Câncer na vesícula tem cura? Entenda o que é, sintomas e linhas de tratamento

O câncer de vesícula biliar é uma neoplasia rara e agressiva que se origina nas células epiteliais que revestem internamente a vesícula biliar, um pequeno órgão localizado abaixo do fígado, cuja função principal é armazenar e liberar a bile para auxiliar na digestão de gorduras.Devido à sua evolução silenciosa, a doença geralmente é diagnosticada em estágios avançados, comprometendo as opções terapêuticas e o prognóstico. No entanto, a detecção precoce pode aumentar as chances de tratamento curativo.

O câncer de vesícula biliar é um tumor maligno que se desenvolve nesse órgão e pode ser classificado como primário, quando se origina diretamente na vesícula, ou secundário, quando ocorre devido à disseminação de cânceres de outros órgãos (metástases).

A maioria dos casos é diagnosticada tardiamente, pois a doença costuma ser assintomática nos estágios iniciais ou apresentar sintomas inespecíficos, semelhantes aos de outras condições gastrointestinais.

Os sinais e sintomas podem variar de acordo com o estágio da doença. Entre os mais comuns, estão:

• Dor na parte superior direita do abdômen: pode ser persistente ou intermitente e ocorre na região da vesícula biliar.
• Náuseas e vômitos: geralmente associados a desconforto abdominal.
• Icterícia: amarelamento da pele e dos olhos devido ao acúmulo de bilirrubina no sangue, causado pela obstrução do fluxo biliar.
• Perda de apetite e emagrecimento inexplicável: sintomas comuns em doenças oncológicas.
• Febre e calafrios: mais frequentes em casos avançados, podendo indicar infecção associada.
• Fezes esbranquiçadas e urina escura: devido à interrupção da passagem da bile para o intestino.
• Prurido intenso: coceira generalizada causada pelo acúmulo de sais biliares na pele.

Fatores de Risco

Alguns fatores aumentam a predisposição para o câncer de vesícula biliar, sendo os principais:

• Cálculos biliares (colelitíase): a presença de pedras na vesícula pode levar a inflamações crônicas e predispor ao desenvolvimento de tumores.
• Pólipos na vesícula biliar: lesões benignas que, dependendo do tamanho e características, podem evoluir para malignidade.
• Idade e sexo: mulheres acima de 50 anos apresentam maior incidência da doença.
• Histórico de infecções crônicas: infecções repetidas na vesícula podem provocar alterações celulares que favorecem a transformação maligna.
• Obesidade e dieta rica em gorduras: fatores que aumentam o risco de inflamação crônica da vesícula.

O tratamento depende do estágio do tumor no momento do diagnóstico. As principais abordagens incluem:

Cirurgia (Colecistectomia e Ressecções Ampliadas)

• A remoção cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia) é o tratamento de escolha em estágios iniciais.
• Quando há invasão local, pode ser necessária a ressecção de partes do fígado e dos ductos biliares adjacentes.
• Em casos avançados, a cirurgia pode ser paliativa para aliviar sintomas.

Quimioterapia

• Indicada para tumores irressecáveis ou metastáticos.
• Os esquemas mais utilizados combinam agentes como gemcitabina e cisplatina, que demonstraram melhora na sobrevida em estudos clínicos.

Radioterapia

• Pode ser utilizada para controle local da doença ou como terapia paliativa para reduzir sintomas.

Terapia-alvo e Imunoterapia (Estudos em Andamento)

• Alguns tumores de vesícula biliar podem apresentar alterações moleculares passíveis de tratamento com terapias-alvo, como inibidores de FGFR2 ou IDH1.
• A imunoterapia já foi aprovada para o tratamento de câncer de vesícula biliar, especialmente em casos avançados ou metastáticos. O anticorpo monoclonal durvalumabe, que inibe PD-L1, foi aprovado em combinação com gencitabina e cisplatina.

A possibilidade de cura depende diretamente do estágio da doença no momento do diagnóstico. Quando detectado precocemente, a cirurgia pode ser curativa. No entanto, como a maioria dos casos é diagnosticada tardiamente, o tratamento costuma ser paliativo, focando na melhoria da qualidade de vida do paciente.

Sim, o câncer de vesícula biliar é considerado uma neoplasia agressiva, com prognóstico geralmente reservado devido ao diagnóstico tardio. Além disso, a proximidade da vesícula com o fígado e outras estruturas facilita a disseminação do tumor.

A detecção precoce e o acompanhamento médico são fundamentais para aumentar as chances de tratamento eficaz. Se houver fatores de risco ou sintomas persistentes, a avaliação médica deve ser feita o quanto antes.