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Faringite crônica e câncer de faringe: entenda a relação

A faringe é uma região sensível e exposta a irritantes (fumaça, poluentes, produtos químicos), microrganismos e esforço vocal frequente. Quando a inflamação nessa área persiste por semanas ou meses fala-se em faringite crônica, um quadro de desconforto ou dor de garganta prolongada, sensação de corpo estranho, pigarro ou rouquidão que nem sempre desaparece com medidas simples. Nem todo quadro prolongado é igual: a intensidade e a causa variam bastante entre as pessoas.

O câncer de faringe é uma doença distinta e mais grave, caracterizada pelo crescimento descontrolado de células na mucosa da garganta. Pode afetar regiões diferentes da faringe: nasofaringe (parte superior, atrás do nariz), orofaringe (meio, atrás da boca, onde ficam base da língua e amígdalas) e hipofaringe (porção inferior). Cada uma dessas áreas tem epidemiologia, causas e apresentação clínica ligeiramente diferentes.

Faringite crônica pode virar câncer?

Não existe evidência de que a faringite crônica comum (por si só) seja uma causa direta e frequente de câncer de faringe. Porém, a inflamação crônica, em termos gerais, é um mecanismo biológico que pode favorecer alterações celulares ao longo do tempo e, em diferentes órgãos, aumentar o risco de transformação maligna ou seja, inflamação de longa duração cria um ambiente que, em teoria, facilita a carcinogênese. Na prática clínica, a faringite crônica normalmente resulta de irritação ou condições benígnas; a transformação direta em câncer é incomum. Ainda assim, a persistência de sintomas merece avaliação médica.

Existe relação entre câncer de faringe e faringite crônica?

Mais do que uma relação de causa-efeito direta, faringite crônica e câncer de faringe frequentemente compartilham fatores de risco e mecanismos inflamatórios. Exemplos:

  • Tabagismo: a fumaça do cigarro irrita repetidamente a mucosa e é um dos principais fatores de risco para tumores da faringe e demais sítios de cabeça e pescoço.
  • Álcool excessivo: potencia o efeito carcinogênico do tabaco e é fator de risco independente para câncer de orofaringe e hipofaringe.
  • Infecções virais: o HPV (principalmente para cânceres de orofaringe) e o EBV (forte associação com carcinoma nasofaríngeo em populações específicas) são causas reconhecidas de alguns subtipos de câncer de faringe.
  • Refluxo gastroesofágico / refluxo laringofaríngeo: exposição ácida crônica pode irritar e lesar a mucosa, sendo apontado como fator associado em estudos; seu papel como fator causador isolado é menos claro, mas a presença de refluxo aumenta a necessidade de investigação em casos persistentes.

Em alguns casos raros, o que parece ser “faringite crônica” é, na verdade, a manifestação local de um tumor, isto é, a lesão tumoral provoca inflamação e sintomas semelhantes. Por isso, se uma faringite não melhora com tratamento adequado, é importante investigação especializada.

Quais são as causas dessas condições?

  • Faringite crônica costuma decorrer de causas que mantêm a mucosa irritada por longo período, como: exposição contínua a fumaças e substâncias químicas, refluxo gastroesofágico ou laringofaríngeo, alergias crônicas, amigdalite crônica, uso excessivo da voz, tabagismo e, raramente,  presença de tumor.
  • Câncer de faringe resulta de alterações genéticas e celulares na mucosa que, ao acumularem-se, dão origem a crescimento maligno. Entre fatores que aumentam a probabilidade dessas alterações estão: tabaco, consumo excessivo de álcool, infecções por HPV (especialmente para orofaringe) e EBV (nasofaringe), além de exposição ocupacional/ambiental a certos agentes e possivelmente refluxo crônico

Quais são os sinais e sintomas?

Os sintomas de faringite crônica e de câncer de faringe podem se sobrepor, o que gera ansiedade em quem tem dor de garganta persistente. Entre os sinais mais comuns:

  • Faringite crônica — dor ou irritação prolongada na garganta; pigarro; sensação de corpo estranho; tosse crônica; rouquidão ou voz cansada; eventual sensação de dificuldade para engolir. Em geral não há perda de peso importante inicialmente.
  • Câncer de faringe — dor de garganta persistente; rouquidão ou alteração da voz; dor referida ao ouvido (otalgia), especialmente em tumores da orofaringe/hipofaringe; nódulos ou caroços no pescoço (linfonodos aumentados) que aparecem de forma inexplicada; dificuldade progressiva para engolir; perda de peso involuntária. Tosse persistente ou sangramento ocasional também são sinais de alerta.

Se houver sintomas que não melhoram após tratamento plausível (por exemplo, cessar tabagismo, tratamento para refluxo, tratamento para alergia/infeção), ou sinais de alarme como nódulo cervical, perda de peso ou odinofagia progressiva, a investigação deve ser priorizada.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico começa com história clínica detalhada e exame físico. Se houver suspeita, o médico pode solicitar: exame endoscópico (nasofibrolaringoscopia) para visualizar diretamente a faringe e laringe, exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética) para avaliar extensão local e linfonodos, culturas quando suspeita infecção, e biópsia para confirmar câncer e determinar o subtipo histológico. Em muitos tumores da nasofaringe a biópsia guiada por endoscopia é padrão. A confirmação histopatológica é obrigatória para o diagnóstico definitivo de câncer.

Quais são os tratamentos disponíveis?

Faringite crônica: tratamento dirigido à causa identificada, por exemplo, controle do refluxo (medicação e mudanças alimentares), tratamento de alergias, higiene vocal, cessação do tabagismo e eliminação da exposição a irritantes. Em alguns casos usam-se anti-inflamatórios, antissépticos locais e medidas físicas (hidratação, umidificação). A resolução depende de corrigir o fator desencadeante.

Câncer de faringe: a escolha do tratamento depende da localização anatômica, do estádio (extensão local e presença de metástases) e do subtipo tumoral. As modalidades incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, e em determinados contextos, imunoterapia ou terapias alvo. Equipes multidisciplinares (cirurgia de cabeça e pescoço, oncologia clínica, radioterapia, fonoaudiologia) costumam definir a melhor combinação para cada paciente, buscando controle tumoral e preservação funcional (voz, deglutição).

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A Oncologia D’Or transforma o cuidado com o câncer por meio de uma rede integrada de clínicas e centros de tratamento presentes em diversos estados do país. Com um corpo clínico especializado e equipes multidisciplinares dedicadas, proporcionamos uma jornada de atendimento que une tecnologia avançada, diagnóstico ágil e tratamentos personalizados.

Como parte da Rede D’Or, a maior rede de saúde da América Latina, garantimos acesso às estruturas hospitalares mais modernas e aos avanços científicos que fazem a diferença na vida dos pacientes.

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Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim

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