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Estresse pode causar câncer?

O estresse não causa câncer, mas a sua presença crônica está associada a uma série de efeitos adversos que podem agravar a condição dos pacientes oncológicos. O entendimento dessa relação é fundamental para desenvolver estratégias de manejo do estresse em pacientes com câncer, ajudando a melhorar sua qualidade de vida e influenciando os resultados do tratamento.

Muitas pessoas se perguntam se “mágoa ou estresse podem causar câncer”, se “existe câncer por estresse” e “como o estresse pode causar câncer”. Neste artigo, você compreenderá melhor as evidências científicas sobre essa conexão, destacando os mecanismos envolvidos e o impacto do estresse na oncologia.

O que a ciência diz?

Embora o estresse seja uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras, a relação direta entre estresse e o desenvolvimento de câncer ainda não é totalmente compreendida.

Estudos sugerem que o estresse crônico não é um fator de risco direto para o surgimento de câncer, mas pode influenciar a progressão da doença e a resposta ao tratamento. O impacto do estresse na oncologia é complexo e envolve uma interação com outros fatores biológicos e comportamentais.

Mecanismos de influência

Pesquisas recentes, como um estudo publicado na Cancer Cell, demonstraram que o estresse pode afetar a disseminação de células cancerosas. Em experimentos com ratos, observou-se que o estresse aumentou em até quatro vezes as metástases. De acordo com esse estudo, o estresse induz a formação de estruturas aderentes nos glóbulos brancos, o que aumenta a vulnerabilidade dos tecidos à metástase. Isso sugere que o estresse pode potencializar a capacidade das células tumorais de se disseminarem para outros órgãos.

Além disso, outro estudo indicou que o estresse psicológico crônico pode estar associado a características tumorais mais agressivas. Mulheres diagnosticadas com câncer de mama e com histórico de estresse crônico apresentaram maior incidência de subtipos agressivos da doença, como os tumores HER2 positivos, que tendem a ser mais resistentes ao tratamento. Esses achados indicam que o estresse pode impactar a biologia do tumor, tornando-o mais agressivo e menos responsivo a terapias.

Existe câncer por estresse?

Embora o estresse por si só não cause câncer, ele pode levar a comportamentos que aumentam o risco de desenvolvimento da doença. Por exemplo, pessoas sob pressão emocional podem recorrer ao tabagismo, ao consumo excessivo de álcool ou adotar hábitos alimentares inadequados, fatores que são amplamente reconhecidos como contribuintes para o desenvolvimento de câncer. Portanto, a relação entre estresse e câncer é mediada, em parte, por esses comportamentos prejudiciais à saúde.

Estratégias de prevenção

Adotar um estilo de vida saudável, que inclua uma alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas e controle do estresse por meio de técnicas de relaxamento, pode reduzir os riscos de várias doenças, incluindo o câncer. Além disso, é fundamental que pacientes em tratamento oncológico busquem apoio psicológico para lidar com as pressões emocionais que acompanham o diagnóstico e o tratamento da doença. O suporte emocional pode contribuir para o enfrentamento das dificuldades associadas ao tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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