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Iodoterapia: o que é e como funciona este tratamento?

A iodoterapia é um tratamento médico que utiliza o iodo radioativo, principalmente o iodo-131, para eliminar células remanescentes da tireoide após a cirurgia ou para tratar doenças da tireoide, como o câncer diferenciado da tireoide e o hipertireoidismo. Esse procedimento é essencial para aumentar as taxas de cura e controlar a doença.
Nesta matéria, vamos explicar em detalhes como funciona a iodoterapia, quando ela é indicada, quantas sessões são necessárias, como é feito o preparo e como ela se diferencia da quimioterapia e da radioterapia convencional.

O que é iodoterapia e como funciona?

A iodoterapia consiste na administração oral do iodo-131, um isótopo radioativo que é absorvido pelas células da tireoide, as quais têm alta afinidade por esse elemento. Após a ingestão, o iodo-131 é absorvido pelo trato gastrointestinal e transportado pela corrente sanguínea até a tireoide. Por serem as únicas células do corpo que captam iodo, as células tireoidianas absorvem o iodo-131, que emite radiação beta. Essa radiação destrói as células cancerígenas ou hiperativas sem afetar os tecidos saudáveis ao redor.
Para que o tratamento seja eficaz, o paciente passa por uma preparação especial, incluindo uma dieta pobre em iodo, para tornar o organismo mais “ávido” por esse elemento, aumentando a captação do iodo radioativo. Além disso, é fundamental evitar o uso de medicamentos ou substâncias que contenham iodo, como contrastes radiológicos, por pelo menos 30 dias antes do tratamento.

Como é feito o tratamento com iodo radioativo?

Administração

o iodo-131 é administrado por via oral, em forma líquida ou cápsula.

Internação

o paciente fica internado por um período que varia de 24 a 72 horas para evitar a contaminação ambiental e garantir que o organismo elimine o iodo radioativo com segurança. Isso ocorre principalmente pela urina, fezes, suor e saliva.

Hidratação

durante a internação, o paciente deve manter uma boa hidratação para acelerar a eliminação do iodo e minimizar efeitos colaterais.

Cuidados

o paciente deve seguir recomendações específicas para evitar a exposição de outras pessoas à radiação durante o período de eliminação do iodo.

Quantas sessões de iodoterapia são necessárias?

O número de sessões de iodoterapia pode variar dependendo do caso clínico, do estágio da doença e da resposta ao tratamento. Em geral, uma dose única ablativa pode ser suficiente para eliminar células residuais após a cirurgia da tireoide. No entanto, em casos de doença residual, recidiva ou metástases, doses adicionais podem ser necessárias e são repetidas conforme a avaliação médica.

Iodoterapia é quimioterapia?

Não, a iodoterapia não é quimioterapia. Enquanto a quimioterapia utiliza medicamentos que atuam sistemicamente para destruir células cancerígenas em várias partes do corpo, a iodoterapia é uma forma de radioterapia interna. Ela utiliza o iodo radioativo para eliminar especificamente as células da tireoide ou suas metástases, devido à capacidade única dessas células de captar o iodo.

Cuidados após a iodoterapia

Após o tratamento, o paciente deve adotar medidas de precaução para evitar a exposição de outras pessoas à radiação residual, especialmente gestantes, crianças e bebês. O período de isolamento varia conforme a dose administrada, mas em geral:

  • Para doses terapêuticas (acima de 30 mCi), recomenda-se evitar contato próximo com outras pessoas por cerca de 3 a 7 dias.
  • O contato com gestantes e crianças pequenas deve ser evitado por 7 a 14 dias, dependendo da orientação médica específica.
  • Pode ser necessário usar banheiro exclusivo, com descarga dupla, por pelo menos 3 a 5 dias.
  • Roupas e utensílios devem ser lavados separadamente durante esse período.
  • O paciente deve ingerir bastante líquido para favorecer a eliminação do iodo radioativo pela urina.
  • Essas medidas ajudam a reduzir o risco de exposição da família e do ambiente à radiação até que o material radioativo seja eliminado do corpo.

Quando a iodoterapia é indicada?

  • Pacientes com câncer diferenciado da tireoide (papilífero e folicular);
  • Casos de câncer com metástases linfonodais ou à distância;
  • Situações com risco intermediário ou alto de recorrência;

Efeitos colaterais

  • Náuseas e vômitos.​
  • Inchaço e dor nas glândulas salivares.​
  • Boca seca e alterações no paladar.​
  • Sensibilidade no pescoço.​

Em casos raros, podem ocorrer efeitos a longo prazo, como alterações na fertilidade e aumento do risco de leucemia.

Radioiodoterapia: como funciona?

Radioiodoterapia é outro termo para iodoterapia, destacando o uso da radiação emitida pelo iodo-131 no tratamento. Esse tratamento funciona pela captação seletiva do iodo radioativo pelas células tireoidianas, que recebem a radiação localmente, causando a destruição das células sem afetar outras partes do corpo.

Revisor científico
Dra. Fernanda Frozoni Antonacio
Oncologista Clínica
Rede D’or – Hospital Vila Nova Star e Hospital São Luiz Itaim

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