Sim, o câncer pode afetar a mandíbula, caracterizando uma condição maligna que se desenvolve no osso maxilar inferior. Essa neoplasia pode manifestar uma variedade de sintomas, cuja natureza e intensidade dependem do estágio da doença e da localização precisa do tumor.
Embora considerado relativamente raro em comparação com outros tipos de câncer, o reconhecimento precoce dos sinais é crucial para um diagnóstico oportuno e, consequentemente, para a implementação de um tratamento eficaz.
O que é câncer na mandíbula?
O câncer na mandíbula pode se originar de diferentes tipos de células, incluindo células escamosas, ósseas e cartilaginosas. Os tipos mais comuns são o carcinoma de células escamosas, o osteossarcoma e o condrossarcoma.
Adicionalmente, a mandíbula pode ser um sítio de metástase, ou seja, células cancerosas originárias de tumores em outras partes do corpo – como pulmões, mamas ou próstata – podem se disseminar e formar tumores secundários nessa região.
Quais são os sintomas do câncer na mandíbula?
Os sintomas associados ao câncer na mandíbula podem se tornar progressivamente evidentes. Alguns dos sinais e sintomas mais comuns incluem:
Dor e inchaço persistentes
Uma dor contínua na mandíbula, acompanhada de inchaço visível no rosto ou na região do queixo, é um sintoma frequente. A intensidade da dor pode variar de um desconforto leve a uma dor severa, impactando significativamente as atividades diárias do paciente.
Dificuldade em mastigar e engolir
A presença do tumor pode restringir a movimentação normal da mandíbula, levando à dificuldade em mastigar alimentos. Além disso, alguns pacientes podem relatar uma sensação de corpo estranho ou algo preso na garganta, o que pode comprometer a ingestão adequada de alimentos e, consequentemente, levar à perda de peso e desnutrição.
Dormência e formigamento
O envolvimento de nervos na região da mandíbula pelo tumor pode causar sensações anormais, como dormência ou formigamento na própria mandíbula, no rosto ou na cavidade oral (boca).
Dentes soltos e dentaduras mal ajustadas
O crescimento do câncer pode enfraquecer a estrutura óssea da mandíbula que suporta os dentes, resultando em dentes que se tornam progressivamente soltos. Em pacientes que utilizam dentaduras, pode haver uma dificuldade crescente em ajustar a prótese devido às alterações na forma da mandíbula.
Sangramento inexplicável
O sangramento espontâneo na boca ou nas gengivas, sem uma causa aparente como trauma ou doença periodontal avançada, pode ser um sinal de alerta.
Alterações da voz
Em alguns casos, o tumor na mandíbula pode exercer pressão sobre estruturas adjacentes, levando a alterações na qualidade da voz do paciente.
Diagnóstico e tratamento
O câncer na mandíbula é diagnosticado por meio de exame clínico e exames de imagem (raio-X, tomografia computadorizada e ressonância magnética) para avaliar a extensão do tumor. A confirmação definitiva requer uma biópsia do tecido suspeito para análise específica.
O tratamento é geralmente multidisciplinar, com a cirurgia sendo a principal abordagem para remover o tumor primário e, possivelmente, os linfonodos regionais afetados. Após a cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia podem ser indicadas para eliminar células cancerígenas remanescentes e prevenir a recorrência.
A escolha do tratamento é personalizada, considerando o tipo e estágio do câncer, tamanho e localização do tumor, e a condição geral de saúde do paciente.
Prevenção
Não existem medidas preventivas específicas para o câncer na mandíbula. No entanto, a manutenção de uma boa saúde bucal e a evitação de fatores de risco conhecidos para câncer oral, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, podem contribuir para a redução do risco geral de cânceres na região da boca.