O câncer de fígado, também chamado de câncer hepático, é um tumor frequente no Brasil, com estimativa de cerca de 10.700 novos casos por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ele ocorre quando células do fígado sofrem mutações e passam a se multiplicar de forma anormal e descontrolada, formando tumores.
A doença pode se originar diretamente no fígado, como no carcinoma hepatocelular (CHC), o tipo mais frequente, ou resultar de metástases, quando o câncer surge em outro órgão e se espalha para o fígado.
Entre as opções terapêuticas, a cirurgia ocupa papel central para o CHC, sendo o principal tratamento com potencial curativo em casos selecionados quando a doença é inicial. Além dela, o plano terapêutico pode incluir quimioterapia, imunoterapia, terapias-alvo e ablação por radiofrequência. A escolha depende do estágio do tumor, do estado clínico geral do paciente e da função hepática.
Tipos de cirurgia para o câncer de fígado
A escolha do tipo de cirurgia para tratar o câncer hepático leva em conta fatores como o tamanho e a localização do tumor, a quantidade de fígado saudável remanescente e as condições clínicas do paciente. As principais opções são:
1. Hepatectomia parcial (ressecção hepática)
Esse procedimento consiste na remoção da parte do fígado onde está o tumor, preservando o tecido hepático saudável. O fígado tem uma notável capacidade de regeneração, quando o órgão está em boas condições, a porção removida pode crescer novamente ao longo do tempo. A hepatectomia é indicada, principalmente, para tumores únicos, pequenos e localizados, em pacientes com função hepática preservada.
2. Transplante de fígado
O transplante é indicado para pacientes cujos tumores não podem ser removidos com segurança por cirurgia, mas que se enquadram em critérios específicos, como os critérios de Milão (um tumor único até 5 cm, ou até três tumores menores de 3 cm). Nesse procedimento, o fígado doente é totalmente retirado e substituído por um fígado saudável do doador. O transplante é considerado uma das abordagens mais eficazes, pois trata simultaneamente o câncer e as doenças hepáticas que favorecem seu surgimento, como a cirrose. Contudo, sua realização depende da disponibilidade de órgãos e das condições clínicas do paciente.
Como é feita a cirurgia
A cirurgia para o câncer de fígado é um procedimento complexo, realizado por uma equipe especializada em cirurgia oncológica hepática ou hepatobiliar. O preparo detalhado, a técnica adequada e o acompanhamento pós-operatório são fundamentais para o sucesso do tratamento.
Antes da cirurgia, o paciente passa por avaliação clínica completa e exames de imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e testes laboratoriais, que auxiliam na definição da melhor estratégia terapêutica e na avaliação da reserva funcional do fígado.
Durante a hepatectomia parcial, os cirurgiões utilizam recursos modernos, como a ultrassonografia intraoperatória, que ajuda a localizar com precisão o tumor e preservar o máximo possível de tecido saudável. O procedimento pode ser realizado de duas formas:
- Cirurgia aberta: técnica tradicional, feita por meio de uma incisão abdominal.
- Cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica): utiliza pequenas incisões e câmeras, proporcionando recuperação mais rápida, menor dor pós-operatória e menor risco de complicações, embora nem todos os casos sejam elegíveis para essa técnica.
No transplante hepático, duas cirurgias são necessárias: a retirada do fígado doente e o implante do novo órgão, com reconexão precisa dos vasos sanguíneos e das vias biliares. Após o transplante, o paciente precisa utilizar medicamentos imunossupressores para evitar rejeição do órgão.
A duração da cirurgia varia conforme a complexidade: uma hepatectomia pode levar de 3 a 6 horas, e um transplante de 6 a 12 horas. Após o procedimento, o paciente é encaminhado à UTI para monitoramento intensivo nas primeiras horas. A internação hospitalar costuma durar de uma a duas semanas, dependendo da recuperação e da função hepática.
Chances de cura
As chances de cura do câncer de fígado dependem do estágio da doença, do tipo de tumor, da função hepática e da possibilidade de remoção completa do câncer.
Quando o tumor é detectado precocemente e o paciente apresenta boas condições clínicas, a cirurgia, seja hepatectomia ou transplante, pode oferecer altas taxas de sobrevida e potencial curativo, principalmente nos casos de carcinoma hepatocelular inicial.
Por outro lado, em tumores avançados, com invasão de vasos sanguíneos ou metástases, as chances de cura são menores. Nesses casos, a cirurgia pode ter caráter paliativo, ajudando a controlar sintomas, melhorar a qualidade de vida e retardar a progressão da doença.
Por isso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento com especialistas são determinantes para aumentar as chances de sucesso do tratamento e melhorar o prognóstico.
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Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim


