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Quais são as terapias complementares no tratamento do câncer?

A busca por terapias complementares no tratamento do câncer tem se tornado cada vez mais comum entre pacientes e suas famílias.

Embora a medicina convencional, como quimioterapia e radioterapia, continue a ser o padrão de tratamento, muitos pacientes oncológicos buscam alternativas que possam aliviar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida durante a jornada de tratamento. Este artigo explora quais terapias são consideradas seguras e quais devem ser evitadas.

O que são medicinas complementares?

As terapias complementares referem-se a práticas que podem ser utilizadas em conjunto com tratamentos convencionais para melhorar o bem-estar do paciente. Entre as mais comuns estão:

  • Acupuntura: Reconhecida como uma especialidade médica, a acupuntura pode ajudar a controlar a dor e a reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia, como náuseas e fadiga. Estudos demonstram que a acupuntura pode aumentar a eficácia do tratamento e melhorar a qualidade de vida, embora sua eficácia possa variar entre os indivíduos.
  • Ioga e meditação: Essas práticas de mente-corpo têm mostrado eficácia na redução do estresse e na melhoria da saúde mental dos pacientes. A ioga pode ajudar a aumentar a flexibilidade e a força, enquanto a meditação tem sido associada à redução da ansiedade e à melhoria do bem-estar geral.
  • Fitoterapia: O uso de ervas medicinais durante o tratamento oncológico não demonstrou benefício até o momento. Aliás elas podem interagir negativamente com tratamentos convencionais e atrapalhar a ação dos medicamentos, portanto, é imperativo consultar um oncologista antes de iniciar qualquer suplemento à base de plantas. As ervas bem conhecidas como camomila, erva cidreira e mate por exemplo, podem ser usadas como chás durante o tratamento oncológico mas sempre após consulta médica.
  • Aromaterapia: O uso de óleos essenciais pode promover relaxamento e reduzir a ansiedade. Embora mais pesquisas sejam necessárias, a aromaterapia tem sido considerada uma abordagem auxiliar segura para o manejo do estresse e da dor.

O que é considerado seguro?

Muitas terapias complementares, quando utilizadas corretamente e com orientação profissional, são seguras e podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes com câncer. No entanto, é essencial discutir qualquer abordagem com o oncologista para garantir que não interfira com o tratamento principal.

Acupuntura, ioga e meditação são amplamente aceitas como seguras, especialmente quando realizadas por profissionais certificados. Essas práticas ajudam a controlar dores e náuseas e a reduzir a ansiedade e o estresse.

É fundamental que qualquer terapia complementar seja discutida com o médico responsável, garantindo que não haja contraindicações ou interações prejudiciais com os tratamentos convencionais.

O que não é seguro?

O contato com o médico é essencial, pois algumas terapias alternativas podem ser perigosas ou ineficazes, e seu uso sem supervisão médica pode comprometer a saúde do paciente. Exemplos preocupantes incluem:

  • Tratamentos sem evidência científica: terapias alternativas que carecem de estudos controlados que comprovem sua segurança e eficácia são arriscadas. Isso inclui abordagens como soroterapias ou altas doses de vitaminas sem supervisão médica. É fundamental que qualquer terapia seja respaldada por evidências científicas robustas.
  • Interações medicamentosas: as ervas medicinais e suplementos podem interferir na eficácia da quimioterapia, imunoterapia, terapia alvo e até radioterapia ou causar efeitos adversos ruins. Por exemplo, substâncias como equinácea e hipérico podem ser contraindicadas para pacientes oncológicos, pois podem afetar a metabolização de quimioterápicos.
  • Substituição do tratamento convencional: optar por terapias alternativas em vez de tratamentos comprovados pode resultar em consequências graves para a saúde do paciente. Estudos demonstram que pacientes que seguem apenas terapias alternativas têm menor taxa de sobrevivência em comparação àqueles que utilizam métodos convencionais.
  • Dietas restritivas ou milagrosas: abordagens alimentares como as dietas cetogênicas e alcalinas são promovidas como tratamentos alternativos para o câncer. No entanto, dietas excessivamente restritivas podem levar à desnutrição e comprometer a capacidade do corpo de resistir aos efeitos do tratamento convencional.

Como avaliar terapias complementares?

Ao considerar terapias complementares, é essencial que o paciente:

  1. Converse com seu médico: Informe sempre o oncologista sobre qualquer terapia complementar que esteja sendo considerada. O médico poderá identificar possíveis interações ou riscos e ajustar o tratamento conforme necessário.
  2. Verifique a credibilidade da prática e do profissional: Certifique-se de que o profissional que conduz a terapia tenha formação e certificação adequadas. Profissionais qualificados podem fornecer orientações seguras e eficazes.
  3. Consulte fontes confiáveis: Instituições como o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a Sociedade Americana de Câncer e a Organização Mundial da Saúde (OMS) oferecem diretrizes sobre o uso seguro de terapias complementares. Estas instituições são fontes confiáveis de informação e podem fornecer recomendações baseadas em evidências.

Considerações finais

Em suma, as terapias complementares podem desempenhar um papel importante na jornada do paciente com câncer, proporcionando alívio de sintomas e melhoria da qualidade de vida. No entanto, é crucial abordar essas terapias com cautela, garantindo que qualquer prática adotada seja segura, eficaz e realizada sob a supervisão de profissionais de saúde qualificados. A integração de tratamentos complementares deve sempre ser discutida em conjunto com a equipe médica responsável, respeitando as particularidades do tratamento oncológico e a saúde geral do paciente.

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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