gengiva. Além disso, medidas preventivas, como evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, são essenciais para reduzir a incidência da doença.




