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Câncer no peritônio tem cura? Entenda o que é, sintomas e o impacto da metástase

O câncer no peritônio é uma doença grave e complexa, cujo tratamento depende do estágio e da origem do tumor.

Câncer no peritônio tem cura? Entenda o que é, sintomas e o impacto da metástase

O câncer no peritônio é uma condição rara e grave que afeta a membrana que reveste a cavidade abdominal e seus órgãos. Embora seja mais comum em mulheres na pós-menopausa, pode ocorrer em qualquer pessoa e se manifestar como um tumor primário ou secundário, resultante da disseminação de outros tipos de câncer, como o de ovário, estômago. colorretal ou pâncreas.

Neste artigo, exploramos o que é o câncer no peritônio, seus sintomas, o impacto da metástase e as perspectivas de tratamento e cura.

O que é câncer no peritônio?

O câncer no peritônio é uma neoplasia maligna que afeta o peritônio, uma membrana serosa que reveste a cavidade abdominal e os órgãos internos. Ele pode ser classificado em:

  • Câncer Primário do Peritônio: Raro, ocorre quando as células malignas se desenvolvem diretamente no peritônio. O carcinoma seroso primário do peritônio é um dos tipos mais comuns e tem semelhanças com o câncer epitelial de ovário.
  • Câncer Secundário do Peritônio (Carcinomatose Peritoneal): Mais frequente, ocorre quando células cancerígenas de tumores primários em outros órgãos se disseminam para o peritônio, um fenômeno comum em cânceres gastrointestinais e ginecológicos.

Quais são os sintomas do câncer no peritônio?

Os sintomas do câncer no peritônio podem ser inespecíficos e frequentemente só se manifestam em estágios avançados:

  • Dor abdominal persistente: Pode variar de leve a intensa e ser difusa ou localizada.
  • Ascite (acúmulo de líquido no abdômen): Provoca inchaço abdominal e desconforto.
  • Perda de apetite e saciedade precoce: Devido à pressão exercida pelo tumor ou pelo líquido acumulado.
  • Alterações intestinais: Constipação ou diarreia podem ocorrer.
  • Urgência miccional: A pressão do tumor pode afetar a bexiga, aumentando a frequência urinária.
  • Perda de peso inexplicada: Um sintoma comum em doenças oncológicas avançadas.

Impacto da metástase

A metástase no peritônio representa um estágio avançado da doença, reduzindo as chances de cura na maioria dos casos. Células cancerígenas de tumores primários se espalham pelo peritônio através do líquido peritoneal, formando implantes tumorais difusos. Essa condição é chamada de carcinomatose peritoneal e está associada a um prognóstico reservado, exigindo abordagens terapêuticas agressivas.

Tratamento e perspectivas de cura

O tratamento do câncer no peritônio depende do estágio da doença, do tipo histológico e das condições clínicas do paciente, envolvendo uma abordagem multidisciplinar:

Cirurgia Citorredutora: Procedimento cirúrgico que busca remover o máximo de tecido tumoral visível. Em alguns casos, pode ser combinada com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC), uma infusão de quimioterápicos aquecidos diretamente na cavidade abdominal para eliminar células cancerígenas residuais. Essa abordagem pode melhorar a sobrevida em alguns pacientes selecionados.

Quimioterapia: Usada para reduzir o tamanho do tumor e controlar a progressão da doença. Medicamentos como platinas (ex.: cisplatina, carboplatina) e taxanos (ex.: paclitaxel) são comumente empregados, especialmente em tumores derivados do epítelio ovariano.

Radioterapia: raramente usada, pode ser aplicada para controlar o crescimento do tumor em locais específicos.

Terapias-Alvo e Imunoterapia: O uso de inibidores da angiogênese (ex.: bevacizumabe) tem demonstrado benefícios no controle da progressão da carcinomatose peritoneal. A imunoterapia está sendo estudada como opção promissora para alguns subtipos tumorais.

Tumores primários diagnosticados precocemente podem ter um prognóstico mais favorável, enquanto a carcinomatose peritoneal geralmente indica uma doença de curso agressivo. No entanto, avanços em cirurgias, quimioterapia e terapias-alvo têm proporcionado melhores resultados em alguns casos.

Portanto, é fundamental buscar avaliação médica especializada para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado a cada situação

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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